Autores

Magalhães, A.C. (UFC) ; Menezes, F.E.S. (UFC) ; Almeida, M.M.B. (UFC) ; Fernandes, M.F.L. (UFC)

Resumo

O acumulo de conhecimento é de fundamental importância para o rendimento satisfatório em disciplinas de um modo geral. Particularmente nas disciplinas de química analítica isto é fundamental. A verificação destas deficiências e eventual correção ou modificação da abordagem dos tópicos em questão é de fundamental importância para que os alunos mantenham bagagem suficiente para o pleno êxito nas disciplinas subsequentes. O objetivo deste trabalho foi o de investigar em qual das quatro titrimetrias (ácido-base, precipitação, oxirredução e complexação) os alunos tem maior deficiência na disciplina de Química analítica II (Química analítica quantitativa). Constatou-se que a maior deficiência está na titrimetria de complexação e dentro desta a compreensão da constante de estabilidade.

Palavras chaves

Deficiência; Aprendizagem; Quantitativa

Introdução

O acumulo de conhecimento é de fundamental importância para o rendimento satisfatório em disciplinas de um modo geral. Particularmente nas disciplinas de química analítica isto é fundamental. O fato de um aluno ter obtido o conceito para lograr aprovação em uma determinada disciplina, muitas vezes não é suficiente para que ele consiga lograr aprovação em disciplina subsequente. Nestes casos eles carregam consigo dúvidas que implicam em um não entendimento em disciplinas posteriores. A verificação destas deficiências e eventual correção ou modificação da abordagem dos tópicos em questão é de fundamental importância para que os alunos mantenham ao longo do curso, bagagem suficiente para o pleno êxito nas disciplinas. Modificações na metodologia de disciplina de química analítica foi proposta por (ABREU et all, 2006), onde se realizou a parte prática da disciplina para depois apresentar a teoria com discussões contextualizadas. Na disciplina de Química Analítica II (analítica quantitativa) são abordados os quatro tipos de titrimetria (ácido-base, precipitação, oxirredução e complexação), estes tópicos são subdivididos em sub-tópicos onde sua compreensão é a base para compreensão de disciplinas seguintes. O objetivo deste trabalho foi o de investigar em qual dos quatro tópicos citados os alunos tem maior deficiência na disciplina de Química analítica II (Química analítica quantitativa).

Material e métodos

A investigação foi realizada em uma turma do curso de Bacharelado em Química da UFC na disciplina de química analítica III em 2016.1 (Química Analítica instrumental). Esta disciplina é cursada em semestre subsequente na matriz curricular do curso. Aplicou-se um questionário de 11 perguntas onde os alunos tinham que responder onde sentiam mais dificuldade nas quatro titrimetrias apresentadas e destas quais foram os sub-tópicos onde tiveram maior dificuldade. Os questionários foram obtidos de forma anônima onde haviam perguntas abertas e fechadas de forma a coletarmos uma maior quantidade de informações. Investigou-se também a correlação existente entre teoria e prática quanto à compreensão dos assuntos, condições físicas do laboratório e forma de avaliações. Levantaram-se gráficos para comparações dos resultados.

Resultado e discussão

Das quatro titrimetrias apresentadas, verificou-se que os alunos sentiram maior dificuldade na titrimetria de complexação (53,57%) seguido por oxirredução (46,43%). No gráfico verifica-se que dentro do tópico titrimetria de complexação 73,33% responderam que o assunto constante de estabilidade foi o assunto onde tiveram maior dificuldade. Em trabalho de investigação similar (Gomes et al, 2008) constatou que os alunos não apresentaram articulação conceitual estruturada resultando em dificuldades e concepções que indicam que a aprendizagem do tema não foi significativa. No mesmo gráfico verifica-se que dentro de titrimetria de oxirredução 76,92% respondeu que sentiram maior dificuldade no assunto cálculo da concentração das espécies. Investigação semelhante foi verificada (FERREIRA et all, 2015) onde se verificou que o conhecimento das dificuldades de aprendizagem assume um papel central no processo de ensino e aprendizagem. Em relação à associação da teoria com a prática, 50% respondeu que isto ocorre na maioria das vezes. Verificou-se também que 60,71% informou que a realização das práticas diminuiu a dificuldade de compreensão da teoria.

Conclusões

Os resultados demonstraram que as titrimetrias de oxirredução e complexação foram aquelas onde os alunos sentiram maior dificuldade. Dentre estas o cálculo da concentração das espécies e a constante de estabilidade foram àquelas que se destacaram. Isto denota que os alunos ainda sentem dificuldades em cálculos, o que é essencial em química analítica quantitativa e também a compreensão de constante de estabilidade que está relacionada diretamente com a compreensão de equilíbrio químico. Pode-se dizer que estas carências foram da disciplina de química analítica quantitativa, mas também de disciplinas anteriores a esta, pois a parte de cálculos e de equilíbrio ainda é vista em química geral e química analítica qualitativa. A dificuldade no aprendizado sobre o equilíbrio químico e suas consequências para o aprendizado de química analítica quantitativa foi objeto de investigação (BERTOTTI, 2011). O acumulo destas deficiências certamente resultou em baixa compreensão por parte dos alunos. Modificações na abordagem dos tópicos por parte dos professores pode ser uma saída plausível, acompanhada de revisões com auxilio de monitores e livros de bibliografia específica.

Agradecimentos

Os autores agradecem a UFC pelas informações obtidas.

Referências

ABREU, D. G.; COSTA, C. R.; ASSIS, M. D.; Yamamoto, Y. Uma proposta para o ensino da Química Analítica Qualitativa. Quim. Nova 2006, v. 29, n. 6.

BERTOTTI, M. Dificuldades conceituais no aprendizado de equilíbrios químicos envolvendo reações ácido-base. Quim. Nova 2011, v. 34, n. 10.

FERREIRA, J.A.M.G.; OLIVEIRA, O.A.; SILVA, M.G.L.; BRITO, A.C.F. Dificuldades de aprendizagem dos alunos do curso de licenciatura de química a distância da UFRN relacionadas ao conteúdo de soluções. In: 1º Simpósio Nordestino de Química, Natal-RN, 2015.

GOMES, J.N.; RECENA, M. C. P. Concepções sobre Equilíbrio Químico de alunos ingressantes no curso de Química – Licenciatura da UFMS. In: XIV Encontro Nacional de Ensino de Química, Curitiba-PR, 2008.