Autores

Sousa, B. (IFMA) ; Fernandes, E. (IFMA) ; Moraes, L. (IFMA) ; Rojas, M. (IFMA) ; Moraes, J. (IFMA)

Resumo

Em decorrência dos parâmetros curriculares nacionais para o ensino médio que sugerem a estimulação da leitura científica e contextualização destes saberes com o cotidiano, um número crescente de autores sugere a proposição de metodologias inovadoras e eficazes como auxílio ao ensino-aprendizagem. O teatro pode ser visto como um elemento motivador ao ensino voltado para uma aprendizagem interdisciplinar, que coloca em prática os pressupostos indicados nos PCN (2002), visto as potencialidades de sócio cientificas e capacidade de assimilação que a prática teatral pode desencadear. O trabalho apresentado relata a experiência educacional desenvolvida com alunos graduandos do curso de licenciatura plena em química,como ferramenta e metodologia viável para o ensino médio.

Palavras chaves

Teatro; Interdiciplinariedade; Ensino de Química

Introdução

O estudo da Química esta inserido na área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias, que é vista pela maioria dos alunos com rejeição causada principalmente pelas inúmeras lacunas do ensino tradicional, cabendo ao professor de acordo com os PCN(2002), propor e sugerir metodologias que facilitem e incentivem o ensino aprendizagem. Para as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio (DCNEM), a abstração, a capacidade de pensar múltiplas alternativas para a solução de um problema, trabalho em equipe, aceitação de críticas, dentre outras configuram competências enquadradas no dever escolar (BARRETO et al, 2007). O teatro permite que os sujeitos participantes do projeto, adquiram não só assimilação de conhecimentos científicos, mas também, o desenvolvimento social e cidadão (BRAGA; MEDINA, 2010). Como instrumento didático, torna-se assim como todos os outros meios de propagação cientifica, um importante instrumento auxiliador ao ensino aprendizagem, haja vista o potencial interdisciplinar que os elementos do teatro, como as luzes, som, vocabulário dramático dentre outros, favorecem á motivação para o estudo da ciência e consequente despertar da curiosidade sobre os conceitos científicos tanto dos atores quanto da plateia (BARBACCI, 2002). O teatro químico, enquadra-se como um dos importantes meios para a contextualização de conhecimentos, tanto científicos como pedagógicos, tendo em vista tais aspectos, neste trabalho relatamos a experiência educacional de construção e elaboração de uma peça teatral, para a contextualização de assuntos de Química Geral, almejando analisar a viabilidade deste tipo de metodologia no ensino superior de Licenciatura plena em Química a fim de propor este recurso como instrumento auxiliar aos futuros discentes.

Material e métodos

O presente trabalho foi dividido em cinco etapas, seleção dos conteúdos, revisão bibliográfica, elaboração cautelosa do roteiro da peça, ensaios e gravação. A seleção dos conteúdos pautou-se na seleção de conteúdos básicos de Química, que possuem informações que não estão disponíveis nos livros didáticos, a revisão bibliográfica visou analisar quais conceitos químicos seriam abordados, a elaboração do roteiro teve como base a relação ciência e cotidiano, os ensaios contribuíram para á construção e sistematização da peça que culminou com a gravação em um cenário adequado ao contexto do roteiro. Partindo do pressuposto de que o uso bem sucedido da metodologia teatral para o ensino de Química, assim como qualquer outra metodologia ou instrumento metodológico, precisa ser mediado á favorecer o diálogo entre os alunos, conhecimento científico, e professor (NETO; PINHEIRO; ROQUE, 2013). Realizaram-se análises sobre a potencialidade da utilização do teatro para o ensino de química, com uma abordagem no ensino superior, visando que a partir da inversão de papeis, os próprios professores como sujeitos participantes da proposta, fossem capazes de avaliar o potencial deste recurso. A Análise da metodologia foi realizada por pesquisa qualitativa com base nos referenciais de análise propostos por Braga e Medina (2010), para a avaliação da proposta metodológica após o término da peça, com a realização de um focus group, nome titulado pelos autores, para uma entrevista aberta onde os alunos puderam avaliar sua participação no projeto, e apresentar contribuições que favorecessem ao melhor desempenho da metodologia no ensino médio.

Resultado e discussão

A etapa de construção detalhada do roteiro da peça teatral pautado na revisão bibliográfica foi destacada no focus group, como um dos momentos de maior aprendizado com relação aos conteúdos, o ensaios foi destacado pelos futuros discentes como etapa interdisciplinar de construção de laços sociais e técnicas, como oratória e desenvoltura perante ao público. Cerca de 85% dos sujeitos participantes da atividade afirmaram que a metodologia é enquadrada como um dos recursos viáveis ao ensino de química. Somente cerca de 15% dos sujeitos não posicionaram-se positivamente a cerca da proposta, haja vista que em alguns casos a relação intergrupal causou conflitos de ideias. Porém, como qualquer outra atividade em grupo o teatro químico surge a proposta de ensinar e divulgar a ciência de forma dramática, cotidiana e social, sendo importante destacar que uma de suas características relevantes para aplicação em sala de aula, é a construção de pensamento crítico e social.A avaliação da proposta, no focus grup possibilitou o destaque de alguns argumentos dos professores, como a proposição de desenvolvimento da metodologia em um projeto escolar envolvendo todas as disciplinas. Professor participante 1: “A possibilidade de relacionar as disciplinas de linguística, português , artes e ciências em um único trabalho, possibilita que toda escola motive-se em prol de uma única ação, que possui potencial grandioso para o ensino aprendizado.” Outras sugestões nortearam-se a cerca de que as peças desenvolvidas pelos alunos, poderiam ser sistematizadas em cartilhas, e os vídeos disponíveis em um canal ou site da escola, para que atingisse a comunidade como um todo possibilitando não só o aprendizado de conceitos químicos, como a divulgação dos conhecimentos científicos.

Conclusões

Contudo, é possível afirmar e sugerir a utilização do teatro como ferramenta auxiliadora tanto para o ensino de Química como de ciências, tendo em vista os resultados e observações favoráveis ao ensino aprendizagem que a metodologia em discussão favoreceu aos professores.Apresentar a ciência de maneira nova e com a utilização de elementos diferentes, favorece a motivação dos alunos e possibilita o despertar para novas ideias e argumentos.

Agradecimentos

IFMA, CAPES

Referências

BRAGA, Marco Antonio Barbosa; MEDINA, Márcio N. O teatro como ferramenta de aprendizagem da física e de problematização da natureza da ciência. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 27, n. 2, p. 313-333, 2010.

DO ENSINO MÉDIO, Parâmetros Curriculares Nacionais. Ciências da Natureza. Matemática e suas Tecnologias, MEC, 2002.

NETO, Hélio da Silva Messeder; PINHEIRO, Barbara Carine Soares; ROQUE, Nídia Franca. Improvisações Teatrais no Ensino de Química: Interface entre Teatro e Ciência na Sala de Aula. Química Nova na Escola, v. 35, n. 2, p. 100-106, 2013.

RODRIGUES, R. C.; FURTADO, Wagner Wilson. JOGOS TEATRAIS NO ENSINO DE HISTÓRIA DA CIÊNCIA: trabalhando com modelos atômicos em turmas do último ano do Ensino Fundamental. In: Atas do VIII ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências/I CIEC Congresso Iberoamericano de Investigación en Enseñanza de las Ciências. 2011.