Autores

Silva Vargas, M.E. (INSTITUTO UFC VIRTUAL) ; Campos, R.A. (INSTITUTO UFC VIRTUAL)

Resumo

O objetivo do trabalho foi investigar a importância das atividades experimentais nas aulas de Química com os alunos do 9º Ano da Escola de Ensino Fundamental Alice Diógenes Pinheiro em Jaguaribe-CE. Foi aplicado o questionário A para avaliar o conhecimento dos alunos, sobre o conteúdo de ácido-base. Em seguida, aulas foram elaboradas utilizando recursos audiovisuais e vídeos explicativos. Os experimentos foram realizados com: suco de limão, vinagre, água, sabão em pó, entre outras substâncias do cotidiano. O questionário B foi aplicado sobre a importância das atividades experimentais. Os resultados desta pesquisa foram satisfatórios, pela participação dos alunos nas práticas e da observação melhor na fixação do conteúdo de ácido e base.

Palavras chaves

Aulas Práticas; Ensino Fundamental; Ácido-base

Introdução

O Ensino de Química para os estudantes do Ensino Fundamental deve possibilitar a compreensão tanto dos processos químicos em si quanto da construção do conhecimento científico. A contextualização dos conteúdos é imprescindível para que os conhecimentos, as habilidades e os valores desenvolvidos sirvam para uma melhor atuação do cidadão na sociedade. O tópico ácido-base faz parte do Conteúdo Programático de Química ministrado nas escolas do Ensino Fundamental. Os experimentos devem propiciar aos estudantes a possibilidade de realizar, registrar, discutir com os colegas, refletir, levantar hipóteses, avaliar as hipóteses e explicações, discutir com o professor todas as etapas do experimento (FRANCISCO, JR., W. E. et al, 2008, p. 20-23). É evidenciada a importância da introdução das atividades práticas no ensino das Ciências, pois a experimentação desperta interesse no aluno, independente do seu nível escolar, além de aumentar a capacidade de aprendizagem, por que envolve o estudante tornando os temas menos abstratos (MOREIRA, M. A. 2011). Segundo a teoria do Químico, Físico e Matemático sueco SVANTE AUGUST ARRHENIUS (1859-1927) os ácidos são substâncias cujos produtos de dissociação iônica em água incluem o íon hidrogênio (H+) e bases as que produzem o íon hidróxido (OH-). O trabalho foi realizado com alunos do 9º Ano da Escola de Ensino Fundamental Alice Diógenes Pinheiro, na Cidade de Jaguaribe – CE, a partir da aplicação de um questionário, depois da apresentação do conteúdo ácido-base. Em seguida uma aula experimental envolvendo a participação dos alunos e outro questionário.

Material e métodos

A abordagem deste trabalho está centrada na identificação dos fatores de motivação e a aplicação do tópico ácido-base em aulas de Química para alunos do 9º ano das turmas A e B da Escola de Ensino Fundamental Alice Diógenes Pinheiro. Inicialmente foi aplicado um questionário com o objetivo de investigar os conhecimentos prévios dos alunos sobre ácidos e bases. Foi feita a leitura e debate do texto “ácidos e bases mais comuns na química e no cotidiano”, depois a explanação do conteúdo usando vídeos. Também foi apresentada uma atividade impressa para fixar os conhecimentos adquiridos durante a explanação. Por fim, numa aula posterior, foi apresentado um slide como forma de revisão e, por último, a realização de experimentos usando um indicador natural de repolho roxo para identificação de ácidos e bases do cotidiano, onde os alunos foram divididos em cinco equipes com cinco alunos cada, dando um total de 25 alunos por turma pesquisada. O extrato de repolho roxo constitui um bom indicador universal de pH, pois, o mesmo substitui ainda que para o menor número de faixas de pH dos indicadores universais, que só podem ser adquiridos em lojas especializadas e não são encontrados em todas as regiões do país. Depois, foi solicitado aos alunos que fizessem uma construção de uma escala de pH usando as cores dos experimentos nos copos descartáveis de café. Ainda em equipes foram entregues aos alunos, outro indicador – papel de tornassol para a análise do meio ácido-base e compará- lo na escala de pH. Foi aplicado um pós-teste, com o objetivo de investigar o que foi construído pelo aluno no decorrer das aulas ministradas. Por último, foi feito um levantamento, utilizando uma avaliação com perguntas orais sobre as impressões dos estudantes em relação às atividades realizadas.

Resultado e discussão

Após a aplicação do questionário A, observou-se que os alunos tinham pouco conhecimento sobre o conteúdo ácido-base. Foi ministrada uma aula, apresentando vídeos explicativos e recursos audiovisuais com participação dos alunos, para melhor fixação do conteúdo. A parte experimental foi analisar o caráter ácido ou básico de algumas soluções e produtos por meio do indicador natural “repolho roxo”, já preparado. Os alunos formaram grupos de cinco, recebendo 16 copinhos descartáveis de café, contendo os materiais: suco de limão, suco de laranja, maça, água de torneira, leite, refrigerante, xampu, sabonete, creme dental, desinfetante, detergente, amaciante, sabão em pó, sabão em barra, amoníaco e acetona. Em cada copinho foi adicionado um pouco do extrato de repolho roxo e cada equipe anotou o que ocorreu em cada um. As equipes separaram os materiais em duas grandes categorias com base nos resultados da experiência, explicando os critérios adotados. No nosso cotidiano existem substâncias que apresentam sabor azedo (vinagre, suco de limão etc.) e outras que apresentam sabor adstringente, que trava a língua, caracterizando os ácidos e as bases, respectivamente. Os indicadores tem uma escala de pH que varia de 1-14, do mais ácido ao mais básico. Posteriormente o questionário B foi aplicado, observando-se que os alunos compreenderam a distinção entre os ácidos e as bases. Após todo o trabalho realizado: aulas com vídeos explicativos, experimentos com os materiais citados, utilização do extrato de repolho roxo como indicador e entrevista com os alunos, foi verificado que as aulas com recursos audiovisuais e atividades práticas ajudam a entender melhor os conteúdos.

Conclusões

Verificou-se neste trabalho que há um grande interesse dos alunos quando o Professor utiliza a experimentação em suas aulas, podendo conciliar aulas teóricas e práticas no ensino da Química, além de permitir um ensino contextualizado, os estudantes podem explorar, elaborar e supervisionar suas ideias. O trabalho evidenciou que os alunos aprenderam melhor o conteúdo através de aula audiovisual e a prática. Conclui-se que é de fundamental importância vincular a prática à teoria, seja no Ensino Fundamental ou nas disciplinas de Química, Física e Biologia, ministradas no Ensino Médio.

Agradecimentos

Agradeço ao Conselho Regional de Química - 10ª. Região - pela ajuda financeira para participar do 14º. SIMPEQUI.

Referências

FRANCISCO JR., W.E. et al Uma abordagem problematizadora para o ensino de interações intermoleculares e conceitos afins. Química Nova na Escola, n. 29, p. 20-23, São Paulo, 2008.

MOREIRA, M.A. Modelos mentais. Investigações em Ensino de Ciências, v. 1, n. 1, Rio Grande do Sul, 2011.