Autores
Oliveira, A.R.T. (FACEDI-UECE) ; Oliveira, B.P. (UFCA) ; Cunha, L.M. (EEEP RITA AGUIAR BARBOSA) ; Mallmann, E.J.J. (FACEDI-UECE)
Resumo
A pesquisa o âmbito escolar é algo que vem crescendo a cada dia, e isso vem sendo demonstrado através da qualidade que há nas feiras de ciências que acontecem anualmente nas escolas. O professor sempre fica com a motivação de produzir mais trabalhos juntamente com seus alunos. O presente trabalho fala de como professores da Escola Estadual de Ensino Profissional Rita Aguiar Barbosa montaram um grupo de iniciação cientifica com alunos do primeiro ano do curso técnico de enfermagem, nos quais nenhum tinha embasamento sobre o que é a pesquisa cientifica, então foram feitas reuniões para introduzir os alunos no “mundo cientifico”. Nessas reuniões de formação, os alunos se mostraram dispostos a aderir o projeto proposto pelos seus orientadores.
Palavras chaves
Iniciacão Cientifica; Pesquisa; Motivação
Introdução
Ao decorrer do tempo foi visto que a pesquisa na educação é um campo muito grande, aonde se pode pesquisar, assim podendo ter um grande avanço ao decorrer do tempo. O professor que antes só podia dar aula, hoje é pesquisador em seu ambiente. Nas escolas essa prática vem sendo aplicada nas feiras cientificas. Wanderley (1999) e Moura (1995) mostram que, nos anos 60, na época de implantação das feiras de ciências no Brasil, prevalecia a concepção de um ensino de ciências com ênfase no processo de investigação científica: “...possibilitar ao aluno a vivência do processo de investigação científica e a compreensão da sua importância ... buscando-se contribuir para a formação do espírito científico do aluno”. Ronca (1996) faz o questionamento perfeito sobre essa situação: “Se o papel do professor é dar aulas, enquanto ele dá a sua aula, o aluno faz o quê?” A expressão “dar aula” é fruto da era do “mundo pronto”. O professor coloca os alunos em meio a pesquisa escolar faz com que eles fiquem motivados, os fazendo pensar em uma situação, refletir, propor situações para problemáticas rotineiras e trabalhar em equipe, fazendo-os entender o real sentido de cooperação. E passa também a fazer o aluno se questionar e se desafiar com o que há em seu meio (SANTOS, 2005). Cabe ao professor mostrar um caminho profissional para o aluno assim construindo a sua identidade (COLOGNESE, 2000). A pesquisa se justifica, pois, estudos apontam que muitos dos estudantes ao chegarem na universidade, apresentam grandes dificuldades relacionadas a realização da pesquisa, em detrimento a falta de uma base teórica (NEUENFELDT et al. 2011; QUADROS, 2007; KARLMEYER- MERTENS et al. 2007), diante disso o projeto vem como subsidio para o aluno, ao chegar na universidade, já ter base para a pesquisa.
Material e métodos
O projeto começou a ser montado com dois professores (um da área de química e outra de enfermagem) da Escola Estadual de Ensino Profissional Rita Aguiar Barbosa, que atuam como orientadores, os quais convocaram 8 (oito) alunos da turma do primeiro ano do curso técnico de enfermagem. As primeiras reuniões realizadas foram acontecendo uma vez por semana, e eram debatidos temas de introdução a ciência com esses alunos, por exemplo, “o que é ciência”, pesquisas quantitativas e qualitativas, introdução a pesquisa cientifica e visita de professores universitários que trabalham diretamente com a pesquisa para motivar os alunos a serem pesquisadores no futuro. Também foram realizadas leituras de artigos científicos, para que os alunos começassem a ter a noção de como é um artigo publicado e como é feito um trabalho afim de chegar a um resultado. Logo após isso foi pedido para que os alunos fizessem pequenas pesquisas em casa e trouxessem para que os orientadores avaliassem se estavam de acordo com as propostas colocadas em pauta durante as reuniões iniciais. Os professores orientadores produziram um questionário para que os alunos orientandos aplicassem a uma quantidade de estudantes da escola e depois quantificassem os dados juntamente com os professores, para a produção de um artigo cientifico.
