Autores
Acácio, R.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS) ; Morais, W.R.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS) ; Silva, A.J.F.S. (ESCOLA ESTADUAL GERALDO MELO DOS SANTOS) ; Rodrigues, R.A.F. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS)
Resumo
No ensino de química, os jogos têm ganhado espaço nos últimos anos devido a apresentar-se como uma forma diferenciada para se trabalhar os conteúdos da disciplina. Devido a necessidade de inovar a forma de avaliação da aprendizagem, a atividade didática foi realizada em uma turma de 1º ano do Ensino Médio, em uma escola pública de Maceió- AL. A contribuição pedagógica do jogo foi analisada por meio da observação da participação dos discentes bem como da capacidade deles em trabalhar em grupo. Observou-se que o objetivo do trabalho foi alcançado, e que a aplicação dessa atividade lúdica permitiu aos idealizadores do trabalho a ter conclusões, a partir das observações realizadas, além das esperadas.
Palavras chaves
Jogos; Participação; Trabalhar em grupo
Introdução
Ao utilizar-se do método tradicional de ensino (expositivo), privilegiando a memorização, o educador compromete os processos de ensino e aprendizagem por não ser capaz de auxiliar os estudantes a superar obstáculos que possam surgir (FOCETOLA et al., 2012). A ideia do ensino despertado pelo interesse do estudante passou a ser um desafio à competência do docente. O interesse daquele que aprende passou a ser a força motora do processo de aprendizagem, e o professor, o gerador de situações estimuladoras para aprendizagem (CUNHA, 2012). O uso de jogos educacionais no ensino de ciências é uma prática já estabelecida, cujo objetivo é auxiliar os alunos a aprender ou revisar o conteúdo ministrado de forma lúdica, porém efetiva. Para tal, uma grande variedade de jogos educacionais tem sido proposta no ensino da química (Olivares et al., 2011). A ideia do jogo ChemyCard surgiu da necessidade de avaliar a aprendizagem dos discentes sem a realização de provas, visto que estas tem demostrado, nesta turma, que não é uma forma significativa de avaliar à medida que observa-se a participação dos alunos nas aulas e na prova a maioria não atinge a média mínima exigida. Desta forma o presente trabalho teve como objetivo avaliar o conhecimento adquirido da aula expositiva pelos discentes, bem como a capacidade deles em tomar decisões e trabalhar em grupo.
Material e métodos
O presente trabalho foi realizado em uma turma de 1º ano da Escola Estadual Geraldo Melo em Maceió-AL, e foram necessárias duas aulas: na primeira aula houve a exposição teórica do conteúdo e na segunda aula houve aplicação do jogo. O jogo é composto por 16 cartas que são distribuídas em 4 cartas para cada tipo de reação, com quatro tipos de reações no total – reação de síntese, análise, simples troca e dupla-troca. A turma foi dividida em dois grupos, meninas vs meninos, e para cada grupo foram distribuídas 16 cartas (total de 32 cartas), com o objetivo de avaliar o que os alunos conseguiram aprender com a aula expositiva, e observar como eles trabalham em grupo. A regra do jogo consiste em relacionar corretamente as representações das equações químicas ao tipo de reação adequado, no menor tempo possível, sem auxílio do livro nem das anotações realizadas durante a aula.
Resultado e discussão
Ao iniciar a aula foi acordado com os alunos que eles fariam uma atividade
acerca do assunto reação química, e no decorrer da aula expositiva observou-
se significativa atenção e participação dos discentes durante a aula. Após a
aplicação do jogo na segunda aula, nenhum grupo conseguiu relacionar todas
as cartas corretamente, no entanto o grupo das meninas obteve maior índice
de acertos. Foi interessante observar a forma de organização delas em
comparação aos meninos, ao considerar que elas estavam em menor número. Elas
dividiram-se em subgrupos e dividiram as cartas entre elas, enquanto os
meninos tentaram resolver o problema todos juntos e desorganizadamente, o
que ocasionou em alguns deles não ter participação significativa dentro do
grupo.
Os resultados obtidos sugerem que os jogos educacionais são ferramentas
eficientes nos processos de ensino e aprendizagem ao socializarem estes, e
que complementam as demais atividades pedagógicas conduzidas pelos
professores, além disso sugere que trabalhar em grupos grandes pode
ocasionar na dispersão dos alunos, enquanto grupos menores facilitam a
interação entre eles e o intercâmbio de ideias. Aliar a aquisição e/ou
reconstrução do conhecimento com as características lúdicas, corporativas e
disciplinares dos jogos confere maior interatividade às aulas de química,
motivando e socializando os alunos em sala de aula (FOCETOLA, 2012).
Cartas para equações químicas representativas da reação de síntese.
Conclusões
Observou-se que o jogo tem vários elementos necessários à aprendizagem, pois ele desafia, desenvolve o pensamento, a reflexão, a criatividade, além de ser uma metodologia de ensino diferenciada e com resultados significativos; que às vezes é necessário fugir do tradicionalismo, favorecer a construção de novos conhecimentos e ampliar as possibilidades de interações.
Agradecimentos
À Escola Estadual Geraldo Melo dos Santos.
Referências
CUNHA, M. B. Jogos no ensino de química: considerações teóricas para sua utilização em sala de aula. Química Nova na Escola, v. 34, n.2, p. 92-98, 2012.
OLIVARES, I.R.B.; COSTA, D.L.L.B. e QUEIROZ, S.L. Jogos de empresa: aplicação na gestão da qualidade no ensino superior de química. Química Nova, v. 34, n. 1, p. 1811-1817, 2011
FOCETOLA, P. B. M. Os jogos educacionais de cartas como estratégia de ensino em Química. Química Nova na Escola, v. 34, n. 4, p. 248-255, 2012