Autores
Sena, D.N. (UFC) ; Lima, F.R.B. (UFC) ; Almeida, M.M.B. (UFC) ; Fernandes, M.F.L. (UFC)
Resumo
O presente trabalho teve com objetivo traçar o perfil do tempo de estudo e sua influencia no aprendizado de estudantes da UFC. Os dados foram obtidos a partir de questionários aplicados e permitiram identificar a importância que o estudo extraclasse tem para o desenvolvimento da autonomia dos estudantes. Os dados foram colhidos e analisados através de estatística simples, usando uma amostra aleatória estratificada. Concluiu-se que os alunos estão mais dedicados a desenvolver sua própria autonomia nos estudos, não esperando tanto do professor e tendo para si a responsabilidade de aprender. O maior o numero de horas dedicada ao estudo extraclasse promove o melhor desenvolvimento como estudante e futuro profissional.
Palavras chaves
Autonomia; extraclasse; grupos de estudo
Introdução
Há muito tempo a Educação tem experimentado o conflito entre as duas finalidades: promover a aprendizagem em uma cultura tradicional ou fomentar a elaboração de algo novo. Particularmente a Educação em Ciências tem experimentado essa dicotomia com maior intensidade, pois a aprendizagem de um conhecimento bem estabelecido parece exigir competências ortogonais à criação de algo original, aquilo que no primeiro caso representaria excelência (a fidelidade na reprodução), no segundo seria sinônimo de mediocridade (ARRUDA, 2004). Em um mundo onde apontar falhas e destacar o fracasso do ser humano em atender às exigências da escola, da família e do mercado de trabalho, é um exercício diário, conduzido com pouquíssima consciência, por professores e professoras, pais e mães, patrões, mídia e impressa, uma proposta de avaliação que resgata a confiança do aluno em si e em sua capacidade de aprender, que desperta a curiosidade, que valoriza todo o percurso de produção do conhecimento e não apenas os resultados medidos através de um ou dois instrumentos de avaliação, pode e deve ser generalizada para os diversos cursos da Educação Superior. Assim, o estudo independente do professor apresenta-se como uma categoria primordial nos processos de aprendizagem, priorizando uma atitude independente e investigativa por parte dos educandos, na perspectiva da acepção de suas autorias em meio ao processo de construção de sua aprendizagem, não dependendo do professor para adquirir conhecimento, mas tendo este como um ponto de apoio. Logo, percebe-se a necessidade que os alunos sejam independentes em seus estudos, empreendendo posturas que concretizem suas aprendizagens e desenvolvendo valores baseados na solidariedade, no respeito, na cooperação (LIMA et al, P.10, 2010). Diante do exposto, o presente trabalho buscou traçar o perfil de tempo de estudo de discentes da Universidade Federal do Ceará, dos cursos de Engenharia de Alimentos, Ciências Econômicas e Química-Bacharelado e avaliar sua influencia no processo ensino-aprendizagem dos mesmos.
Material e métodos
Há muito tempo a Educação tem experimentado o conflito entre as duas finalidades: promover a aprendizagem em uma cultura tradicional ou fomentar a elaboração de algo novo. Particularmente a Educação em Ciências tem experimentado essa dicotomia com maior intensidade, pois a aprendizagem de um conhecimento bem estabelecido parece exigir competências ortogonais à criação de algo original, aquilo que no primeiro caso representaria excelência (a fidelidade na reprodução), no segundo seria sinônimo de mediocridade (ARRUDA, 2004). Em um mundo onde apontar falhas e destacar o fracasso do ser humano em atender às exigências da escola, da família e do mercado de trabalho, é um exercício diário, conduzido com pouquíssima consciência, por professores e professoras, pais e mães, patrões, mídia e impressa, uma proposta de avaliação que resgata a confiança do aluno em si e em sua capacidade de aprender, que desperta a curiosidade, que valoriza todo o percurso de produção do conhecimento e não apenas os resultados medidos através de um ou dois instrumentos de avaliação, pode e deve ser generalizada para os diversos cursos da Educação Superior. Assim, o estudo independente do professor apresenta-se como uma categoria primordial nos processos de aprendizagem, priorizando uma atitude independente e investigativa por parte dos educandos, na perspectiva da acepção de suas autorias em meio ao processo de construção de sua aprendizagem, não dependendo do professor para adquirir conhecimento, mas tendo este como um ponto de apoio. Logo, percebe-se a necessidade que os alunos sejam independentes em seus estudos, empreendendo posturas que concretizem suas aprendizagens e desenvolvendo valores baseados na solidariedade, no respeito, na cooperação (LIMA et al, P.10, 2010). Diante do exposto, o presente trabalho buscou traçar o perfil de tempo de estudo de discentes da Universidade Federal do Ceará, dos cursos de Engenharia de Alimentos, Ciências Econômicas e Química-Bacharelado e avaliar sua influencia no processo ensino-aprendizagem dos mesmos.