Resultado e discussão
Foi notada a motivação dos alunos a cada encontro que acontecia, um projeto
que influenciou muito em seu meio, principalmente no modo de observar tudo o
que acontece ao seu redor. Com o final de cada encontro os alunos fizeram um
resumo sobre o que entenderam do conteúdo mostrado, que teve um grande
avanço até no entendimento e modo de escrever de cada um. A partir dos
artigos científicos mostrados, os alunos foram se adequando a linguagem mais
formal, que é a linguagem abordada no meio cientifico.
Também se notou um avanço em disciplinas de ciências da natureza,
aonde são basicamente tratadas com pesquisas cientificas. Porém, o fator de
maior motivação foi ver professores pesquisadores atuantes em áreas
distintas, por conta que os alunos conseguiram ver como é a pesquisa na
prática.
Com as pequenas pesquisas em casa, os orientadores já conseguiram
ver como os orientandos estavam perante a ação da pesquisa. Então quando foi
repassado os questionários para os alunos da escola, já houve uma maior
facilidade em tratar dos dados coletados com os orientandos. Isso mostrou
como os alunos pesquisadores estão lidando com o aprendizado da pesquisa e
estão se adequando ao futuro.
Conclusões
Pôde-se ver que a Iniciação Cientifica pode influenciar a vida de estudantes do Curso Técnico de Enfermagem de uma Escola Profissional, aonde o currículo escolar é maior e não influenciou o trabalho dos alunos. Os alunos já começaram a demonstrar um resultado positivo em relação a se aprofundar na pesquisa, principalmente quando chegarem na Universidade. Os orientadores irão continuar com o grupo e renovando-o de ano a ano, para que mais alunos também possam se aproximar da pesquisa cientifica.
Agradecimentos
Referências
COLOGNESE, S. C., O Adolescente e a Escolha Profissional/ Solange Colello Colognese – Interações, Universidade São Marcos, São Paulo, Brasil. - 2000, volume V, p. 111-125
KAHLMEYER-MERTENS, R. S. ; FUMANGA, M ; SIQUEIRA, F. N. ; TOFFANO, C. B. . Como elaborar projetos de pesquisa: Linguagem e método. 1. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2007. v. 1. 140p .
MOURA, Dácio G. - Feiras de Ciências: Necessidade de novas diretrizes. Belo Horizonte: Dimensão, n.6,1995. http://www.tecnologiadeprojetos.com.br/ (acesso em 26/04/2007).
NEUENFELDT, D. J. et al. Iniciação à Pesquisa no Ensino Superior: Desafios dos Docentes no Ensino dos Primeiros Passos. Ciência e Educação, v. 17, p. 289-300, 2011.
QUADROS, M. B. ; A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA DE METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NA UNIVERSIDADE. In: VII CONGRESSO DE EDUCAÇÃO DO NORTE PIONEIRO - Educação e Interdisciplinaridade, 2007, Jacarezinho. VII CONGRESSO DE EDUCAÇÃO DO NORTE PIONEIRO, 2007. v. I. p. 34-34.
RONCA, Paulo Caruso. A prova operatória. Ed. Finep, São Paulo, 1996.
SANTOS, L.M.M., O Papel da Família e dos Pares na Escolha Profissional/ Larissa Medeiros Marinho dos Santos - Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 1, p. 57-66, jan./abr. 2005.
WANDERLEY, Eliane Cangussu. - Feiras de ciências enquanto espaço pedagógico para aprendizagens múltiplas, dissertação de mestrado, CEFET-MG, 1999.