Autores

Santiago, E.C.A. (UNINILTONLINS)

Resumo

Neste trabalho investigou-se o conhecimento de professores de Química com relação a “aprendizagem significativa”. Participaram da pesquisa 17 professores de Química do Ensino Médio de um município do Amazonas (Brasil), que responderam um formulário de 15 questões fechadas. A análise dos dados revelou que a formação inicial ainda possui deficiências, o professor não se sente responsável pela aprendizagem dos alunos, o desconhecimento dos professores com relação a teoria de Ausubel, e a afirmação da utilização de organizadores prévios e mapas conceituais em aulas de Química. O professor da disciplina de Química não têm o conhecimento real sobre o que é aprendizagem significativa, o que emerge em situações de cursos de formação continuada como proposta de mudança de paradigma no ensino.

Palavras chaves

Conhecimento; Ensino de Química; Aprendizagem Significativ

Introdução

A educação Química no Amazonas, nas escolas de um modo geral, ainda promove muito mais a aprendizagem mecânica e memorística, do que a significativa. Devido a isso o objetivo deste estudo foi investigar o conhecimento do professor de Quimica em relação a aprendizagem significativa. Acredita-se que se faz necessário que o professor de Quimica tenha a habilidade de desencadear uma sequência lógica e significativa, relacionada ao conteúdo a ser ministrado. Na prática pedagógica e didática é importante o professor pesquisar sobre a variedade de metodologias que o apoiarão na construção de uma aprendizagem significativa. Uma alternativa motivadora é a apresentação e explanação sobre mapas conceituais, visto que, os mesmos podem trazer ao aluno a compreensão de vários conteúdos abordados em Química, além de possibilitar a ele a capacidade de construir o conhecimento, intercalando assuntos relativos a sua realidade regional, como por exemplo, questões ambientais na floresta Amazônica e conteúdos que devem ser abordados na disciplina. Os estudantes do Ensino Médio têm dificuldades para aprender Química e geralmente, não conseguem estabelecer relações apropriadas entre os níveis macroscópico, simbólico e submicroscópico. Ao observar esse contexto, é necessário que o professor busque novas metodologias para que o estudante aprenda de maneira significativa (OLIVEIRA, FROTA, & MARTINS, 2013). Segundo Anastasiou e Alves (2012), para trabalhar um conteúdo predominantemente conceitual é necessário construir com os estudantes um quadro relacional que sustente a rede teórica a ser apreendida. Por este motivo, acredita-se que utilizar mapas conceituais no ensino seja uma estratégia viável para tornar o aprendizado significativo.

Material e métodos

Este trabalho foi realizado com 20 professores que lecionam no Ensino de Química da Rede Estadual do Amazonas e que atuam em escolas localizadas na Zona Centro-Oeste de Manaus - AM. Os sujeitos desta pesquisa foram selecionados de forma voluntária a partir do momento em que a proposta de investigação foi apresentada. O instrumento de pesquisa utilizado foi um formulário com 15 (quinze) perguntas, onde investigou-se o conhecimento e na utilização de “mapas conceituais e organizadores prévios”, de acordo com a teoria de Ausubel, como instrumentos na busca de uma aprendizagem significativa.

Resultado e discussão

Os cursos de formação inicial não possuem disciplinas que abordem o que é aprendizagem significativa, nem os professores das universidades comentaram algo a respeito, sendo que 52,94% têm entre 6-10anos como docente, 23,53% até 5 anos exercendo a docência e 23,53% estão como professores de Química há mais de 10 anos. Quando questionados a respeito da aprendizagem, 100% dizem ter conhecimento de vários tipos de aprendizagem; 11,76% dos professores, se consideram responsavéis pela aprendizagem dos alunos, 82,35% disseram que toda aula gera algum tipo de aprendizagem, 100% dizem que sabem o que é aprendizagem significativa, mas destes apenas 70,59% dizem que aprendizagem significa é a união da aprendizagem que o aluno já possui com a que ele pode adquirir após a aula. Dos entrevistados apenas 11,65% afirmaram conhecer a teoria de Ausubel. Entretanto 82,35% afirmam que já utilizaram mapas conceituais; 35,29% disseram já ter utilizado mapas conceituas para ministrar aulas de Química; 100% dizem que utilizam os organizadores prévios para facilitar a aprendizagem dos conteúdos. Infelizmente, o modelo dominante de ensino ainda predomina as aulas expositivas, onde o aluno continua sendo mero ouvinte, enquanto o professor transmite o conhecimento da ciência, com seus saberes pedagógicos, porém juntamente com os saberes pedagógicos é preciso que o professor possua o conhecimento de várias didáticas para ministrar suas aulas (PREDEBON e DEL PINO, 2009).

Conclusões

Os cursos de formação inicial geralmente não possuem nenhuma disciplina em que a teoria de Ausubel seja citada, de forma a despertar o professor para o processo dinâmico a ser executado na vida. Nenhum dos professores das universidades durante o processo formativo falou sobre a busca da aprendizagem significativa. A pesquisa demonstra que a grade curricular do curso de graduação dos professores de Química necessita urgentemente de uma reavaliação visto que a Teoria da Aprendizagem Significativa, pode contribuir significativamente para a promoção da Aprendizagem na disciplina de Química

Agradecimentos

Referências

ANASTESIOU, L. G. C. ; ALVES, L. P. Processo de Ensinagem na Universidade:
pressupostos para estratégias de trabalho em aula. 10. ed. Joinville:
UNIVILLE, 2012.
OLIVEIRA, M. M.; FROTA, P. R. O.; MARTINS, M. C. Mapas conceituais como
estratégias para o ensino de Educação ambiental. Revista Electrónica de
Investigación y Docencia (REID), p.61-72, 2013.
PREDEBON, F.; DEL PINO, J.C. Uma análise evolutiva de modelos didáticos associados as concepções didáticas de futuros professores de química envolvidos em um processo de intervenção formativa. Investigações em Ensino de
Ciências. Vol 14(2), p.237-254, 2009.