Autores
Soares, S.H. (UFPI) ; Silva, B.C. (UFPI) ; Silva, A.A.M. (UFPI) ; Santana, I.L. (UFPI) ; Oliveira, L.B. (UFPI) ; Santos, R.T.F. (UFPI) ; Lima, M.D.P. (U. E. PROF. ODYLO DE BRITO RAMOS)
Resumo
O presente trabalho descreve uma atividade realizada pelos alunos do 3º ano do ensino médio do turno manhã de uma escola pública, na qual realizaram pesquisas durante um mês em sala de aula com o intuito de desenvolver uma feira de ciências aberta à comunidade escolar, onde ocorreu a exposição do material confeccionado por estes, enfocando as principais questões sobre os riscos e as alternativas que podem ser tomadas em relação a produtos químicos utilizados no dia-a-dia.
Palavras chaves
feira de ciências; produtos químicos; comunidade escolar
Introdução
Os produtos químicos ocupam um papel muito importante na sociedade, pois desde o inicio dos tempos a humanidade fez uso deles de forma indireta e, com o avanço tecnológico surgiram novas necessidades e com estas o crescimento de novos produtos. “Efetivamente, a produção das indústrias químicas cresceu a um ritmo vertiginoso, o que implica um elevado consumo dos produtos que fornecem o mercado” (RODRIGO, 1979, p. 29), obtendo-se uma ampla variedade de produtos na qual “[...] são constantes da vida cotidiana: apresentam-se sob a forma de medicamentos, [...], produtos de limpeza, cosméticos, aditivos alimentares, etc.”( RODRIGO, 1979, p.29). Porém alguns desses produtos podem trazer danos à saúde, por exemplo, o problema da automedicação que é comum entre os brasileiros se “utilizado de maneira inadequada, pode ter como consequência efeitos indesejáveis, enfermidades iatrogênicas e mascaramento de doenças evolutivas representando, portanto, um problema a ser prevenido” (AQUINO; BARROS; SILVA, 2010). Infelizmente esse é um problema universal, e uma das alternativas para reduzir o consumo abusivo seria a conscientização através dos meios de comunicação, pois “os riscos dessa prática se relacionam ao grau de instrução e informação dos usuários de medicamentos, bem como ao grau de acesso, a qualidade da oferta, o controle e a fiscalização do mercado” ( SILVA; PINHEIRO, 2013), deste modo constatando uma alternativa para a diminuição no consumo deste. Com base nos conhecimentos adquiridos sobre os riscos acarretados por produtos químicos, é preciso destacar e realizar ações de conscientização da comunidade enriquecendo os conhecimentos que somados contribuem de forma significativa no ensino aprendizagem.
Material e métodos
Realizou-se uma feira de ciências aberta à comunidade escolar, na qual 24 alunos participaram divididos em 4 grupos, cada um com 6 alunos do 3º ano do ensino médio de uma escola estadual com o auxílio de 3 professores, onde estes explanaram os principais pontos sobre os riscos com o uso indevido e as alternativas dos cosméticos, fármacos, venenos e medicamentos consumidos pela sociedade, visando orientar sobre as imponderações recorrentes a esses produtos. Inicialmente, os alunos realizaram um estudo aprofundado durante 30 dias sobre a temática em questão na sala de aula com a orientação da professora de química, onde posteriormente construíram cartazes destacando os pontos relevantes, na qual a exposição dos trabalhos ocorreu no pátio da escola. Participaram da feira apenas os alunos do turno da manhã, onde exibiram seus trabalhos com seus respectivos conteúdos. O material utilizado na pesquisa e na exposição foi confeccionado pelos próprios alunos durante a organização da feira.
Resultado e discussão
A feira ocorrida na escola mostrou que os alunos possuem uma ampla visão a
respeito dos fármacos, venenos e cosméticos, pois os mesmos demonstraram
grande interesse na produção de seus trabalhos. Na elaboração dos trabalhos
para exposição, deram ênfase à conscientização do tanto do uso inadequado
dos venenos, fármacos e cosméticos. Através do estudo feito pelos alunos, os
mesmos puderam analisar que boa parte da população não sabe a forma correta
do uso de alguns produtos, ou seja, o consumo exagerado principalmente de
fármacos e cosméticos, o que ocasiona danos à saúde.
Os resultados da pesquisa mostraram que as mulheres representam uma grande
parcela da população que busca uma melhor qualidade de vida por meio de
substâncias químicas, sejam medicamentos, cosméticos ou alguns tipos de
tratamentos estéticos. Elas são atraídas pelas promessas de resultados
imediatos, e dessa forma buscam a qualquer custo esses resultados o que pode
acarretar o aparecimento de problemas de saúde ou até mesmo o agravamento de
uma doença já existente. Além disso, as pesquisas mostraram o grande número
de pessoas que fazem uso de medicamentos combinados sem orientação médica e.
A automedicação muitas vezes é vista como uma solução para o alívio imediato
de alguns sintomas, porém pode trazer sérias consequências ao organismo. O
gráfico abaixo representa o número de pessoas que fazem uso de fármacos e
cosméticos. Com base nos dados obtidos da pesquisa, o consumo de fármacos é
44%, portanto, grande pela população seguido do consumo exagerado de
cosméticos 56%, destacando principalmente as mulheres.
Conclusões
No decorrer da dinâmica de apresentação da feira de ciências, concluiu-se que a utilização de uma metodologia renovadora de ensino, promove o conhecimento com temas recorrentes a problemas sociais, como os riscos e as alternativas de produtos químicos, favorecendo no desenvolvimento da cidadania e na conscientização tanto da sociedade, quanto dos alunos, proporcionando desta forma uma interação escola-sociedade. É importante ressaltar a aproximação da disciplina de química com os alunos, utilizando exemplificações de produtos utilizados no cotidiano, sendo a feira foi proveitosa para o estudo.
Agradecimentos
UFPI e U. E. PROFESSOR ODYLO DE BRITO RAMOS
Referências
AQUINO, Daniela Silva; BARROS, José Augusto Cabral de; SILVA, Maria Dolores Paes da. A automedicação e os acadêmicos da área de saúde. Rio de Janeiro: Ciência saúde coletiva. v. 15, n.5, agosto 2010.
SILVA, Maria Laura Maciel da; PINHEIRO, Paulo César. A Educação Química e o Problema da Automedicação: Relato de Sala de Aula. Química Nova na Escola, v. 35, n. 2, p. 92-99, maio 2013.
RODRIGO, L. Novos produtos químicos. Rio de Janeiro: Salvat editora do Brasil, S. I., 1979.