Autores

Rocha, J.A. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS) ; Brasil, T.M. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS) ; Assis Jr, P.C. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS) ; Zanelato, A.I. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS)

Resumo

Este artigo foi desenvolvido na escola estadual Brandão de Amorim, da cidade de Parintins – AM, durante o Estágio Supervisionado do Curso Licenciatura em Química numa turma do 1º ano do Ensino Médio, com o objetivo de mostrar a importância da experimentação com o uso de materiais do cotidiano. Foi utilizado o extrato da castanhola (Terminalia Catappa Linn.) como indicador ácido-base. O extrato alcoólico foi testado em materiais ácidos e básicos e foi observado as mudanças de cor com relação aos diferentes valores de pH. Verificou-se que as aulas práticas com o uso de materiais do cotidiano proporcionam um maior entendimento do assunto teórico abordado pelo professor e além do mais possibilita ao aluno observar que a química esta presente em seu dia-a-dia.

Palavras chaves

Castanhola; Experimentação; Indicadores ácido-base

Introdução

A disciplina Química no decorrer de sua história vem contribuindo fortemente com a formação do conhecimento de muitos estudantes. É correto assinalar que o conteúdo de Química no Ensino Médio, na maioria das vezes, não é bem compreendido pelos alunos devido ao seu conteúdo abstrato e seus cálculos específicos, tornando uma disciplina de difícil aprendizagem. O uso de experimentação química possibilita ao aluno uma melhor compreensão sobre os assuntos. A prática é um meio pelo qual o professor poderá desenvolver suas aulas, pois a aprendizagem não se dá somente pelo uso de recursos como livros e multimídia, mas pela relação que o professor pode fazer das aulas práticas com o cotidiano dos alunos. “No ensino de química especificamente, a experimentação deve contribuir para a compreensão de conceitos químicos, podendo distinguir duas atividades: prática e teoria” (ALVES, 2007). Segundo Fonseca (2001), “o trabalho experimental deve estimular o desenvolvimento conceitual, fazendo com que os estudantes explorem, elaborem e supervisionem suas ideias, comparando com ideias científicas, pois só assim elas têm o papel importante no desenvolvimento cognitivo”. O assunto ácido-base abordadas no Ensino Médio não são bem compreendidos pelos alunos, pois muitas das vezes o docente apenas aborda a sua teoria. Deve-se fazer a aplicação dos indicadores ácido-base para determinação do pH. Indicadores são substâncias orgânicas fracamente ácidas ou fracamente básicas que apresentam cores diferentes para suas formas protonadas e desprotonadas, “isto significa que mudam de cor em função do pH do meio onde estão” (TERCI e ROSSI, 2002). O extrato da castanhola pode ser utilizado como indicador ácido-base, pois este possui a capacidade de mudar a sua coloração em diferentes valores de pH.

Material e métodos

Este trabalho foi desenvolvido a partir das vivências no Estágio Supervisionado de Química junto às turmas do 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Brandão de Amorim no município de Parintins – AM. Sabe-se que a identificação dos procedimentos metodológicos é essencial na pesquisa científica, pois enfatiza como e onde será realizada. No processo de coleta de dados fez-se uso da observação participante, conforme (MINAYO, 2010) “Observação participante é definida como um processo pelo qual o investigador se coloca como observador de uma situação social, com a finalidade de realizar uma investigação científica”. Para o uso do extrato da castanhola (Terminalia Catappa Linn.) foi necessário seguir as etapas: na primeira apresentou-se o pré-projeto para os alunos 1º ano no laboratório, observando a participação dos alunos com o ensino da química na sala: após isso se dividiu a turma em grupos e aplicou-se um questionário de cinco questões sobre o tema ácido-base para a turma de dezoito alunos. Na segunda etapa o fruto da Castanhola foi coletado no município de Parintins, que foi levada ao laboratório, e foi preparado o seu extrato. O preparo do extrato foi da seguinte forma: retiraram-se as cascas da mesma, cortou e triturou em seguida ele foi colocado em béquer de 500 mL e adicionado álcool 70% até cobrir os pedaços e deixou-se descansando por alguns minutos, depois foi coado e reservado em um recipiente comum e deixado na geladeira por um período de sete dias, apresentado na Figura 1. Depois o extrato alcoólico foi testado adicionando-o em materiais ácidos e básicos, observando-se variações nas colorações obtidas. Na última etapa foi feito aula prática com os alunos no laboratório da escola, utilizando-se materiais do cotidiano. Foi aplicado o segundo questionário.

Resultado e discussão

O resultado da pesquisa, onde nas aulas práticas observou-se que a utilização do extrato da Castanhola (Terminalia Catappa Linn.) pode ser um indicador de ácidos e bases, como apresentado na Figura 2, o primeiro questionário aplicado observou o grau de conhecimentos dos alunos, aonde 11% dos alunos acertaram as questões e 89% dos alunos erraram as questões. No segundo questionário que foi aplicado depois da pratica aos alunos, apresentaram um bom entendimento. Dos dezoito alunos que participaram da experimentação e do questionário, 78% dos alunos compreendem a substância ácida e básica com 5 a 4 questões respondidas corretamente, 22% dos alunos compreendem parcialmente uma substancia ácida e básica. De acordo com RUSSEL (1994) “que quanto, mas empregada a teoria e a pratica, mas sólida se tona a aprendizagem de Química, ela cumpre sua verdadeira função dentro ensino, contribuindo para construção do conhecimento químico, não de forma linear, mais transversal, ou seja, apenas trabalha a química no comprimento da sua sequência de conteúdo, mas interage o conteúdo com o mundo vivencial dos alunos de forma diversificada, associada à experimentação do dia –dia, aproveitado seus argumentações e indagações”. De acordo com os resultados obtidos no questionário, observa-se que os alunos do ensino médio da referida escola compreenderam substancias ácido e base e que o extrato da Castanhola (Terminalia Catappa Linn.) pode ser utilizado como recurso alternativo didático nas aulas de química.

Figura 1.

Processo de extração do fruto da castanhola (Terminalia Catappa Linn.).

Figura 2.

Aulas práticas com a utilização do extrato da Castanhola (Terminalia Catappa Linn.).

Conclusões

Este trabalho contribui com o ensino da disciplina química, bem como, oferece estratégia que fortalece e incentiva cada vez mais os experimentos na educação básica. Além disso, que os professores de química possam realizar no laboratório mais experimentos com extratos naturais que seja da realidade dos seus alunos. Dessa forma, estes terão um maior aprendizado e não terão muitas dificuldades durante o processo de experimentação. Espera-se que mais trabalhos dessa natureza possam surgir, pois, é de muita relevância para os alunos e professores trabalhar com indicadores naturais.

Agradecimentos

Universidade do Estado do Amazonas – UEA; Coordenação do Curso de Química do Centro de Estudos Superiores de Parintins – CESP/UEA.

Referências

ALVES,W.F. A forma de professores e as teorias do saber docente: contexto, desafios. Revista Educação e Pesquisa, São Paulo,v.33.2.p.263-280. Dezembro.
FONSECA, M.R.M. Completamente Química: Química Geral. SãoPaulo: 2001.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Trabalho de Campo: Contexto de observação, interação e descoberta. Pesquisa Social:Teoria, método e criatividade. 29. Editora Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. (p, 61- 70A)
RUSSEL,J.B. QuímicaGeral. 2aed.,São Paulo.1994.
TERCI, D. B. L. &ROSSI, A. V. Indicadores Naturais de pH: Usar papel ou solução? Química Nova, 25(4), 684-688. 2002.