Autores

João, G. (IFC) ; Arend, K. ()

Resumo

AS IMAGENS SÃO IMPORTANTES PARA O ENSINO DAS CIÊNCIAS PARA QUE SEJA POSSÍVEL REFORÇAR O CONHECIMENTO CIENTÍFICO. IMAGENS OBTIDAS PELA MACROFOTOGRAFIA TEM SIDO USADA EM MATERIAIS DIDÁTICOS PARA MOSTRAR DETALHES DO OBJETO FOTOGRAFADO QUE NÃO PODEM SER VISUALIZADOS A OLHO NU. O OBJETIVO DESSE TRABALHO FOI DESENVOLVER IMAGENS FOTOGRÁFICAS USANDO A MACROFOTOGRAFIA COM TABLET, COM O INTUITO DE FORTALECER O CONHECIMENTO EM RELAÇÃO ÀS PROPRIEDADES DO IODO COMO SOLUBILIZAÇÃO E SUBLIMAÇÃO. AS IMAGENS PRODUZIDAS MOSTRAM DETALHES DA SOLUBILIZAÇÃO EM SOLVENTES COM DIFERENÇA DE POLARIDADE, INCLUSIVE DA CRISTALIZAÇÃO DO IODO. TAMBÉM, DETALHES EM RELAÇÃO A SUBLIMAÇÃO DO MATERIAL. NOSSO TRABALHO MOSTROU QUE, AS IMAGENS PRODUZIDAS PODEM SER USADO COMO MATERIAL DIDÁTICO DEVIDO À FACILIDADE DE OBTENÇÃO.

Palavras chaves

MACROFOTOGRAFIA; IODO; MATERIAL DIDÁTICO

Introdução

As imagens têm importante papel pedagógico no processo de ensino- aprendizagem, e são frequentemente usadas no ensino de Ciências (SILVA, et al., 2006). Podem facilitar a compreensão do que está sendo discutido, pois para Silva (2006), é ‘como se diante da imagem estivéssemos diante da realidade do objeto, da situação, do fenômeno’. O uso de imagens de reações químicas que geralmente são perigosas e inacessíveis à muitas escolas, já tem sido feita. Bartmer e colaboradores (2013) fizeram imagens para serem usadas como ferramenta no ensino, percebendo que o uso dessas poderia favorecer a divulgação da ciência, em especial a Química. Atualmente, com o uso de novos recursos tecnológicos é possível para tornar o ensino mais atraente (LEITE, 2015). Dessa forma, o uso de imagens permite novas possibilidades que podem ser exploradas pelos professores. Entre elas se destacam a macrofotografia, que é muito usada em algumas áreas das ciências, pois mostra informações relevantes do material fotografado, de pequenos animais, rochas ou flores (PHILIP, 2015). Essa técnica fotográfica, depende de lentes especiais que permitem ampliar consideravelmente objetos diminutos (AULETE, 2011). Sendo possível, imagens com ampliação de até dez vezes o tamanho original do objeto fotografado (BORBA, 2011). O trabalho de Liang e colaboradores (2015) possui imagens com o objetivo de mostrar a beleza de algumas reações químicas, usando equipamentos de última geração que produzem imagens de alta resolução. Outros autores, verificaram que nem sempre é preciso o uso de equipamentos de alto custo para conseguir imagens em escala macro (VIEIR; LARA, 2006). O objetivo desse trabalho foi produzir imagens com o uso da macrofotografia em estudo da química do iodo, utilizando equipamentos acessíveis

Material e métodos

Esse trabalho foi desenvolvido por um aluno bolsista PIBID do Curso de Licenciatura em Química do IFC – campus Araquari. Visando produzir macrofotografia para serem utilizadas no Ensino da Química, foi realizada inicialmente uma pesquisa detalhada da química do iodo, e selecionados alguns experimentos que poderiam ser fotografados. As imagens foram obtidas usando um tablet Positivo com uma uma lente retirada de um apontador a Laser sobre a lente desse equipamento. Os produtos químicos selecionados foram colocados em lâminas para uso microbiológico.

Resultado e discussão

As imagens produzidas podem ser vistas nas Figuras 1 e 2. É possível perceber claramente que a solubilidade do iodo em água é potencializada com a adição de iodeto, pois em água somente não se percebe uma coloração nítida em volta do iodo, porém quando se adiciona o iodeto de potássio (Figura 1), ocorre a formação do íon triodeto favorecendo a solubilização (VOGEL, 2002). Dentre os solventes apresentados, a solubilidade do iodo em acetona e tolueno é maior que no álcool e na água. Percebe-se que em solventes polares a cor da solução é castanha, já em solventes apolares, como é o caso do tolueno, a solução possui uma coloração violeta-escuro. A formação de cristais também pode ser observada, mais nitidamente quando se utiliza a acetona como solvente, pois se a solubilidade é maior, maior é a quantidade de cristais formada. A Figura 2 mostra a recristalização do iodo com acetona. Depois da adição de uma gota de acetona sobre um cristal de iodo, num primeiro momento, percebe-se a solubilização do iodo pela mudança de cor, e devido a volatilidade da acetona, a cristalização ocorre rapidamente. As imagens produzidas revelam a formações dos cristais do iodo em várias etapas. Outra característica observada facilmente nas imagens obtidas é a sublimação do iodo. Em experimento simples é possível observar a coloração próxima a superfície de uma gota de álcool em gel, mesmo que o iodo não tenha contato com o álcool. Porém, em poucos minutos ocorre a solubilização do material e a solução se torna marron escuro. Ressalta-se que nesse caso uma pequena quantidade do material foi utilizada, sendo também mais seguro considerando a toxicidade do iodo.

Conclusões

As imagens produzidas utilizando a macrofotografia nos estudos do iodo mostram detalhes interessantes em relação a solubilidade, cristalização, sublimação e reação do iodo. Indicando que esse material pode ser utilizado como material didático em sala de aula. Ressalta-se que, a quantidade de reagentes usada para o desenvolvimento das imagens é muito pequena, gerando uma quantidade irrisória de resíduo químico. Também, considera-se que devido a toxicidade de alguns reagentes, a obtenção de imagens usando a macrofotografia seria mais adequada, pois utiliza equipamentos de fácil acesso.

Agradecimentos

A CAPES

Referências

AULETE, C. Novíssimo Aulete dicionário contemporâneo da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Lexikon, 2011. 1456 p.

BARTMER, Lígia et al. Uso de fotografias na divulgação da química. In: 33º ENCONTRO DE DEBATES SOBRE O ENSINO DA QUÍMICA, 10 a 11 de outubro, Ijui/RS. Anais do 33º Encontro de Debates sobre o Ensino da Química. Íjui: UNIJUI, 2013.

BORBA, F.S. Dicionário Unesp do português contemporâneo. Curitiba: Piá, 2011. 1488 p.

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VOGEL, A.I. Análise Química Quantitativa. 6. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2002, 462 p.