Autores

Santiago, L.F. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Sousa Neto, V.O. (UECE) ; Ferreira, A.S. (UECE) ; Rodrigues, F.I.L. (UECE) ; da Silva, J.E. (UECE) ; Pacífico, S.N. (UECE) ; Fernandes Filho, F.E. (UECE) ; Nonato, E.C. (UECE) ; de Lima, D.R. (UFC) ; Rodrigues, J.T. (EEP MONSENHOR ODORICO) ; de Sousa, L.R. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ)

Resumo

A necessidade de novos métodos pedagógicos tem se feito presente no meio escolar, principalmente as que proporcionem aos estudantes de química do uma participação mais ativa nas aulas. Visto que a maior parte do conteúdo da disciplina é dado de forma expositiva, pois muitos professores não se sentem preparados pra ministrar as aulas práticas. Com isso, o que os alunos aprendem em sala não tem conexão com sua vida cotidiana, fazendo com que eles não tenham tanto interesse pelas aulas de química. Esse trabalho tem como objetivo fazer um levantamento das dificuldades elencadas por alunos do terceiro ano do Ensino Médio sobre as aulas de Química na escola profissionalizante no município de Tauá Ceará, e destacar a utilização do laboratório com uma importante ferramenta de ensino.

Palavras chaves

Ensino Médio; Química; Laboratório

Introdução

A Química está do currículo escolar no ensino básico, e é considerada pelos alunos uma disciplina de difícil compreensão e abstração, o que a carreta, dificuldade de aprendizagem, assimilação de conceitos e aplicabilidade no cotidiano (VIEIRA; MEIRELLES; RODRIGUES, 2015). As atividades experimentais, tanto no ensino médio como nas faculdades, ainda são muitas vezes tratadas de forma sem qualquer análise. Os estudantes têm oportunidades limitadas no processo de coleta de dados, análise e elaboração de hipóteses, ou seja, agente passivo da aula. Muitas das pesquisas têm por objetivo uma metodologia que priorizem a aprendizagem dos alunos de forma ativa (SUART; MARCONDESB, 2009). De uma maneira geral as aulas práticas de laboratório são superficiais, limitando o aprendizado e não despertando o interesse dos alunos por conceitos científicos. Porém, a utilização de materiais relacionados com o dia-a-dia dos estudantes faz com que a curiosidade aumente, tanto pelos entendimentos dos fenômenos como também pelo trabalho experimental (LUZ JUNIOR et al, 2004). Navarro, et al.,(2005) sugere que é possível uma reflexão a partir das aulas em laboratório nos experimentos tradicionais de química orgânica, pois possibilita a fácil compreensão, pois estão presentes no dia-a-dia, além de ser multidisciplinares. De fato, a experimentação no laboratório no espaço escolar possibilita a contextualização das aulas de ciências, e assim, favorecendo a compreensão a partir de uma conjuntura social. Isso permite aos estudantes a possibilidade de trabalhar a investigação e a formação de concepções a partir da resolução de problemas (WHITE; FREDERIKSEN, 1998; VAN ZEE, 2000; VAN ZEE, LAY; ROBERTS, 2003 apud VIEIRA; MEIRELLES; RODRIGUES, 2015).

Material e métodos

O referido trabalho foi realizado a partir de pesquisas quantitativa e qualitativa, com o objetivo de conhecer os pensamentos dos alunos do terceiro ano do Ensino Médio da Escola de Ensino Profissional Monsenhor Odorico de Andrade, localizada no município de Tauá Ceará. A escolha dessa turma foi motivada porque esses estudantes apresentarem um tempo maior de convivência com a estrutura da escola, e suas metodologias de ensino. Para compreender melhor o ponto de vista dos alunos sobre a importância das aulas da disciplina de Química, foi a aplicado um questionário contendo questões objetivas e subjetivas. As respostas das questões subjetivas foram agrupadas segundo o critério de semelhanças entre as mesmas. A partir desses dados buscou-se identificar que fatores influenciam o interesse dos estudantes pelas aulas. Existem em media 158 alunos matriculados, divididos em quatro turmas, em Informática, Administração, Enfermagem e Agronomia compondo o terceiro ano da escola. A população da amostra de estudantes utilizada para pesquisa foi de 38% dos estudantes totais. Todos foram informados dos objetivos do trabalho e da privacidade de suas identidades.

