Autores
Rodrigues, J.J. (UEG) ; Araújo, C.B. (UEG) ; Paulo, Y.J.A. (UEG) ; Lacerda, N.O.S. (UEG) ; Silva, V.J. (UEG)
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo discutir sobre alguns desafios e possibilidades enfrentados por graduandos no início da docência. A proposta foi realizada a partir de uma pesquisa documental dos cadernos de bordos de 6 bolsistas do Programa Institucional de Bolsa a Iniciação à Docência (PIBID) do curso de Licenciatura em Química da Universidade Estadual de Goiás(UEG) – Anápolis- Goiás em um colégio de Tempo Integral em Anápolis – Goiás, na pesquisa bibliográfica em anais e revistas nacionais de 2010 a 2014, detectou-se apenas três trabalhos. Percebeu-se então que é necessário discutir mais sobre as dificuldades enfrentadas pois estas proporcionam mais confiança, mudança de postura em sala de aula, e maior reflexão crítica, fatores importantes para a formação inicial.
Palavras chaves
PIBID; Dificuldades; Formação de Professores
Introdução
De acordo com Pereira (2000) os maiores desafios a serem traçados para a melhoria da formação inicial de professores são: o distanciamento entre a pesquisa e o ensino, a valorização do bacharelado em relação a licenciatura, a desvalorização do magistério e, com maior ênfase, a distinção entre a teoria e a prática docente, e o distanciamento da Universidade com a realidade das escolas, percebemos que esses desafios persistem até os tempos atuais. Com o propósito de estreitar a relação Universidade – Escola para que os licenciandos possam assumir as experiências vivenciadas nas escolas de educação básica como um dos elementos fundamentais para o seu processo formativo foi criado o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) que desde 2007 se tornou uma política pública considerável de formação inicial de professores. E tem como objetivo possibilitar aos acadêmicos dos cursos de licenciatura a atuação em experiências metodológicas inovadoras ao longo de sua graduação, mediante a inserção dos licenciandos nas escolas públicas, contribuindo significativamente para a iniciação à docência (CAPES, 2013). O programa possibilita também oportunidades para repensar o novo saber e restaurar racionalmente o conhecimento crítico, científico-educacional, que traz mudanças para realidade (MION,2001). A partir das possibilidades de superar algumas dessas dificuldades o presente trabalho tem como objetivo conhecer os principais desafios que os bolsistas do PIBID de química enfrentam durante o desenvolvimento das atividades. A pesquisa foi desenvolvida com seis bolsistas do subprojeto PIBID/Química da UEG, em Anápolis - Goiás no segundo semestre de 2014 e primeiro semestre de 2015, em um colégio de tempo Integral em Anápolis-Goiás.
Material e métodos
Para o desenvolvimento desta pesquisa optamos por uso de metodologia qualitativa que de acordo com Günther (2006) “a pesquisa qualitativa é uma ciência baseada em textos, ou seja, a coleta de dados produz textos que nas diferentes técnicas analíticas são interpretados”. Para realização desse trabalho foi realizada duas etapas:1. Pesquisa documental 2. Pesquisa bibliográfica. Na pesquisa documental analisamos os cadernos de bordo de todos os bolsistas, pois segundo Albuquerque e Galiazzi (2011) “os relatos de experiência possibilitam que os educandos exponham suas dificuldades, desafios e conquistas, além de oportunizar a busca em conjunto de estratégias de superação”. Destacamos então na análise desses cadernos os relatos sobre os limites e desafios das atividades desenvolvidas no PIBID/Química UEG, Anápolis, as principais dificuldades enfrentadas pelos bolsistas e as contribuições do PIBID para superá-las. Na pesquisa bibliográfica o objeto de estudo foram os anais do Congresso Brasileiro de Química(CBQ), das reuniões anuais da Sociedade Brasileira Química(SBQ), Encontro Nacional Ensino de Química(ENEQ) e Revista Qnesc. Realizamos uma busca das palavras-chave PIBID e dificuldades em todo o texto do documento, além da análise dos resumos com o intuito de investigar como está sendo divulgado os desafios e dificuldades do PIBID/Química, a escolha da pesquisa bibliográfica foi compreender como está no âmbito nacional a discussão sobre as dificuldades permitindo assim, ao pesquisador obter um estado da arte do seu campo de pesquisa (ROSA, 2013).