Resultado e discussão
Segundo KASAI (2000) a autonomia apresenta-se como uma categoria
primordial nos processos de aprendizagem, priorizando uma atitude
independente e investigativa por parte dos educandos, não dependendo
do professor para adquirir conhecimento, mas tendo este como um ponto de
apoio.
Assim, de acordo com os dados obtidos, ficou claro que os alunos buscam o
desenvolvimento da autonomia visto que o estudo extraclasse foi considerado
importante para a maioria dos entrevistados (51,2%).
Quando questionados sobre a obtenção de aprendizagem/rendimento acadêmico,
os alunos de Engenharia de Alimentos (55,3%) e de Química-Bacharelado (50%)
disseram que obtém rendimento acadêmico mais satisfatório quando estudam em
grupo. Já os alunos de Ciências Econômicas dizem que obtém rendimento
acadêmico mais satisfatório quando estudam individualmente (72,2%). Vale
ressaltar que nenhum dos alunos entrevistados comentou sobre estudo
apenas em sala de aula, percebendo-se a necessidade que os alunos tem em
ser independentes em seus estudos. Esse fato já havia sido observado por
Lima (2010), o qual em estudos sobre a necessidade dos alunos de empreender
posturas que concretizem suas aprendizagens, o autor relata que o aluno
busca desenvolver atitudes que promovam a inter-aprendizagem e a pesquisa,
estando sempre disposto e motivado a empreender ações de modo a
viabilizar seu acesso ao conhecimento, sendo preciso que o
professor seja o intermediário desse amadurecimento e da construção dessa
autonomia pelo estudante.
Quando os alunos foram questionados sobre a forma de estudo extraclasse,
apresentaram diferentes característica entre os cursos. Para os alunos de
Engenharia de Alimentos, 68,5% participam de algum grupo de estudo, onde,
curiosamente, 41,7% dos 31,5% que dizem não participar de um grupo de
estudo, afirmam obter rendimento mais satisfatório quando estudam em grupo.
Entre os alunos de Química-Bacharelado apenas 30% participam de algum grupo
de estudo e esse numero é menor entre os alunos de Ciências Econômicas,
onde apenas 22,7% participam de algum grupo de estudo.
Comparando as horas de estudo extraclasse, sejam individual ou em grupo, e o
rendimento acadêmico/aprendizagem, obteve-se o gráfico1.
A partir do gráfico apresentado, podemos observar que a quantidade de
horas de estudo extraclasse é menor entre os alunos com maior numero de
reprovações. Esses dados são concordantes com àqueles resultados
encontrados por Sonneville (1992), em pesquisa realizada com alunos da
Faculdade de Educação do Estado da Bahia (FAEEBA), onde o autor conclui que
uma grande parte dos alunos reconhece a importância do tempo de estudo
extraclasse no seu rendimento acadêmico, visto que o tempo dedicado a esta
atividade é diretamente proporcional a seus rendimentos acadêmico e percebe
a necessidade de melhorar essa situação.
Conclusões
Por meio da pesquisa realizada com discentes da UFC dos Cursos de Engenharia de Alimentos, Ciências Econômicas e Química-Bacharelado, concluiu-se que os alunos universitários compreendem a importância do estudo extraclasse e sua influencia na aprendizagem e rendimento acadêmico. O estudo extraclasse foi considerado importante para a maioria dos entrevistados, indicando que os alunos tem buscado o desenvolvimento da sua autonomia estudantil, sabendo que a responsabilidade primordial de aprendizado é do estudante e que o professor, embora tenha atuação fundamental, é apenas um facilitador nesse processo. Conclui-se, portanto, que quanto maior o numero de horas dedicada ao estudo extraclasse, seja ele individual ou em grupo, melhor a fixação dos conhecimentos adquiridos, promovendo o seu melhor desenvolvimento como estudante e futuro profissional.
Agradecimentos
À Universidade Federal do Ceará pelo apoio e financiamento.
Referências
ARRUDA, S.M.; VILLAM, A.; UENO, M.H.; DIAS,V.S. Da Aprendizagem Significativa À Aprendizagem Satisfatória na Educação em ciências. Caderno Brasileiro de Ensino da Física, v. 21: p. 194-223, ago. 2004.
KASAI, B.; Célia, R. Avaliacao da Aprendizagem: Um Projeto Vivido. Revista Diálogo Educacional. Paraná: Pontifícia Universidade Católica do Paraná. vol. 1, núm. 2, julio-diciembre, 2000, p. 1-9.
LIMA, J.M.; SILVA, C.V.A. P.; PAIVA, C.M. Autonomia em Educação a distancia: Relatos da pratica de tutoria na disciplina fundamentos psicológicos da educação em dois cursos de licenciatura da UFPB virtual. João Pessoa-PB: UFPB, fevereiro de 2010. 10p.
SONNEVILLE.L.J. O Tempo de Estudo e de Trabalho do Aluno Universitário - Um Estudo de Caso da F AEEBA. Revista F AEEBA. Bahia, v.1, n.1, p. 63-78., 1992.