Autores
de Alencar Lopes, F.S. (IF SERTÃO-PE) ; Alves de Oliveira, W. (IF SERTÃO-PE) ; Bezerra de Melo, A. (IF SERTÃO-PE) ; da Silva, R.C. (IF SERTÃO-PE) ; de Alencar Luz Gomes, C.D. (IF SERTÃO-PE)
Resumo
O objetivo desde trabalho foi avaliar como está ocorrendo o ensino- aprendizagem de pessoas portadoras de surdez nas escolas públicas estaduais no município de Ouricuri/PE, expondo as dificuldades e necessidades encontradas na educação de alunos surdos. No desenvolvimento deste projeto foi realizado encontros com aplicação de questionários onde obteve resultados e um momento de intervenção. Observando que estes estudantes compreendem com maior facilidade quando o conteúdo é expresso de forma que eles consigam relacionar teoria no ensino de ciências à prática.
Palavras chaves
Educação inclusiva; Alunos-surdos; Ensino de ciências
Introdução
A preocupação com a educação de pessoas portadoras de necessidades especiais vem desde o período colonial. Mesmo com a inclusão de pessoas especiais, a escola não consegue promover uma educação completa que esteja ao alcance de todos. Os alunos surdos em uma sala regular passam por dificuldades na compreensão de conteúdos específicos na área do ensino de ciências. Mesmo que estejam ligados ao dia-a-dia, os alunos surdos se comunicam através de sinais que são criados para melhor aprendizagem, onde muitas vezes o intérprete não consegue transmitir o conteúdo, pela falta de termos científicos para auxiliá-los no trabalho. É necessário então professores preparados em suas áreas específicas de formação, com conhecimentos para lidar com a língua brasileira de sinais (libras) e com a presença de intérpretes em suas aulas. A Legislação Brasileira, nº 9394/96, no Art. 59, inciso III, prevê e defende a necessidade de incluir, na capacitação de professores, conhecimentos que auxiliem os docentes a perceber as dificuldades dos alunos surdos no intuito de fazer com que a escola seja inclusiva e tenha participação de todos os indivíduos com suas diferentes necessidades levando assim a compreensão dos conteúdos. Poucos docentes nas escolas brasileiras têm procurado incluir em seu dinamismo alunos surdos (FREITAS, 2001). A falta de criatividade e estratégia pedagógica por parte dos docentes faz com que os surdos encontrem dificuldades em participar e dar prosseguimento a seus estudos. Para que haja educação inclusiva é preciso interação através de sinais para valorização dos conteúdos escolares.
Material e métodos
A fim de se verificar o processo de inclusão dos alunos surdos na rede regular de ensino, foram realizadas entrevistas com os alunos, professor e intérprete. Os dados coletados por meio de questionários realizado na Escola Estadual Dom Idílio José Soares no município de Ouricuri-PE com alunos do ensino fundamental II (6º e 8º ano) portadoras de deficiência auditivas. Dentre essas turmas, foram entrevistados quatro alunos numa mesma sala: sendo dois deles do 6º ano ambos com surdez total e duas alunas do 8º ano, uma com surdez parcial e a outra total. Apesar de serem estudantes com diferentes níveis de ensino, procurou abordar como proposta aos mesmos um conteúdo básico comum. A comunicação entre os estudantes surdos e o pesquisador ocorreu através da língua de sinais com auxílio de uma intérprete. Para o desenvolvimento desta pesquisa foram realizados três momentos, nos quais foram aplicados questionários e feito a intervenção com os surdos. No primeiro momento foi questionado o professor e o intérprete de como é a aprendizagem dos surdos em sala de aula, de como os conceitos científicos criados para melhor compreensão dos temas abordados, e a interação dos mesmos com os demais. No segundo momento a interação foi diretamente com os alunos surdos, sendo realizado um pré-questionário sobre suas dificuldades com aprendizagem dos conteúdos abordados em sala de aula. No terceiro e último momento foi realizado a intervenção com os alunos surdos do conteúdo ciclo da água e seus estados físicos, assunto este abordado recentemente. Posteriormente, foi aplicado um pós-questionário retomando o que foi apresentado durante a prática experimental e o que o estudante aprendeu de mais interessante na aula.
Resultado e discussão
A entrevista realizada com os professores e alunos surdos levou a observação
das necessidades da educação para portadores de necessidades especiais. Os
alunos surdos apontaram suas dificuldades na compreensão dos conteúdos de
ciências para determinados termos científicos – sólido, líquido, gasoso,
fusão, vaporização, condensação, solidificação – elementos difíceis na
construção dos conceitos e, consequentemente, sua tradução do português para
libras. Existem nomes que representam cada mudança de estado físico da água
com adaptação em libras, segundo a Figura 1 a seguir. Observou-se o uso
datilologia para a interpretação dos conceitos científicos abordados acima,
onde os alunos surdos avaliados não compreenderam os termos utilizados, pois
não há conhecimento dos alunos na datilologia, e da intérprete em alguns
sinais, como exemplo o sinal da fusão, sólido e líquido. A falta de
capacitação dos professores (intérprete) influencia diretamente na
aprendizagem dos surdos, devido não haver recursos para dar um suporte no
atendimento destes alunos portadores de surdez. Já que a tradução das aulas
é de responsabilidade do intérprete ele passa a cria seu próprio método de
ensino onde não há uma eficácia. Propondo uma prática sobre o ciclo da água
e com base nas respostas obtidas nos questionários aplicados pode-se
observar que para os surdos a melhor forma de aprender é tirar suas dúvidas
interagindo com meio educacional diretamente, de forma que possa ver como
tudo ocorre. Pode-se observar por meio da Tabela 1 as respostas comentadas
por cada um dos professores e alunos nos questionários propostos.
Descrever as mudanças dos estados físicos a água com adaptação em libras.
Respostas do pré-teste, pós-teste e intervenção com professores e alunos-surdos.
Conclusões
A educação de surdos não depende somente de um intérprete, mas do interesse de cada um em buscar conhecimentos. Com a necessidade de uma melhor estrutura para que possam desenvolver seus estudos com eficácia, é necessária a aplicação de novas metodologias para auxiliar professores e alunos no desenvolvimento de suas tarefas. Para facilitar a compreensão dos alunos surdos, os novos recursos na educação, como exemplo, para a experimentação foi primordial para alunos surdos, pois os mesmos puderam identificar na prática o que ocorreu com as mudanças de estados físicos e o ciclo da água.
Agradecimentos
Instituto Federal Sertão Pernambucano–IF Sertão PE/Campus Ouricuri.
Referências
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB Lei nº 9394/96.
FREITAS, M.A.E.S. A aprendizagem dos conceitos abstratos de ciências em deficientes auditivos. Ensino em Re-vista. v. 9, n. 1, p. 59-84, 2001.