Autores
Lopes, J.A. (IF SERTÃO PERNAMBUCANO) ; Sá, J.F.S.N. (ESCOLA ESTADUAL JÚLIO DE MELLO) ; Sá, C.L.S.G. (IF SERTÃO PERNAMBUCANO)
Resumo
O referido trabalho é oriundo de um projeto do Estágio Supervisionado III do curso de Licenciatura em Química. O mesmo foi vivenciado na Escola de Referência em Ensino Médio Capitão Nestor Valgueiro de Carvalho, da cidade de Floresta – PE, com cerca de 36 alunos do 2º ano “B”. Tendo como objetivo, trabalhar a composição Química dos alimentos, bem como, despertar no alunado o senso crítico quanto à ingestão de alimentos naturais e artificias. Tal enfoque possibilitou trabalhar a as substâncias presentes nas massas, nas frutas, nos doces, nas carnes, nas bebidas e como estas atuam para a manutenção da vida humana.
Palavras chaves
Ensino de Química; alimentação; Química dos alimentos
Introdução
Ao analisar os hábitos alimentares dos brasileiros, verifica-se que aumentou consideravelmente o número de pessoas acima do peso nos últimos anos. Entre os diversos fatores contribuintes, destaca-se a alimentação inadequada. Sendo rotineira a ingestão de frituras, refrigerantes ou mesmo, grandes quantidades de massas e doces. De acordo com dados publicados pela revista Veja (2014), em todo o mundo, há 2,1 bilhões de pessoas obesas ou com sobrepeso, o que representa quase 30% da população. Diante desse cenário e da falta de conhecimento dos estudantes acerca da composição química dos alimentos naturais e artificiais que se fazem presentes no seu dia a dia, surge à necessidade de se discutir a referida temática. Isso por meio do projeto “A Química dos Alimentos: uma proposta para o Ensino Médio”, elaborado por um Licenciando em Química do IF Sertão Pernambucano - Campus Floresta, vivenciado na turma do 2º ano do Ensino Médio “B”, com cerca de 36 alunos da Escola Estadual de Referência em Ensino Médio Capitão Nestor Valgueiro de Carvalho, do município de Floresta - PE, no período de fevereiro a março de 2015. Objetivando com isso, conhecer a composição química dos alimentos em uma abordagem para o Ensino Médio, bem como, despertar no alunado o senso crítico quanto à ingestão de alimentos naturais e artificiais. Uma vez que, a escola pode contribuir em suma nesse processo de formação, atrelando para isso, conhecimentos da Química e da Biologia. Para Canesqui (2007), fazer uso da temática nutricional pode tornar a aula instigadora, partindo da premissa de que a primeira pode ser estudada sob diferentes perspectivas. Contudo, segundo Maldaner (2000), é necessário identificar situações de alta vivência dos alunos para que, sobre elas, possam formar o seu pensamento químico.
Material e métodos
Para a realização do referido projeto foram necessários os seguintes materiais: Impressora, cartuchos, folhas A4, notebook, projetor, câmera digital, revistas e livros didáticos. A sequência metodológica adotada teve como primeiro momento a apresentação do projeto na turma do 2º Ensino Médio “B”. Como conseguinte, houve uma introdução dialogada sobre a temática “Química dos alimentos”. Sendo estas duas etapas desenvolvidas pelo licenciando em Química. Posteriormente, a turma foi dividida em equipes com aproximadamente 6 alunos, para com isso, realizar por cerca de duas semanas, pesquisas orientadas que contemplassem a Química presente nas massas, nos doces, nas carnes, nas frutas e nas bebidas. Como momento final, houve a socialização em sala de todos os temas e resultados qualitativos obtidos por meio das pesquisas e dos debates entre os integrantes de cada equipe.
Resultado e discussão
O estudo da temática “Química dos Alimentos” propiciou aos alunos, momentos
de realização de pesquisas e discussões acerca do tema. Possibilitando-os
diferenciar os alimentos orgânicos (as vitaminas, as proteínas, os
carboidratos e os lipídeos) dos inorgânicos (os minerais).
Ao trabalhar a composição química das massas, houve uma atenção especial por
parte dos alunos para com as frituras. Tal enfoque favoreceu discussões
relacionadas às diversas doenças que alimentos desse tipo podem provocar. Em
se tratando das carnes, o que chamou a atenção de muitos, foi a grande
quantidade de sódio (Na) contido em alguns tipos, como no caso do charque.
Com os doces, houve um interesse maior para com os biscoitos recheados, por
apresentarem elevadas quantidades de açúcar e gorduras saturadas, sendo esta
última grande contribuinte para o aumento do LDL (colesterol ruim). No
concerne às bebidas, os refringentes tiveram uma ênfase maior no estudo em
questão, principalmente pelo fato de alguns possuírem substâncias
cancerígenas, como por exemplo, o benzeno e o ciclamato de sódio, ou mesmo,
por apresentarem elevada concentração de açúcar. As frutas foi um dos
alimentos mais apreciados e defendidos em sala de aula. Isso por
proporcionarem inúmeras vantagens para o corpo. Dentre as varias substâncias
presentes, destacou-se as vitaminas.
Assim, a Química trabalhada em sala de aula contemplou não só conteúdos
específicos da disciplina, mas também, temas que estão afetando diretamente
a população mundial. Como é o caso da alimentação inadequada e o
considerável aumento do número de pessoas acima do peso, uma vez que, muitas
desconhecem a atuação das substâncias quando ingeridas.
Apresentação discente sobre a Química das Frutas.
Apresentação discente sobre a Química das Carnes.
Conclusões
Por meio da vivência de projetos, é possível informar e conscientizar o corpo discente quanto à importância da alimentação saudável. Favorecendo com isso, a formação de seres ativos e transformadores do seu meio. Logo, a disciplina de Química quando atrelada a questões socais, torna-se mais significativa e útil à formação destes.
Agradecimentos
A EREM Cap. Nestor Valgueiro de Carvalho; ao IF Sertão Pernambucano; ao PIBID – CAPES e as professoras: Ana Maria Leal e Elisete Gomes.
Referências
CERQUEIRA, S. S. et al. A padaria, um laboratório de Química nada convencional: uma experiência educativa no ensino médio. Disponível em: < http://www2.uesb.br/exatasonline/images/V3N2pp31-39.pdf>. Acessado em: 27 fev. 2015.
MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de química – professores/pesquisadores. Ijuí: Unijuí, 2000.
VEJA. Quase um terço da população mundial está obesa ou acima do peso. Disponível em: < http://veja.abril.com.br/noticia/saude/quase-um-terco-da-populacao-mundial-esta-obesa-ou-acima-do-peso/>. Acessado em: 10 de maio de 2015.