Autores
Jesus, B.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE) ; Santos, F.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE) ; Wartha, E.J. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE)
Resumo
Este trabalho é fruto das ações desenvolvidas no PIBID-Química da Universidade Federal de Sergipe, no qual se busca desenvolver oficinas temáticas a partir da experimentação investigativa e da abordagem problematizadora. As oficinas foram planejadas e desenvolvidas em cinco escolas da rede pública do estado de Sergipe. As ações foram significativas tanto para os estudantes do Ensino Médio como para nós estudantes da licenciatura.
Palavras chaves
Experimentação ; Constante de Equilíbrio; Oficina Temática
Introdução
Partimos dos estudos de Ferreira, Hartwig e Oliveira (2010), Delizoicov, Gehelen e Maldaner (2012) e Marcondes (2008), que discutem respectivamente sobre a Experimentação Investigativa, Problematização e Oficinas Temáticas. A Experimentação Investigativa é bem-vinda no Ensino de Ciências, pois, faz com que o aluno desenvolva um perfil crítico sobre os temas abordados, obrigando-o a pensar mais e tentar responder a problemas que só é possível buscar respostas por meio do experimento. Em relação à Problematização, os autores supracitados esclarecem que o professor deve, a priori, propor questões a problematizar de forma a estimular os alunos. Esta problematização deve estar ligada ao cotidiano dos mesmos, buscando estudar os conhecimentos prévios sobre a atividade realizada. O professor deve ainda organizar os conceitos prévios dos alunos, este deve ser o momento de investigar e levantar soluções para os problemas propostos. Por fim, o aluno deve ser capaz de aplicar os conhecimentos em outras situações. Já no que diz respeito a Oficina Temática a autora destacada que esta tem a perspectiva de tratar uma situação problema que é multifacetada e sujeita a diferentes interpretações, basicamente se utiliza da vivencia do aluno para tentar facilitar a aprendizagem, fazendo uma organização do conhecimento aparte dos conceitos químicos de forma contextualizada. De modo sintético, os três referenciais propõem atividades de modo a tornar o estudante protagonista no processo, ou seja, exercer algum tipo de atividade intelectual. “Para organizar esta oficina temática, partimos do desafio de compreender o Significado da constante de equilíbrio K”. A proposta não é de apenas aprender a calcular a constante, mas acima de tudo, compreender o seu significado para outras situações.
Material e métodos
Inicialmente, buscamos estudar possíveis temas para trabalhar nas escolas, tal pesquisa era feita em livros didáticos, artigos científicos, entre outras mídias. O trabalho da pesquisa do tema, em nossa concepção, é de extrema importância, pois, desenvolve o perfil cognitivo do pesquisador, o mesmo é desafiado a ler mais tornando-se crítico. Com o tema escolhido, em nosso caso, buscava discutir o significado da constante K, tal foi apresentado aos demais bolsistas, em reunião, visando colher contribuições que pudesse enriquecer as ideias iniciais. Quando o tema foi consolidado, sendo validado em reunião, um novo estudo foi necessário, este para estudar com mais profundidade o tema, desafiando-nos a aprofundar os conceitos, nesta etapa um experimento foi pensando e posteriormente testado. Com o experimento testado iniciou-se a etapa de construção de material instrucional, que aqui optamos pela construção de uma Oficina Temática com abordagem problematizadora. A oficina é organizada a partir de três momentos: i) Problematização inicial - perguntando aos alunos qual era o significado da constante de equilíbrio K e o que eles sabiam sobre o equilíbrio de reações químicas; ii) Organização do conhecimento - um texto era discutido e algumas perguntas eram propostas para que os mesmos pudessem discutir algumas ideias iniciais. Também, foi realizado um experimento em que era possível discutir o significado da constante de equilíbrio químico. O experimento discutia a decomposição da água oxigenada. Após a atividade experimental os dados foram organizados em tabelas para posterior discussão; iii) Aplicação do conhecimento foram propostas outras situações de equilíbrio químico com diferentes constantes de equilíbrio e solicitado que os estudantes pensassem e falassem sobre.
Resultado e discussão
No desenvolvimento das oficinas buscou-se o diálogo em todo o momento, pois entende-se que isso é imprescindível na prática docente. No que se refere à oficina propriamente dita reunimos aqui algumas reflexões sobre o dialogo estabelecido com os estudantes. B1- “O que é a constante de equilíbrio?” “Como podemos prever a velocidade de uma reação?”. Essas questões foram respondidas inicialmente, entretanto, elas foram aperfeiçoadas no decorrer da oficina com o desenvolvimento dos experimentos. Algumas falas dos alunos chamaram a atenção, a comentar, “Constante de equilíbrio é alguma coisa que não varia e que não sei para que serve”. Essas respostas iniciais dos alunos deveriam ser ampliadas ao longo da oficina. Para que isso fosse possível a experimentação investigativa favorecia a atividade intelectual do aluno, pois a todo tempo, o questionamento era constante e as respostas dos alunos eram confrontadas com os dados experimentais. Na figura 01 é possível observar que mesmo o experimento sendo realizado de forma demonstrativa, os estudantes estavam participando ativamente do processo de discussão.
Aplicação da Oficina, arquivo PIBID/UFS
Conclusões
As vivências mostram resultados favoráveis ao uso da experimentação investigativa. Entretanto, aliada a essa forma de se trabalhar o experimento entendemos que outros conceitos são importantes, a destacar, o uso de oficinas temáticas e da abordagem problematizadora permitem colocar o aluno em atividade intelectual, que é fator essencial para uma aprendizagem. Com o entendimento desses aspectos, as atividades estão possibilitando o ambiente de descobertas para os bolsistas do projeto e para os alunos das escolas sendo beneficiados com atividades considerando diferentes modelos explicativos.
Agradecimentos
A Capes pelo apoio financeiro; A Universidade Federal de Sergipe e o Departamento de Química pelo apoio material e logístico.
Referências
FERREIRA, L. H.; HARTWIG, D. R.; OLIVEIRA, R. C. D. Ensino Experimental de Química: Uma Abordagem Investigativa Contextualizada. Química Nova na Escola, v. 32, n. 2, p. 101-106, 2010.
MARCONDES, M. E. R. Proposições metodológicas para o ensino de química: oficinas temáticas para. Revista Em Extensão, v. 7, 2008.
DELIZOICOV, D.; GEHELEN, S. T.; MALDANER, O. A. Momentos Pedagógicos e as etapas da situação de estudo: complementariedades e contribuições para a educação em Ciências. Ciência e Educação, v. 18, n. 1, p. 1-22, 2012.