Resultado e discussão

Os resultados obtidos foram que 86% dos alunos disseram gostar das aulas da disciplina, 14% afirmaram não gostarem de química. Os dados são mostrados na figura1. Um dado bastante interessante é que 100% dos estudantes que participaram da pesquisa dizem gostar das aulas práticas no laboratório de química figura 2. Quanto aos motivos que atrairiam o interesse dos alunos o levantamento constatou que 7% atribuíram o interesse aos livros didáticos, a didática do professor foi citada por 14%. Destaca-se que 29% dos alunos que participaram da pesquisa manifestaram que, o conteúdo apresentado deveria está relacionado ao cotidiano. Surpreendentemente outros 29% relataram que a motivação ao estudo de química poderia ocorrer com a participação da escola em olímpiadas de química, por exemplo, os alunos que não souberam ou destacaram outros motivos foram de 16% e 5%, respectivamente como mostra o figura 3. E como sugestões para melhorar o ensino de Química, 39% das sugestões dos estudantes foi a inclusão mais aulas prática, seguido de 29% de aulas mais dinâmicas,14% dos estudantes que participam da pesquisa não souberam responder, 18% destacaram outras propostas com aulas voltadas para o vestibular e o Enem ou relacionadas com o cotidiano. Como mostra a figura 4. A tabela 1 mostra as manifestações de alguns estudantes que participaram da pesquisa. A figura 5 representa as opiniões dos alunos sobre a influencia das aulas práticas no conteúdo proposto pelo currículo. Os resultados do questionamento mostraram que 87% dos estudantes entenderam que que sim, as aulas práticas ajudam a entender melhor o conteúdo de química, nenhum aluno afirmou que elas não auxiliavam na assimilação, não souberam e não responderam foram 2% e 11%, respectivamente, algumas das justificativas na tabela 2.

imagem 1

Figuras 1, 2, 3 e 4

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Figura 5 e Tabelas 1 e 2

Conclusões

A pesquisa sugere que as aulas experimentais são importantes ferramentas para auxiliar a aprendizagem dos alunos e deve ser utilizada de forma mais adequada para tornar os conteúdos ensinados algo mais compreensível e que esteja mais relacionado ao cotidiano dos estudantes. A metodologia utilizada pela escola conseguiu atrair a atenção dos alunos, mantendo-os motivados nas aulas, e tornando-se até certo ponto mais participativos nas salas de aula. Os dados obtidos sugerem que as aulas experimentais aplicadas têm instigado os alunos positivamente para o caminho de novas descobertas.

Agradecimentos

Universidade Estadual do Ceará, GPBIO, UVA, IDETE e EEP MONSENHOR ODORICO.

Referências

LUZ JUNIOR, G. E. DA ; SOUSA, S. A. A.; MOITA, G. C; NETO, J. M.; QUÍMICA GERAL EXPERIMENTAL: UMA NOVA ABORDAGEM DIDÁTICA. Departamento de Química, Universidade Federal do Piauí, Teresina – PI. Quim. Nova, Vol. 27, No. 1, p.164-168, 2004.
NAVARRO, M.; SENA, V. L DE M.; SRIVASTAVA, R. M.; NAVARRO, D. M DO A. F.; ATUALIZANDO A QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL DA LICENCIATURA. Departamento de Química Fundamental, Centro de Ciências Exatas e da Natureza, Universidade Federal de Pernambuco, Cidade Universitária, Recife – PE. Quim. Nova, Vol. 28, No. 6, 1111-1115, 2005.
SUART, R. C.; MARCONDESB, M. E. R.; A manifestação de habilidades cognitivas em atividades experimentais investigativas no ensino médio de química. Ciências & Cognição 2009; Vol 14 (1): 50-74.
VIEIRA, E.; MEIRELLES , R. M. S.; RODRIGUES, E: O USO DE TECNOLOGIAS NO ENSINO DE QUÍMICA: A EXPERIÊNCIA DO LABORATÓRIO VIRTUAL QUÍMICA FÁCIL C.G. A. (1,3) Disponível em:<http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/viiienpec/resumos/R0468-1.pdf>. Acessado em: 15 Out. 2015.