Autores

Silva, A.M. (UFC) ; Silva, A.R.A. (UFC)

Resumo

A cibercultura surgiu a partir da comunicação virtual e hoje com o advento das redes sociais tem cada vez mais se intensificado em nossa sociedade, principalmente no público jovem. Nessa perspectiva surge-se uma forma de contribuir para a contextualização do ensino de química, que é aliar a cibercultura ao ensino. Essa ideia consiste em criar um grupo virtual no Facebook para os alunos do 3° ano da EEM Almir Pinto, Aracoiaba-CE, de modo que os mesmos possam desfrutar das potencialidades que a cibercultura nos proporciona, que é a troca e compartilhamento de informações, gerando-se portanto, um conhecimento mais abrangente e atualizado com a realidade sobre os assuntos que se estuda em sala de aula, por meio de imagens e recursos audiovisuais, como vídeo de aulas disponibilizada no Youtube.

Palavras chaves

Cibercultura; Ensino de Química; Contextualização

Introdução

O ciberespaço vem quebrando as barreiras sociais, espaciais e culturais, uma vez que permite a troca de informações. Essa interação vem modificando o modo de pensar e agir, proporcionando, também, uma mudança nos valores humanos, ou seja, o ciberespaço desenvolve uma nova cultura unificada, a partir da junção de diversas culturas. A essa mudança Lévy denomina de “cibercultura” (LÉVY, 1999, p. 17). O desinteresse dos alunos pelos estudos se tornou um grande problema para a educação no Brasil. Esse desinteresse se concentra, principalmente, nas disciplinas de exatas, como a Matemática, Física e Química, no ensino médio. Nessa perspectiva, o presente trabalho surgiu com a finalidade de usar esses meios de interação como uma ferramenta educacional no ensino de Química, inserindo os conteúdos estudados dentro da sala de aula nas redes sociais usadas pelos educandos. Lemos (2003, p. 23) ver a cibercultura como a forma sociocultural que emerge da relação simbiótica entre a sociedade, a cultura e as novas tecnologias de base microeletrônica. O projeto foi desenvolvido em uma turma de 3° ano da Escola de Ensino Médio Almir Pinto, em Aracoiaba/CE, e deu-se por meio da criação de um grupo para os alunos, por meio do Facebook. Segundo dados do Wikipédia (2016), o Facebook é, atualmente, a maior rede social do mundo. Nesse ambiente foram expostos curiosidades, dicas sobre os conteúdos estudados durante aulas de química e vídeo-aulas disponibilizadas no Youtube, onde os estudantes puderam interagir e tirar suas dúvidas sobre o que se estuda em sala de aula. Ao fim da pesquisa foi feito uma comparação no desempenho desses alunos, com os demais estudantes de outra turma de 3° ano da escola em que o projeto não foi aplicado, e o resultado demonstrou melhoria no rendimento.

Material e métodos

O presente trabalho foi realizado com alunos do 3° ano da EEM Almir Pinto, em Aracoiaba-CE. Foi realizado levantamento de informações e opiniões sobre o ensino de química e o uso das redes sociais, cuja finalidade foi obter informações sobre a turma para isso foi aplicado um questionário para os alunos, para a obtenção dos seguintes dados: a) visão dos alunos sobre o ensino de química na escola; b) as principais redes sociais usadas pelos alunos; c) com qual frequência e finalidade os mesmos usam as redes sociais; d) se o alunos já ouviram falar sobre o termo cibercultura; e) a visão dos alunos sobre o uso das redes sociais como ferramenta didática. Foi também, elaborado um questionário direcionado aos professores de Química para coletar a opinião desses educadores sobre as dificuldades no ensino de Química e o possível uso das redes sociais como uma ferramenta didática. Com a coleta dos dados, partiu-se para o desenvolvimento do ambiente virtual, e foi escolhido o Facebook por ser a rede social mais utilizada pelos alunos. Foi criado um grupo constituído de 42 alunos, denominado de “CiberQuímica AP”. Após a criação do ambiente virtual e da adição dos alunos, o grupo foi utilizado com a finalidade educativa de dar suporte aos alunos com relação aos conteúdos estudados em sala de aula, de forma a colaborar para contextualização dos assuntos ensinado nas aulas de química e divulgar informações aos alunos. A seguir estão algumas atividades realizadas no grupo, nos quais representam essas finalidades: I) Divulgação de informações aos alunos; II) Uso de vídeos para contextualização do conteúdo; III) Dicas aos alunos sobre os conteúdos estudados; IV) Exposição das atividades realizadas em sala de aula. Para completar o trabalho, 10 professores foram estrvistados sobre o tema.

