Autores
Silva, W.D.A. (IFCE) ; Oliveira, A.S.P. (IFCE) ; Ferreira, J.L. (IFCE) ; Silva, N.M.R. (IFCE) ; Paula, N.L.M. (IFCE)
Resumo
É crescente o número de pesquisas acerca da contribuição da experimentação no processo de ensino e aprendizagem na disciplina de Química. Daí surge a práxis, que é a junção da teoria com a prática, onde ambas caminham lado a lado oportunizando uma melhor qualidade na educação. Este trabalho buscou investigar quais as contribuições do uso da práxis no ensino de Química e quais as dificuldades encontradas em relação ao seu uso na visão dos alunos do curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – campus Iguatu. Os dados foram colhidos através da aplicação de um questionário composto por perguntas abertas e fechada. Notou-se que os sujeitos percebem a importância da experimentação, porém, sentem dificuldades ao realizarem tal prática.
Palavras chaves
Educação; Química; Experimentação
Introdução
A ciência engloba um universo de conceitos, postulados, regras, leis, observações, etc., e na Química não é diferente, uma vez que ela não é feita apenas de teoria e nem somente da prática. No entanto, no ensino de Química podemos verificar, na maioria das vezes, um ensino descontextualizado, não interdisciplinar e sem nenhuma atividade experimental, o que dificulta o processo de ensino e aprendizagem tanto para o professor como e para o aluno. Para Trevisan e Martins (2008), o ensino das disciplinas que compõem o currículo escolar é, quase sempre, orientado por uma concepção de educação conservadora, realizado com o objetivo de se introduzir algum conteúdo que possa ser útil e básico para o entendimento daquele que será ensinado no ano seguinte. Os docentes justificam a ausência da experimentação nas aulas por falta de laboratório nas escolas, porém, Maldaner (1997) afirma que laboratório é condição necessária, mas não suficiente. É preciso uma reestruturação nos cursos de licenciatura para a formação inicial de professores e ou uma formação continuada de professores para que haja uma mudança nos diversos modos com que a experimentação é posta em prática. Para Arroio e Giordan (2006) a experimentação na química também pode ocorrer por simulação com vídeo, especialmente em situações em que a atividade no laboratório apresenta perigo aos alunos. A partir das discussões apontadas aqui, este trabalho buscará conhecer e analisar as diferentes visões dos alunos do curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – campus Iguatu sobre a relevância da experimentação no ensino médio e as dificuldades encontradas pelos mesmos para a execução destas.
Material e métodos
Como instrumento de coleta de dados, aplicou-se um questionário composto por seis perguntas (três discursivas e três de múltipla escola) a oito alunos do curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - campus Iguatu e que se encontravam matriculados entre o terceiro e sexto semestre do curso.
Resultado e discussão
Todos os entrevistados consideram que a utilização de aulas práticas
contribui para o processo de ensino e aprendizagem, envolvendo os alunos com
os conteúdos trabalhados, auxiliando na fixação dos mesmos, promovendo uma
aprendizagem significativa, que de acordo com Ausubel (1982, p.25) é
valorizar os conhecimentos prévios dos alunos, para que possam construir
estruturas mentais, como mapas conceituais que permitem (re)descobrir outros
conhecimentos em uma aprendizagem prazerosa e eficaz.
A grande maioria dos entrevistados concordam que o laboratório é uma
ferramenta indispensável para a realização das atividades práticas na
disciplina de Química e que dois entrevistados discordam que o laboratório
seja indispensável, uma vez que, existem experiências que podem ser
realizadas em outros ambientes, como a própria sala de aula ou na cozinha de
casa/ escola.
O entrevistado L06 diz que: “nem sempre podemos encarar o laboratório como
ferramenta indispensável, pois as atividades práticas (algumas delas) podem
ser realizadas em outros ambientes”. Nesse mesmo entendimento, o
entrevistado L05 contribui para essa discussão ao dizer que: “o laboratório
é de suma importância para as práticas, porém, ele não é indispensável,
visto que, podemos sim realizar práticas que nas quais não é necessário o
seu uso”. A ausência de alguns materiais essenciais em um laboratório e que
dificultam a realização das atividades práticas, como a falta de reagentes,
equipamentos e vidrarias, como apontados pelo entrevistado L08 ao dizer que:
“os laboratórios possuem uma infraestrutura precária, além da falta de
materiais como reagentes e vidrarias, o que dificulta a nossa atuação.
Frequentemente acontecem práticas que não conseguimos realizar devido à
falta de reagentes”.
Conclusões
São perceptíveis as dificuldades que os entrevistados apontaram ao tentarem inserir novas metodologias nas aulas tradicionais, como o caso das aulas práticas, onde a maioria das escolas não dispõe de infraestruturas adequadas e materiais disponíveis, como reagentes e vidrarias, o que dificulta e impossibilita realizar as atividades previstas anteriormente durante o planejamento da disciplina. Existem várias metodologias que o professor pode utilizar e que não necessitam de reagentes ou laboratórios, como apontados pelos próprios entrevistados, como jogos lúdicos, aulas de campos e teatro.
Agradecimentos
Referências
ARROIO, A.; GIORDAN, M. O vídeo educativo: aspectos da organização do ensino. Química Nova na Escola, São Paulo, n.24, p. 8-11, 2006.
AUSUBEL, D. P. A aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982.
MALDANER, O. A. A Formação Continuada de Professores: ensino-pesquisa na escola. Professores de química produzem seu programa de ensino e se constituem pesquisadores de sua prática. Tese (Doutorado) – Universidade de Campinas, 1997.
TREVISAN, T. S; MARTINS, P. L. O. O professor de Química e as aulas práticas. IX CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Anais. Paraná, 2008.