Autores

Santos, R. (UECE) ; Mallmann, E. (UECE) ; Lins, F. (UECE) ; Feitosa, E. (UECE) ; Santos, W. (UECE) ; Souza, P. (UECE) ; Magalhães, S. (UECE) ; Forte, C. (UECE)

Resumo

A pesquisa sempre esteve presente no processo de aprendizagem por apresentar-se como gênero crucial que lida com a busca do conhecimento. Esta realidade, que é bem característica dos cursos superiores, é uma necessidade em todas as etapas da educação, inclusive na básica. No entanto, a forma como a pesquisa é entendida e concebida tanto por professores como por alunos do ensino básico, difere do que realmente ela é. Para o fim de colher dados e avaliar essa situação, foram elaborados questionários estruturados para melhor conhecer a realidade e a compreensão acerca do uso da pesquisa nas aulas de química de turmas da Escola Maria Iracema Uchoa Sales. Estes foram aplicados a professores e alunos da mesma escola.

Palavras chaves

Pesquisa; Habilidades; Aprendizagem

Introdução

Escola sempre foi um espaço de produção e reprodução de conhecimentos e cultura. Tais conhecimentos estão intrinsicamente ligados a ações como a investigação, a descobertas, ao exercício do estudo, a pesquisa e etc. A Lei de Diretrizes e Bases (LDB, Lei 9394/1996) define a escola também como “fonte de competências que devem ser adquiridas ou reconhecidas e desenvolvidas”, dessa forma, dentre as ações citadas, a pesquisa se mostra uma ótima metodologia a ser utilizada para alcançar tal objetivo. Em especial, no ensino médio, é esperado do estudante que o mesmo seja capaz de apreender competências e habilidades, como citado anteriormente, e desenvolvê-las de maneira a “saber fazer”, ou seja, não é necessário que o aluno apenas saiba de um determinado objeto de conhecimento, é preciso que o mesmo saiba aplicar este conhecimento na relação homem-sociedade. Para isso, o aluno terá de estar inserido em realidades que vai além da sala de aula e além da realidade local em que se encontra. Para tanto, como ensinar o aluno a ser, a fazer? Como ensinar o aluno a ter sua própria visão de mundo, suas próprias ideias e o seu próprio posicionamento diante das questões e fenômenos naturais e sociais encontrados? Para tanto, este trabalho trás uma abordagem sobre o uso e a importância da pesquisa na vida escolar, sob o olhar de alguns autores educadores. Tendo como tema a utilização da pesquisa como meio educativo, nas aulas de química nas turmas da escola de ensino médio Maria Iracema Uchoa Sales, situada em Umirim, Ceará, este trabalho faz uma análise sobre a frequência da utilização desta metodologia nas salas de aulas, por parte dos professores e alunos, levantando uma discussão sobre a eficácia e a relevância da pesquisa no desenvolvimento das habilidades esperadas dos alunos.

Material e métodos

Para atender aos objetivos propostos, foi realizada uma pesquisa de campo, que se deu através da coleta de dados, com questionários, que foram aplicados por amostragem para alunos e para os professores de química de 6 (seis) turmas. Sendo 2 (duas) de cada seriado, 1º, 2º e 3º ano. A amostra da pesquisa compõe-se por 4 (quatro) professores de química e 30 (trinta) alunos, os quais foram selecionados 5 (cinco) de cada turma. O conceito de amostra, técnica que é empregada neste trabalho, é definido por Gil (2008, p.90) como “uma porção ou parcela convenientemente selecionado do universo; é um subconjunto do universo (população) por meio do qual se estabelecem ou se estimam as características deste universo”. A abordagem da investigação adotada é do tipo quantitativo/qualitativa utilizando como principal fonte de dados, entrevistas e questionários, os quais foram aplicados um para os professores e um para os alunos, ambos sobre a mesma temática, mas com perguntas que buscam espostas segundo o ponto de vista de cada um dos entrevistados. A pesquisa, aplicada para os professores, identificava a formação do professor, se especializado ou não, o tempo de magistério e a carga horária trabalhada.

Resultado e discussão

A qualificação dos professores entrevistados varia em graduados e especializados. Todos são graduados em química, sendo que três são especialistas em ensino de química. O tempo de magistério varia entre três a cinco anos de atuação e a carga horária varia entre vinte a quarenta horas semanais de jornada de trabalho. Ao serem inquiridos sobre a concepção de pesquisa, os professores apontaram vários critérios, mencionando a própria atualização docente como um âmbito que necessita rotineiramente da pesquisa. Pode-se afirmar que todos os professores, em suas respostas, mencionaram a pesquisa como uma ação voltada para a busca por conhecimentos. É interessante enfatizar que ao analisar as práticas de estudo do professor não se espera que o mesmo venha a “ser um profissional da pesquisa, principalmente na educação básica, já que não a cultivae m si, (...) não se busca um profissional da pesquisa, mas um profissional da educação pela pesquisa” (DEMO, 2003 apud FREIBERGER; BERBEL 2010, p. 211). Os professores que consideram a pesquisa como uma atividade fundamental expressam que não dá para conceber conhecimentos abrangentes, ou seja, conhecimentos que vão além do conteúdo científico, sem a utilização da pesquisa. Todavia na fala dos mesmos não dar para perceber se esta utilização se estende para os alunos, uma vez que fica notório a relação que os professores fazem da pesquisa com as suas práticas pedagógicas, no caso a metodologia aplicada nas aulas.

Conclusões

Concentrar-se em métodos que apenas reproduzem certo conhecimento limita o estudante a ir além das possibilidades que lhe são colocadas, ou seja, os impossibilitam a desenvolverem uma postura crítica sobre o que veem e leem. Dessa forma, para que estudantes usufruam de estratégias que os impulsione a desenvolver tal postura, é fundamental que o professor esteja provido suficientemente de informações que o permita realizar satisfatoriamente as tarefas que o compete. Sendo assim, a utilização da pesquisa nas aulas de química deve ser um recurso didático e investigativo.

Agradecimentos

UECE

Referências

DEMO. Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2001. DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 5ª ed., Campinas, SP: Autores Associados, 2002 (Coleção Educação Contemporânea).

FREIBERGER. R.M; BERBEL. N.A.N. A importância da pesquisa como princípio educativo na atuação pedagógica de professores de educação infantil e ensino fundamental. Pelotas. Caderno de Educação FaE/PPGE/UFPel. p. 207-245. set/dez 2010. Disponível em: <
http://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/article/viewFile/1587/1472> acesso em: 23 out. 2014.