Resultado e discussão

De acordo com a pesquisa aplicada na Escola Almir Pinto com 42 alunos do ensino médio, foi aplicado um questionário. Observou-se que 60% dos alunos entrevistados dizem gostar das aulas de Química, no entanto, uma parcela considerável correspondente a 40% afirma não gostar. Ao serem questionados se acham as aulas de Química interessantes, percebe-se que apenas 38% acham, e a maioria (62%) pensa ao contrário. Tal fato pode ser evidenciado pela forma como a disciplina é transmitida, em muitas ocasiões o único recurso utilizado é o livro didático. Quando questionados se já tinham ouvido falar em cibercultura, apenas 24% que sim, e uma grande maioria (76%) desconhece o termo cibercultura. Com esse dado, conclui-se que a cibercultura apesar de está presente no dia a dia das pessoas, ainda poucos conhecem o seu significado. Questionados sobre quais redes sociais os alunos eram usuários, obteve-se os seguinte dados (fig. 2): somente Facebook – 25%; Facebook e Whatsapp – 28%; Facebook e Twitter – 10%; Facebook, Whatsapp, Instagram e outros – 37%. Com esses dados é percebível que o Facebook é preferência entre os entrevistados, o que possibilita o seu uso direcionado ao ensino. A pesquisa na internet, utilizada por 8 dos 10 professores entrevistados, seguido do uso do DataShow para a exposição de suas aulas. Apenas dois professores afirmaram usar as redes sociais e outros dois o computador em suas aulas. A internet já é usada pelos professores, tornando ser possível o uso das redes sociais, já que é um recurso ainda pouco utilizado nas aulas, mas muito utilizada pelos alunos para outras finalidades (fig. 3). 90% dos professores creem que as redes sociais podem se tornar uma ferramenta eficaz para o ensino de Química, desde que bem usada.

Figuras 1 e 2 - Cibercultura

A Cibercultura e as Redes Sociais usadas pelos alunos.

Figura 3 - Recursos Tecnológicos

Recursos tecnológicos utilizados pelos professores

Conclusões

O desenvolvimento do projeto Cibercultura no Ensino de Química com os alunos da EEM Almir Pinto em Aracoiaba-CE teve a finalidade de contribuir para a contextualização do ensino, e consequentemente a retomada do prazer pela química, a partir do uso de um recurso bem presente no cotidiano e indispensável para os jovens, as redes sociais. É notório que as redes sociais apresentam um grande potencial na troca de informação e conhecimento, porém o seu uso na área educacional é visto como algo recente, sendo então, necessário um melhor aprofundamento nos estudos sobre o seu uso na educação.

Agradecimentos

1.Escola de Ensino Médio Almir Pinto, localizada em Aracoiaba-Ceará. 2.Coordenação do Curso de Licenciatura Semipresencial em Química. 3.Instituto UFC Virtual.

Referências

LEMOS, André. Cibercultura: tecnologia e vida social na cultura contemporânea. Porto Alegre: SULINA, 2003.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

WIKIPÉDIA. Desenvolvido pela Wikimedia Foundation. Facebook.
Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Facebook>. Acesso em: 24 mar. 2016.