Autores
de Cássia Brito de Souza, C. (UFRA) ; Curcino Frota, R. (UFRA) ; Queiroz Pereira, M. (UFPA) ; Gonçalves, J. (UFRA) ; Carvalho de Souza, E. (UFRA) ; da Silva e Souza, S.H. (SEDUC PA) ; dos Santos Silva, A. (UFPA)
Resumo
Muitos assuntos tratados em Química de nível fundamental e médio, como é o caso dos nomes e símbolos químicos, envolvem a memorização de símbolos, nomes, fórmulas, etc., o que geralmente leva os alunos a não gostarem de tais assuntos, pois parecem ser difíceis e desinteressantes, principalmente se trabalhados de forma tradicional. Assim, neste trabalho se propõe um jogo, de fácil construção e execução, e feito com materiais de baixo custo e disponíveis amplamente em todo o território nacional, para trabalhar a temática símbolos e nomes dos elementos químicos de forma lúdica e mais atraente aos alunos, em classes de 9º ano do ensino fundamental ou no 1º ano do ensino médio, séries em que a temática em questão costuma ser abordada.
Palavras chaves
jogo didático; ensino de química; tabela periódica
Introdução
As aulas de Química ainda hoje são ministradas quase que exclusivamente de uma forma tradicional e não prazerosa, o que leva aos alunos do ensino fundamental e do médio a verem a Química como uma disciplina chata e difícil. Neste sentido, Soares, Okumura e Cavalheiro (2003) sugerem que seja muito importante que o professor procure diferenciar sua forma de ensino, de maneira que estimule e resgate o interesse dos alunos pelas aulas de Química, e, consequentemente, melhorem o processo de ensino-aprendizagem dessa disciplina. Além disso, Cunha (2004) lembra que jogos didáticos se constituem em um recurso didático que pode ser empregado com diversas finalidades no processo de ensino-aprendizagem, desde apresentar um conteúdo de forma introdutória, passando por outras possibilidades como a ilustração de aspectos relevantes de um assunto, meio de rever conteúdos de forma descontraída, sintetizar conceitos importantes e até mesmo como avaliação de temas já trabalhados em classe. Assim, neste trabalho se propõe a construção de um jogo de tabuleiro, que pode ser confeccionado pelos próprios alunos ou pelo professor, intitulado “Corrida na Tabela Periódica”, como instrumento de ensino para a temática tabela periódica e elementos químicos, seus nomes e símbolos.
Material e métodos
O jogo “Corrida na Tabela Periódica” aqui proposto é confeccionado com materiais de baixo custo e que permitem uma visualização adequada de todos os elementos químicos e suas principais informações. Tais materiais são: tesoura para papel, isopor, cola para isopor, E.V.A., régua de 50 cm, lápis, borracha, papel 40 kg e caneta hidrocor de tinta preta. Todos de fácil aquisição. Para a construção do tabuleiro do jogo, primeiramente se utiliza uma folha de isopor de 10 mm de espessura para servir como base da estrutura do jogo (o tabuleiro), na qual é colada a folha de papel 40 kg. São então confeccionadas as “casas” do jogo correspondente a cada elemento químico da tabela periódica, traçando-se as linhas e colunas da tabela com a ajuda da régua e lápis. Cada “casa” possui a medida proposta de 5 x 5 cm, dispostos em cores diferenciadas de E.V.A. para melhor representar as famílias e os períodos aos quais os elementos químicos pertencem (Figura 1). Também são utilizados 4 ou 5 pinos e um dado. Para iniciar o jogo se sorteia a ordem dos jogadores e o primeiro jogador lança o dado, andando no tabuleiro conforme o número sorteado, começando do H, e seguindo a lei de Moseley. Ele deve dizer o nome do elemento químico em que caiu, se acertar, continua, se errar passa a vez. Porém, nas famílias especiais da tabela, segue algumas regras adicionais: nos metais alcalinos, se acertar o nome anda 3 casas a frente; nos metais alcalinos-terrosos recua 3 casas e se acertam o nome continua jogando; nos gases nobres volta ao H, nos halogênios adianta-se até o próximo metal alcalino; nos calcogênios perde a vez. Vence quem chegar ao fim da tabela.
Resultado e discussão
O jogo “Corrida na Tabela Periódica” trabalha com temáticas referentes ao estudo dos elementos químicos, seus símbolos e nomes, além de tabela periódica, sua estrutura, ordenação e famílias especiais, propondo que o aluno, por meio do jogo, interaja com a tabela periódica, que, neste jogo, funciona como o tabuleiro do jogo, por onde os alunos-jogadores andam com seus pinos obedecendo a sua ordem de disposição (lei de Moseley). Ao se movimentar ao longo das colunas e dos períodos da tabela periódica, e tendo que dizer o nome de cada elemento químico em caia na sua casa, o processo de memorização dos nomes e símbolos dos elementos químicos vai ocorrendo de forma descontraída e progressivamente, o que concorda com o que diz Kishimoto (2002) a respeito do lúdico na educação, ou seja, que o lúdico apresenta duas funções, a lúdica e a didática, sendo que a primeira leva ao brincar, ao prazer e a segunda corresponde ao aprender, assimilar conteúdos, logo, aliando-se as duas funções, se tem aprendizagem com prazer.
Tabuleiro e pinos do jogo. O tabuleiro é todo colorido mostrando as diversas famílias da tabela periódica.
Conclusões
De acordo com o exposto antes, e tomando-se como base o que já se sabe sobre a questão do lúdico na educação, espera-se que o jogo de tabuleiro “Corrida na Tabela Periódica” seja uma boa proposta metodológica para a aprendizagem dos símbolos químicos e da tabela periódica, também se espera que a execução deste jogo possa elucidar questões de como o lúdico pode contribuir para o processo de ensino aprendizagem, bem como os benefícios dele no âmbito da socialização e no desenvolvimento das habilidades motoras e, por consequência, motive os alunos e facilite a aprendizagem dos estudantes.
Agradecimentos
Ao Programa Nacional de Formação Docente (PARFOR) da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).
Referências
CUNHA, M. B. Jogos de Química: Desenvolvendo habilidades e socializando o grupo. Eneq 028- 2004.
KISHIMOTO, T.M.. O Brincar e suas teorias. São Paulo: Thomson Learning, 2002.
SOARES, M. H. F. B.; OKUMURA, F.; CAVALHEIRO, T. G. Proposta de um jogo didático para ensino do conceito de equilíbrio químico. Química Nova na Escola, n. 18, p. 13-17, 2003.