Resultado e discussão
De acordo com as análises realizadas nos cadernos de bordo uma das
dificuldades enfrentadas pelos bolsistas para desenvolver atividades
diversificadas foi devido ao colégio ser de tempo integral tendo assim, o
horário rígido de atividades nos dois turnos. A partir dessa constatação
houve dificuldades na realização das atividades propostas pelos bolsistas
pois apesar do colégio ser de tempo integral os alunos tem atividades de
aulas programadas nos dois turnos, além de estudos dirigidos orientados
pelos professores. Outro fator analisado foi a insegurança, inicialmente os
bolsistas se sentiam-se inseguros, com dificuldades na fala, e desenvoltura
em sala de aula porém em cada atividade realizada foi comum aos bolsistas
relatarem que passaram a ter mais confiança para prosseguir com as práticas
propostas. Outro ponto é a falta de autonomia do professor supervisor nas
decisões junto aos bolsistas, fato evidenciado a partir das dificuldades de
entendimento sobre os objetivos do PIBID pela gestão da escola que segundo
Farias (2012) o desconhecido e não entendido podem promover reações
contrárias as iniciativas diferenciadas que cessam as práticas profissional
já consolidadas. A partir da pesquisa bibliográfica fica perceptível como
ainda é quase inexistente as pesquisas relacionadas aos limites e desafios.
Podemos perceber de acordo com a tabela 1 o número de total de publicações
de 2010 a 2014 e o número de trabalhos publicados relacionados com as
dificuldades encontradas no PIBID. Diante das análises observou-se que o
tema não é debatido nos projetos do PIBID/Química, sendo necessário uma
maior reflexão para enfrentar os desafios enfrentados para se tornar um
profissional crítico e participante do processo de formação.
Tabela 1. Total de trabalhos publicados pelo PIBID/Química no período de 2010 a 2014.
Conclusões
Através dessa pesquisa foi possível perceber que as dificuldades enfrentadas proporcionaram mais confiança e mudança de postura em sala de aula garantindo maior desempenho, fatores importantes para a formação inicial. Sendo assim vemos a necessidade de debater e relatar os limites enfrentados para que possa ser apontado o crescimento a partir de tais situações. Além de evidenciar a incorporação nas práticas formativas do ensino superior um novo olhar para a formação de professores, mantendo uma relação mais próxima com as escolas e com as situações concretas do trabalho docente.
Agradecimentos
CAPES pelo financiamento do PIBID do subprojeto de química da universidade estadual de goiás, Anápolis, e ao LIPEC/GIPEC- Laboratório e Grupo Interdisciplinar de Pesq
Referências
ALBUQUERQUE, F, M. GALIAZZI, M, C. A formação do professor em Rodas de Formação. Brasília.2011.
CAPES. MEC, Ministério da Educação, Pibid- Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, ed.2013.
FARIAS, I. M. S. O que move professores a aprender? Significados e implicações do PIBID na formação continuada. Campinas,2012.
GÜNTHER, H. Pesquisa Qualitativa versus Pesquisa Quantitativa: Esta é a questão(interrogação). Brasília: UNB, 2006.
MION, R. A.; BASTOS, F. P. Investigação ação e a Concepção de Cidadania Ativa. Ponta Grossa: Gráfica Planeta. 2001. p. 30-35.
PEREIRA, J.E.D. Formação de professores – pesquisa, representações e poder. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
ROSA, P.R.S. Uma Introdução a Pesquisa Qualitativa Em Ensino De Ciências. Mato Grosso do Sul: UFMS,2013.