Autores

Souza, A.R.C.M. (IFMS) ; Souza, A.C.N. (IFMS) ; Mossi, C.S. (IFMS) ; Santos, K.B. (IFMS) ; Moraes, M. (IFMS) ; Tozatti, C.S.S. (IFMS) ; Bertalli, J.G. (SED)

Resumo

A importância e a influência das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) no contexto atual, nos mostra que devemos se atentar para a maneira a qual utilizamos essas ferramentas na prática pedagógica. Com isso, buscou-se preparar e gerenciar aulas que permitam o uso das TDICs no ensino de química, focando nos conteúdos em que os estudantes apresentam maior dificuldade de aprendizagem. O trabalho foi desenvolvido em uma escola pública na cidade de Pedro Gomes/MS como uma das ações previstas no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID)–QUÍMICA/IFMS. Com a execução dos encontros e aulas ministradas, percebeu-se que o uso das ferramentas proporcionou uma evolução no conhecimento dos estudantes envolvidos e os instigou a se interessar mais pela disciplina.

Palavras chaves

TDICs; Ensino de Química; Planejamento de aulas

Introdução

As Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) podem ser utilizadas no ensino de química com o objetivo de enriquecer a aprendizagem dos estudantes, visto que os mesmos possuem dificuldades para compreender e representar a natureza abstrata dessa ciência (PAULETTI; CATELLI, 2013). Conforme Torcato (2011) muitas teorias utilizadas para explicar as reações químicas e a reatividade das substâncias estão na escala subatômica e necessitam de um modelo e para auxiliar na compreensão do estudante e o professor pode utilizar as ferramentas tecnológicas em suas aulas permitindo a visualização do estudante. Neste sentido, o uso das TDICs e o desenvolvimento de um conjunto de atividades com interesse didático-pedagógico, podem contribuir para o ensino de química. Com isso, cabe aos professores implementar inovações para a valorização de imagens representativas dos fenômenos no nível submicroscópico, por meio de animações, vídeos ou imagens estáticas (GIBIN; FERREIRA, 2010). Diante disso, este estudo tem como objetivo propor planejamentos de aula de química voltados ao ensino médio, utilizando as TDICs como ferramenta pedagógica para facilitar a compreensão de conceitos químicos considerados difíceis por estudantes e professores.

Material e métodos

Inicialmente foi realizado um levantamento de softwares e outras tecnologias que possam auxiliar no ensino de Química. Tal estudo foi desenvolvido por meio do trabalho realizado pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), intitulado como “Click Química: Estudo sobre Sistemas de Informação que auxiliam no ensino de química”. O trabalho foi executado na Escola Estadual Professora Cleuza Teodoro, localizada no município de Pedro Gomes/MS. Os sujeitos desta pesquisa foram alunos do 1º ao 3º ano do ensino médio, de modo que participaram seis alunos de cada série. Para identificar as dificuldades dos estudantes em relação aos conteúdos de química, foi realizada uma revisão bibliográfica e a aplicação de questionários composto por 10 questões objetivas que abordavam os seguintes conteúdos: evolução de modelos atômicos, distribuição eletrônica, interações intermoleculares, dispersões, soluções, concentração de soluções e introdução à química orgânica. Os dados colhidos foram analisados e com base nos resultados apresentados foram elaborados e aplicados os planos de aulas.

Resultado e discussão

O primeiro encontro realizado na escola consistiu em um momento de apresentação sobre a ação e no segundo encontro tratou-se de uma roda de conversa com os estudantes sobre as TDICs, sendo que no discurso dos mesmos, notou-se que as tecnologias são pouco utilizadas para fins educativos, porém muito difundidas para o entretenimento. Posteriormente foi realizada uma revisão bibliográfica sobre a dificuldade dos estudantes no conteúdo de Estrutura Atômica, com o intuito de tentar suprir uma carência que existe sobre conceitos básicos da química e que pode estar resultando em um problema para o aprendizado dos estudantes nos demais conteúdos. No terceiro encontro foi planejada e aplicada a aula sobre Estrutura Atômica, na qual foram utilizados alguns softwares, e verificou-se que os estudantes se sentiram motivados com a inserção das TDICs. Além disso, as ferramentas facilitaram a explicação sobre o assunto, contribuindo assim para o ensino. Para validar no quarto encontro foi aplicado um jogo virtual que envolvia dez questões sobre o conteúdo estudado e foi percebido que os estudantes interagiram entre eles e com a ferramenta, pois discutiam sobre os resultados alcançados ao final do jogo. Finalizando estes encontros, pode-se destacar que os estudantes se interessaram pelas aulas com o uso das TDICs, e dando continuidade a ação, foi aplicado um questionário aos estudantes do 3ª ano do ensino médio, com o objetivo de identificar as dificuldades dos mesmos nos conteúdos de química, e constatou-se que cerca de 53% dos estudantes responderam incorretamente a questão sobre Soluções Química. Com isso, no quinto encontro foi ministrada a aula sobre este assunto aplicando dois softwares, e analisou-se que com o uso dessas ferramentas os estudantes assimilaram melhor o conteúdo.

Conclusões

Com o término dos encontros foi possível observar que o uso das TDICs nas aulas de química proporcionou uma evolução no conhecimento dos estudantes, pois os mesmos tiveram contato com aulas diferenciadas que tinham como característica principal abordar o conteúdo mostrando as visualizações por meio dos softwares, assim deixando de ser apenas uma abstração e levando o estudante a assimilar o submicroscópico. Deste modo, isso facilita a tarefa do professor que pode explorar conceitos e aspectos da química com os seus estudantes.

Agradecimentos

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), ao Programa de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID)–QUÍMICA/IFMS.

Referências

GIBIN, Gustavo Bizarria; FERREIRA, Luiz Henrique. A formação inicial em química baseada em conceitos representados por meio de modelos mentais. Química Nova, v. 33, n. 8, p.1-7, abr. 2010.

MELO, M. R.; NETO E. G. L. Dificuldades de Ensino e Aprendizagem dos Modelos Atômicos em Química. Química Nova na Escola; Vol. 35, N° 2, p. 112-122, maio 2013

PAULETTI, Fabiana; CATELLI, Francisco. Tecnologias digitais: possibilidades renovadas de representação da química abstrata. Acta Scientiae. v. 15, n. 2, p.383-396, ago. 2013.

TORCATO Adriana Idalina. Novas Tecnologias e Temas Atuais no Ensino da Química. Brasília-DF: AVM Instituto, 2011.