Autores
Ribeiro Andrade, S.R.S. (IFPB) ; Lemos Azevedo, P.R. (IFPB)
Resumo
O presente trabalho pretende evidenciar a importância da utilização de paródias como um recurso didático que tem por objetivo melhorar a qualidade do ensino de química, referente ao conteúdo de ácidos e bases. Um dos principais objetivos do trabalho é verificar a eficácia das paródias junto aos educandos e se realmente é possível desenvolver temas dos mais abstratos de uma maneira leve e prazerosa. Sendo assim o trabalho foi desenvolvido, onde os educandos deveriam produzir paródias que condissessem com os conceitos sobre ácidos e bases segundo Arrhenius. As paródias foram elaboradas e apresentadas, e segundo os educandos, por meio de questionários, conseguiram aprender o conceito de ácidos e bases com esse método, deixando claro a sua eficácia em relação ao ensino aprendizagem.
Palavras chaves
Paródias; Ensino de química; Aprendizagem
Introdução
Disciplinas que envolvem fórmulas e cálculos matemáticos na maioria das vezes não são as preferidas por educandos. São disciplinas que, geralmente são abordadas de forma tradicional e metodológica, assim podendo dificultar o desenvolvimento da aprendizagem de alguns, por motivos diversos. Esse não desenvolvimento da aprendizagem acarretará na necessidade de tais conhecimentos em um futuro próximo, considerando que um conteúdo está interligado ao outro, e assim se formará a famosa “bola de neve” e o educando entrará e sairá do ensino médio com essa deficiência. Atualmente, professores que percebem esse efeito acontecendo em sua sala de aula passam a desenvolver ou aplicar métodos já conhecidos a fim de torna- las mais dinâmicas e atraentes. Podem utilizar jogos, experiências com materiais alternativos, laboratórios virtuais, entre outros, facilitando o desenvolvimento da aprendizagem do educando, de modo que se torne mais fácil e também para que esse conhecimento esteja mais próximo do mesmo e não tão distante. Por esse motivo, a presente pesquisa teve como estudo o desenvolvimento de paródias. O fato de perceber-se que a maioria dos adolescentes encontra-se com fones nos ouvidos praticamente o tempo inteiro, despertou-se o interesse de aliar conhecimento químico ao prazer de ouvir e fazer músicas. Dinamizar a aula com a música não é mais novidade em vários âmbitos, mas não entrará em desuso, pois, sempre aparece uma nova letra e muita criatividade por parte dos educandos. A aprendizagem vai muito além de quadro e pincel, vai além de uma explicação, muitas vezes ela não chega para todos ao mesmo tempo e da mesma forma. A criatividade aliada aos conhecimentos químicos pode transformar a visão do educando e quanto a essa e outras disciplinas e até mesmo ao fato de estudar.
Material e métodos
A presente pesquisa foi desenvolvida na Escola Estadual de Ensino Médio Mestre Júlio Sarmento, situada no município de Sousa- Paraíba. A pesquisa foi aplicada com 35 alunos da 1ª série do ensino médio. Contando com a participação da maioria dos educandos da turma. A ideia da pesquisa surgiu da necessidade de dinamizar as aulas de química sem fugir do conteúdo, e então a professora da turma citada observou que um dos maiores hobbys da maioria das turmas seria tocar violão e cantar no intervalo das aulas. Então, como dito popularmente, porque não unir o útil ao agradável?! E assim foi feito. A proposta foi lançada e a turma aceitou participar, além das paródias uma turma propôs que fosse feito uma peça teatral e assim se fez. O critério seria apenas que estivesse coerente com conteúdo. Enquanto os educandos procuravam produzir as paródias, o conteúdo era ministrado em sala de aula normalmente e constantemente surgiam dúvidas. Os educandos tiveram um determinado tempo para elaborar a paródia, escolher uma música de base ou produzir a própria música, que foi o caso de alguns alunos. Com essa produção em andamento surgiram dúvidas que muitas vezes não surgem quando o aluno leva atividade para casa, porque na maioria das vezes não há certo interesse em fazê-las. Indagações sobre pequenos detalhes que às vezes até passam despercebidos e que foram encontrados na elaboração das paródias. Então, percebe-se que se baseando em conhecimentos adquiridos em sala de aula e seus conhecimentos prévios tiveram a liberdade de construir seu próprio aprendizado, do seu jeito, sem intervenções e regras.
Resultado e discussão
Em um primeiro momento é necessário que fique explícito que a aula com a
elaboração de paródias nasceu da necessidade de que os alunos conseguissem
compreender a base fundamental do conteúdo, a teoria. Geralmente, é a que
passa despercebido por o assunto ser tão extenso, fórmulas e nomenclaturas
das mais variadas possíveis. O tema em foco da paródia foi então, o conceito
de ácidos e bases segundo Arrhenius.
Em um primeiro momento houve uma resistência por parte de alguns alunos,
pois não tinham afinidade e gostariam de continuar no que há de mais
tradicional, que no caso seria “a prova”. Então, para quem não aceitou
participar foi elaborada outra atividade que não fosse relacionada a
paródias. Mesmo, com algumas limitações, que seriam nesse caso, a vontade de
fazer, mas a falta de inspiração visto que nunca tinham feito algo igual, as
paródias foram desenvolvidas e foram dignas de aplausos.
O objetivo crucial de uma aula de toda e qualquer disciplina deve ser a
aprendizagem de seus educandos, não importa qual o método seja utilizado,
seja com paródias, com teatro, com experiências, contanto que a aula não se
limite a transferência de conteúdo simplesmente e apenas o professor seja o
detentor do conhecimento, e que o método de aprendizagem não seja o famoso
“decorar”, mas que os alunos possam aprender em sala de aula e passar a
utilizar esses conhecimentos em sua rotina.
A paródia foi apresentada e depois foi elaborado um questionário, onde lhes
indagava algumas questões referente ao que aprenderam, se foi importante, se
gostaram da prática, se preferiam esse tipo de prática ou a tradicional e
sendo também, solicitado pelo professor que não se identificassem nos
questionários para que suas respostas não ficassem retraídas, pois deveriam
responder realmente o que acharam
Dos 35 alunos que participaram 29 responderam que aprenderam sim no, e apenas 6 disseram que não conseguiram aprender.
Um dos grandes frutos desse trabalho foi a ideia que os alunos tiveram de unir o regionalismo a química, fazendo uma paródia com a música Baião.
Conclusões
É notório o resultado que obteve a elaboração das paródias, relacionando-se aos objetivos da pesquisa o primeiro a ser alcançado foi o de estreitar a relação entre professor e aluno e o segundo foi de que os alunos aprendessem o conceito de ácidos e bases, e segundo o questionário aplicado com 35 alunos, apenas seis não conseguiram aprender, deixando claro a eficiência do método. O mais fantástico é trazer a química para a sua vivência, coisa que muitos acham impossível, coisa de outro mundo. Mas, só precisamos dar asas a criatividade dos nossos alunos e orientá-los mediando o conhecimento.
Agradecimentos
Agradeço a Escola Estadual de Ensino Médio Mestre Júlio Sarmento, a minha orientadora Patrícia Roque Lemos de Azevedo, aos alunos que participaram da pesquisa e ao IF
Referências
MIZUKAMI, M. G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: E.P.U., 2013.
VEIGA, I. P.A. (org.). Didática: o ensino e suas relações – 18ºed.- Campinas-SP, 2012.