Autores

Vargas, M.E.S. (INSTITUTO UFC VIRTUAL) ; Oliveira, R.N. (INSTITUTO UFC VIRTUAL)

Resumo

O objetivo deste trabalho foi analisar a percepção dos discentes da UAB de Jaguaribe-CE, sobre os Cursos da Educação a Distância (EAD). A UFC oferta os Cursos de Licenciatura em Química e Física, Letras Espanhol, Inglês e Português, a UECE, os de Administração Pública, Pedagogia, Licenciatura em Geografia e Computação e o IFCE, os de Hotelaria e Licenciatura em Matemática, totalizando 245 alunos matriculados. Foi aplicado um questionário à 118 discentes dos cursos citados. Desta análise, os discentes demonstraram adaptação à EAD, dificuldades de acesso às informações, poucas aulas presenciais e na conciliação do tempo de estudo e trabalho. Sugere-se uma melhoria no acervo da Biblioteca, mais aulas presenciais, para melhorar o elo entre as TIC’s e os Tutores Presenciais e a Distância.

Palavras chaves

Percepção; Discentes; Educação a Distância

Introdução

A educação a distância está crescendo devido à explosão do conhecimento ocasionado pelas novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) e do surgimento de uma sociedade cada vez mais baseada em informações, exigindo novas habilidades e novos conhecimentos por parte da força produtiva. Somente através da educação presencial não dá mais conta dessa demanda (HERMIDA, 2006, p.09). Para a EAD, o ato pedagógico não é mais centrado somente na figura do professor presencial. A criação de programas governamentais, como o PROUNI, mas que ainda se apresentam como um desafio, sendo que a EAD pode funcionar como melhoria à acessibilidade a Educação Superior. A dificuldade de conciliar trabalho e estudo pode ser minimizada com o surgimento das novas TIC’s. (Silva 2013, p.02), pode facilitar o acesso à informação de forma síncrona (simultânea) ou assíncrona (não simultânea). A implantação de programas de educação e treinamento a distância, conforme apontado por VARGAS (2003), além de requerer um alto investimento em tecnologias e capacitação, exige também, alterações no modo de planejamento e realização de treinamentos nas organizações. O objetivo deste trabalho foi verificar o nível de percepção dos discentes dos diversos cursos ofertados pela UAB: UFC, UECE e IFCE, no Pólo de Jaguaribe-CE, suas adaptações, as dificuldades, suas opiniões e a qualidade dessa nova modalidade de ensino, para a melhoria do EAD. Investigou-se no questionário a faixa etária dos discentes, a renda familiar, a escolaridade dos pais, experiência na EAD, materiais didáticos e suas expectativas. Foi solicitado aos discentes uma avaliação com relação aos tutores e sugestões de melhorias.

Material e métodos

Esta pesquisa foi realizada, através da aplicação de um questionário, de forma direta e presencial, aos discentes matriculados nos Cursos de Graduação da Universidade Aberta Brasil (UAB), na cidade de Jaguaribe -CE. Participaram da pesquisa 118 discentes distribuídos nos Cursos: Licenciatura em Química e Física, Letras/Espanhol, Letras/Inglês, Letras/Português, ofertados pela UFC (Universidade Federal do Ceará); Administração Pública, Pedagogia, Licenciatura em Geografia e Computação ofertados pela UECE (Universidade Estadual do Ceará) e Hotelaria e Licenciatura em Matemática ofertado pelo IFCE (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará), do total de 245 discentes matriculados. A resposta dos questionários serviram de análise para identificar a percepção que os discentes tinham sobre a Educação a Distância (EAD), suas dificuldades e propor melhorias de qualidade da modalidade do Ensino à Distância. Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva. Autores da área da Educação a Distância foram utilizados na discussão e confrontados com os resultados, sendo esta pesquisa realizada em setembro de 2015.

Resultado e discussão

Dos 118 discentes envolvidos na pesquisa, 90,9% foram do Curso de Licenciatura em Português/Letras da UFC. A faixa etária variou entre 20 até mais de 50 anos. Com relação a renda familiar, 37,4% recebem um salário mínimo e 1,6% acima de seis salários mínimos. Na questão socioeconômica dos pais, percebeu-se que a maioria apresenta um baixo grau de escolaridade e baixa renda familiar. Na adaptação da modalidade a distância, 14,4% afirmaram que é excelente, 50% boa, 32,3% regular e 3,3% ruim. As dificuldades enfrentadas: o acesso à Internet 8,5%, material didático 12%, aulas presenciais 43,2%, administração do tempo 28%, falta de laboratório 1,6% e tutor presencial 6,7%. A motivação para realizar o curso, 23% estão realizando o curso por que não havia outro de maior interesse, 8,5% já trabalham na área, 35,5% gostam do curso e da modalidade e 33% pela possibilidade de trabalho. Além do curso, 16,1% trabalham 1 turno por dia, 1,6% somente finais de semana, 65,2% manhã e tarde e 16,9% somente estudam. As dúvidas foram sanadas em tempo hábil pelo tutor a distância, 3,4% como excelente, 40,6% bom, 51% regular e 5% ruim. Na relação com o tutor presencial, 28% classificou como excelente, 45,7% boa, 23% regular e 3,3% ruim. A indicação por um curso em EAD, 95,7% indicaria e 4,3% não indicaria. Observando o otimismo em concluir o curso em tempo hábil, observou-se que 85,5% afirmaram sim e 14,5% indicam que não. Na nota atribuída ao tutor a distância, escada de cinco a dez, 0,8% recebeu nota cinco, 14,5% nota sete, 39% nota oito, 30,5% nota nove e 15,2% nota dez. No quesito expectativa de trabalho na cidade onde moram, 13,5% indicaram como excelente, 39% bom, 38% regular e 9,5% ruim.

Conclusões

O estudo analisou a percepção dos discentes da UAB, nos cursos ofertados pela UFC, UECE e IFCE do Pólo de Jaguaribe. Do questionário aplicado a 118 discentes, conclui-se que: apresentaram boa adaptação aos cursos de EAD, o acesso às informações é regular, são poucas as aulas presenciais, a relação com os Tutores são boas, as dúvidas são sanadas em tempo hábil, são otimistas em concluir o curso em tempo adequado e percebem uma boa expectativa de trabalho na cidade onde moram. Sugere-se como melhorias: ampliação do acervo da Biblioteca, o acesso à informação e maior número de aulas presenciais.

Agradecimentos

Agradeço ao Conselho Regional de Química - 10ª. Região - pela ajuda financeira para participar do 22º CIEAD.

Referências

HERMIDA, J. F. Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Cláudia Ramos de Souza Bonfim. Doutoranda em Educação (UNICAMP) - Bolsista CAPES. 2006.

SILVA, M. A. Diferenças e similitudes da educação a distância em países lusófono: o caso do Brasil, de Moçambique e de Cabo Verde. ESUD 2013 – X Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância Belém/PA, 11 – 13 de junho de 2013 – UNIREDE.

VARGAS. M.R.M. Educação a distância no contexto da mudança organizacional. In: Lima, S.M.V. (Org). Mudança Organizacional: teoria e gestão. Rio de Janeiro: FGV, 2003.