Autores
Carmo, K.A. (UFAM) ; Assis Jr, P.C. (CESP/ UEA/ SEDUC-AM/ CRQ-XIV/ UFAM) ; Souza, A.C.N. (UFAM)
Resumo
Os conteúdos Químicos muitas das vezes são apontados pelos alunos como de difícil de compreensão, desta forma, o jogo didático surge como uma motivação para a aprendizagem, a qual proporciona um aprendizado de uma forma prazerosa e atrativa, por meio da interação grupal. Nesta perspectiva, o presente trabalho tem como proposta um jogo didático de cartas que visa promover a aprendizagem da formação e nomenclatura dos sais inorgânicos pelos alunos do 1º ano do ensino médio em uma escola localizada no município de Parintins-AM. Houve a aplicação de um questionário após aplicação do jogo, para a verificação do nível de aceitação dos alunos. O mesmo tornou-se uma ferramenta facilitadora na assimilação entre a teoria e a prática, despertando o interesse e participação dos educandos.
Palavras chaves
Ensino de Química; Jogo didático; Sais inorgânicos
Introdução
A educação Química, no contexto escolar, sempre foi apontada como uma disciplina de difícil compreensão pelos educandos, pois no final do ensino fundamental e durante o ensino médio estes começam a apreender modelos conceituais mais aprofundados, com uma linguagem e um leque de simbologias complexas, impregnadas de representações que foram culturalmente construídas, referentes a átomos, moléculas, propriedades, fórmulas, equações, instrumentos e códigos em uma visão macroscópica e microscópica. No entanto, as estratégias e metodologias de ensino de Química no ensino médio, por se trata de uma clientela adolescente ou adulta, ainda limitam-se apenas a métodos tradicionais, que não motivam a aprendizagem e a participação dos educandos nas aulas. Para Santos e Schnetzler (2003), sem o envolvimento ativo do educando, muito pouco a escola pode contribuir na consolidação da cidadania, ainda ressaltam a concepção de ensino em que o aluno não pode ser concebido e tratado como tábula rasa, passivo. Em decorrência disso, o jogo no contexto escolar, tem se destacado como um recurso didático eficaz na aprendizagem dos modelos conceituais de Química, no qual não deve ser utilizado como única metodologia de ensino, mas como um reforço dos conteúdos, no qual os estudantes o vêem como uma atividade prazerosa e educativa.
Material e métodos
Foram realizados cincos etapas: 1- entrevista com professores de Química do 1° ano do ensino médio, para verificar os conteúdos de maior dificuldade em assimilação por parte dos alunos; 2- Seleção do conteúdo; 3- elaboração do jogo didático com papel cartão, a qual este contém 100 cartas de cátions, 100 cartas de ânions, 10 cartas de energia e tabelas de cátions e ânions com suas respectivas nomenclaturas; 4- Aplicação do jogo em quatro turmas de alunos (ao todo 118) do 1° ano do ensino médio de uma Escola Pública do Município. Com o auxílio das regras e orientações dos idealizadores, o jogo começou: A rodada inicia com 2 até 7 jogadores. Cada jogador recebe 7 cartas. O restante das cartas é deixado na mesa com a face virada para baixo e então cada participante retira uma carta do “monte”, aquele que retirar o íon de maior valência iniciará o jogo (em caso de empate, os empatados retira outra carta). Os jogadores observam suas cartas com o objetivo de formarem corretamente compostos iônicos com suas 7 cartas (Podendo formar 1, 2 ou 3 compostos). O jogador que inicia, puxa uma carta do “monte” e descarta outra, o jogador da esquerda pode pegar o descarte, caso ele precise, ou puxa outra carta do monte e assim segue no sentido horário. A rodada termina quando um dos jogadores forma corretamente compostos iônicos com suas respectivas cartas e os fala em voz alta. A carta de energia poderá ser utilizada para quebrar a formação de um composto iônico. Exemplo: Se algum jogador formar seus compostos iônicos, o jogador da sequência poderá impedir que ele ganhe a partida jogando a sua carta de energia e então retira-se um íon de algum composto e ambos retira uma nova carta do monte e o jogo segue; 5- Aplicação de questionário com os alunos contendo 3 perguntas após o jogo.
Resultado e discussão
Os professores listaram alguns conteúdos de difícil assimilação por parte
dos alunos, dentre eles se destacaram: Números quânticos, propriedades
periódicas, forças intermoleculares, funções inorgânicas (formulação e
nomenclatura) e cálculos químicos. O conteúdo selecionado para o jogo
didático foi “Funções inorgânicas”, especificamente formulações e
nomenclatura de sais, pois no momento da pesquisa o mesmo estava sendo
ministrado. Durante a aplicação do jogo verificou-se o interesse e o
entusiasmo dos alunos, sendo que no início da primeira partida houve muitos
erros na formação dos compostos em relação as suas respectivas cargas e
algumas indagações a respeito, mas conforme as jogadas e as explicações
dadas pelos idealizadores os alunos iam assimilando corretamente. Kishimoto
(1998) defende que o jogo favorece o aprendizado pelo erro e estimula a
exploração e a solução de problemas sendo livre de pressões e avaliações. A
partir do questionário aplicados tivemos a seguinte análise. Sobre a
pergunta: se eles gostaram da aula de Química utilizando jogo de cartas, 98%
responderam que sim e 2% responderam que não. Para a pergunta: Se eles acham
importantes as aulas teóricas do professor, 68% responderam que sim e 32%
que não. E a última pergunta: Se eles conseguiram assimilar o conteúdo
ministrado pelo professor com a prática do jogo, 81% responderam que sim e
19% disseram que não. Verifica-se a ótima aceitação dos jogos didáticos por
parte dos alunos, porém nem todos os alunos consideram importantes as aulas
teóricas, sendo os conceitos primordiais para a compreensão de qualquer
atividade prática. O jogo didático ganha espaço como instrumento motivador
para a aprendizagem de conhecimentos químicos, à medida que propõe estímulo
ao interesse do estudante (Cunha, 2012).
As tabelas auxiliaram os alunos durante a execução do jogo, especialmente em sua Nomenclatura.
Conclusões
Verifica-se a fundamental importância da utilização de jogos didáticos no processo de ensino-aprendizagem, contribuindo como auxílio para uma melhor assimilação dos conteúdos repassados teoricamente, despertando o interesse dos alunos e ampliando suas possibilidades de interações e participação dentro do contexto educacional da Química.
Agradecimentos
Referências
CUNHA, M. B. Jogos no ensino de Química: Considerações teóricas para sua utilização em sala de aula. Química nova na escola, v. 34, n.2, p. 92-98, maio de 2012.
KISHIMOTO, T. M. O jogo e a educação infantil. 2ª ed. São Paulo: Pioneiro, 1998.
SANTOS, W. L. P.; SCHNETZLER, R. P. Educação Química: Compromisso com a cidadania. 3ª ed Ijuí: Editora UNIJUÍ, 2003.