Autores

Dias, F.A.C. (IF SUDESTE MG) ; Nascimento, J.C. (IF SUDESTE MG) ; Coutinho, L. (IF SUDESTE MG) ; Silva, M.C. (IF SUDESTE MG) ; Toledo, T.A. (IF SUDESTE MG) ; Barbosa, D.B.A. (IF SUDESTE MG)

Resumo

Esse trabalho, desenvolvido com duas turmas de 2º ano do ensino médio, integrado a curso técnico, de uma escola federal da Zona da Mata mineira, foi realizado com o intuito de associar a importância da classificação periódica dos elementos a maneiras inovadoras de ensino, objetivando auxiliar no processo de aprendizagem e memorização dos símbolos dos elementos e sua localização na tabela periódica. Neste trabalho pode-se perceber que a utilização de diferentes metodologias contribui satisfatoriamente para um melhor aprendizado dos alunos e aumenta o interesse pela disciplina, além de ser uma estratégia motivadora e atraente para alavancar o rendimento escolar.

Palavras chaves

Lúdico; Ensino de Química; Tabela Periódica

Introdução

A presença de jogos e brincadeiras em todas as fases da vida evidencia o quanto o lúdico pode ser relevante para a construção de conhecimento e para a formação de ideais coletivos de aprendizado (LOPES, 2005). Atividades lúdicas e aulas experimentais no ensino de química podem ser consideradas novas formas de ruptura do tradicionalismo da sala de aula, pois proporcionam uma vivência na sua integralidade, a partir de situações vividas e sentidas que serão compreendidas pelo seu desfrute e remetidas a um sentimento de fantasia e imaginação. (ALMEIDA, 2009) Nesse sentido, a proposta do jogo é ir além do ato de jogar, ampliando desse modo, a capacidade de aprender e desenvolver habilidades e potencialidades (LOPES, 2005). Considerando os conteúdos de química para o ensino médio, têm-se na classificação periódica dos elementos uma das maiores e mais valiosas generalizações científicas, que serve como guia de pesquisas e como um poderoso instrumento didático no aprendizado e transmissão de conhecimentos químicos. (TOLENTINO,1997) Frente a isso, esse trabalho foi realizado no intuito de associar a importância da classificação periódica dos elementos a maneiras inovadoras de ensino, com o objetivo de ajudar no processo de aprendizagem e memorização dos símbolos dos elementos, além das suas localizações na tabela periódica.

Material e métodos

O trabalho foi desenvolvido com 65 alunos, de duas turmas de 2º ano do ensino médio integrado a curso técnico, de uma escola federal da Zona da Mata mineira, com duração de 1hora e 40 minutos (2 tempos). O jogo, intitulado “A disputa por elementos”, consistia na montagem de uma tabela periódica, na forma de um quadro, localizado ao fundo da sala de aula. As cartas do jogo simbolizavam os elementos químicos, contendo informações sobre número atômico, distribuição da camada de valência e a cor específica à sua classificação. Essas cartas foram espalhadas no chão e fora de ordem, de forma que facilitasse a sua identificação. Para permitir que a atividade se tornasse mais dinâmica e, integrasse mais os estudantes, as carteiras da sala foram retiradas, além de prevenir possíveis acidentes. Informações extras, como família, estado físico e aplicações foram fornecidas na forma de dicas pelo professor. As equipes ficaram dispostas em local apropriado (lado oposto ao quadro/tabela) e foram identificadas por fitas coloridas. Apenas um representante de cada grupo poderia afixar o elemento “capturado” no quadro. Esse aluno ficava junto a sua equipe e atrás da linha demarcada. As equipes vencedoras ganharam um prêmio simbólico como incentivo. A atividade foi condicionada à exigência da produção individual de um pré- relatório, que consistia em um fichamento sobre a classificação, a posição na tabela e quais as aplicações de alguns elementos selecionados. Essa pesquisa poderia ser utilizada pelos estudantes durante a atividade lúdica a fim de auxiliar a localização dos elementos. Após a realização da atividade, foi aplicado um questionário avaliativo aos alunos, que buscava verificar a aceitação do jogo e o entendimento do conteúdo através de questões de vestibulares.

Resultado e discussão

A atividade foi bem aceita pelos estudantes, visto que elaboraram o pré- relatório, participaram ativamente e tornaram a aula extremamente divertida. A avaliação dos questionários demonstrou, conforme é exposto no gráfico 1, que 95% dos alunos gostaram de como a atividade foi desenvolvida e a recomendariam para seus colegas, como se observa nos relatos transcritos: "Além de divertida e dinâmica, foi uma atividade que possibilitou melhor fixação do conhecimento" – aluno N; "Contribuiu para ter mais conhecimento da tabela periódica" – aluno B; “É muito interessante e não há melhor jeito de aprender do que se divertindo" – aluno J; "Temos mais compreensão, visualização e entendimento da matéria" – aluno P; "(...) uma forma marcante de aprender algo" – aluno S. Quanto ao pré-relatório, apesar das reclamações de ser uma tarefa “grande” para ser feito em casa, 86% acredita que foi importante para o a atividade. Alguns dos relatos foram transcritos: "base para a realização da atividade" – aluno M; "sem ele teria mais dificuldade" – aluno J; "possibilitou informações mais profundas" – aluno A. A parte do questionário referente à avaliação do conhecimento consistia em 4 questões já aplicadas em vestibulares e disponibilizadas em livros didáticos e internet. Considera-se um bom rendimento, o acerto de, no mínimo, 50% das questões, e pelo encontrado, pode-se inferir que a atividade realizada atingiu seu objetivo, uma vez que 77% dos alunos alcançou esse índice como visualizamos no gráfico 2. Portanto, pode-se perceber que a utilização de jogos contribui satisfatoriamente para um melhor aprendizado dos alunos e aumenta o interesse pela disciplina, além de ser uma metodologia motivadora e atraente para amplificar o rendimento escolar.

Gráfico 1

Porcentagem de aceitação da atividade proposta.

Gráfico 2

Avaliação do rendimento, em porcentagem, do conhecimento adquirido com o jogo.

Conclusões

O jogo, ao possibilitar a assimilação do conteúdo estudado, desperta nos estudantes o interesse pelo assunto. A atividade lúdica, por romper com a tradicional e teórica forma de ensino das instituições brasileiras, se mostra uma forma poderosa no processo de evolução do ensino e aprendizagem da Química, principalmente por trazer de forma inovadora e através da diversão e disputa, aplicações de conteúdos ministrados aos estudantes.

Agradecimentos

Ao Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais - Campus Juiz de Fora.

Referências

[1] ALMEIDA, Anne. Ludicidade como Instrumento Pedagógico. 2009. Disponível em: <http://www.cdof.com.br/recrea22.htm>. Acesso em: 19 de jun. 2016.
[2] LOPES, M. G. Jogos na educação: criar, fazer, jogar. 6ª Edição. São Paulo: Cortez,2005.
[3] TOLENTINO, Mario; ROCHA-FILHO, Romeu C. and CHAGAS, Aécio Pereira.Alguns aspectos históricos da classificação periódica dos elementos químicos. Quím. Nova [online]. 1997, vol.20, n.1, pp.103-117.