Autores

Silva Abreu, A. (IFMA) ; Tavares Ferreira da Sila, M. (IFMA) ; Tiago Fernandes dos Santos, R. (IFMA) ; Moizinho Oliveira, M. (IFMA)

Resumo

A maioria dos alunos que chegam ao Ensino Médio enfrentam sérios obstáculos por não entenderem os conteúdos Químicos.Dessa forma, o trabalho objetivou analisar a contribuição com o uso de jogos didáticos em sala de aula.Trata- se de uma pesquisa realizada na escola estadual Thales Ribeiro Gonçalves, município de Caxias-MA.O trabalho foi desenvolvido com apresentação,planejamento das intervenções,aplicação do jogo e análise do questionário aplicado.Após a aplicação do jogo constatou-se por meio do questionário que 88,2% da turma afirmou ter melhorado na compreensão sobre o conteúdo trabalhado em sala, enquanto a turma na qual foi aplicada uma atividade convencional,71,5%.Sendo assim podemos afirmar que a compreensão dos alunos com uma atividade diferenciada foi mais significativa e eficaz.

Palavras chaves

Ensino; Química; Jogo didático

Introdução

O ensino da química nem sempre foi fácil, uma disciplina que muitas vezes tem provocado aversão nos alunos por vim sendo ministrada apenas na forma teórica. Decorar fórmulas e repetir equações tem tornado as aulas de química extremamente desmotivadora. Segundo Lima (2012), as aulas de química vêm sendo ministradas apenas com o objetivo de repassar conceitos químicos, o que não é correto, pois é de conhecimento que a educação a nível médio deve ser formadora e não apenas profissionalizante ou preparadora para o vestibular. Mathias e Amaral (2010) afirmam que a aprendizagem significativa se realiza com a participação ativa do aluno. As novas informações são relacionadas com outros conceitos, de modo que não seja apenas uma repetição do que o professor ou o livro formula, mas sim uma reflexão pessoal e contextualizada que transporta conceitos científicos para a realidade deste aluno. Segundo Coelho (2010) tendo em vista a dificuldade de se ensinar algumas matérias de Química e da preocupação em desenvolver estratégias didáticas que envolvam o tema da inclusão, jogos didáticos e modelos didáticos surgem como alternativa viável para o aprimoramento do processo de ensino e aprendizagem, sendo o mesmo de baixo custo para sua produção e pelo fato de serem adaptados pelos próprios alunos, proporcionando, assim, uma maior assimilação do assunto estudado. De acordo com Castro e Costa (2011) os jogos são uma alternativa viável e interessante para aprimorar as relações entre professor – aluno – conhecimento, reconhecendo que estes podem proporcionar ao indivíduo um ambiente agradável, motivador, prazeroso e rico em possibilidades, que torna mais simples a aprendizagem de várias habilidades.

Material e métodos

O presente trabalho teve como metodologia uma pesquisa de campo realizada em uma escola estadual do município de Caxias–MA, na qual foi desenvolvida em três etapas: a primeira consistiu na fase da apresentação, conhecer a escola, a direção e o professor de química.A segunda no planejamento das atividades e intervenções que foram realizadas em duas turmas e a última etapa refere-se à fase de intervenção, com aplicação do jogo didático e análise por meio de questionários a respeito do desempenho dos alunos.A proposta foi trabalhar com duas turmas do primeiro ano, onde uma aplicou-se o jogo didático (trinta e quatro alunos) e a outra serviu como grupo controle (trinta e dois).Nas duas turmas escolhidas foi ministrada a mesma aula teórica, porém, em uma turma foi aplicado o jogo e na outra uma atividade de fixação.O tema selecionado foi tabela periódica a partir daí construiu-se uma tabela na qual continha apenas os espaços dos elementos, além disso, montou-se ainda, cartas contendo os principais elementos químicos e características desses elementos.No centro a sala ficou posicionada a mesa contendo os elementos químicos embaralhados e uma caixa com as características desses elementos.Enquanto isso havia uma tabela periódica (sem os elementos) fixa no quadro, na qual um aluno representando seu grupo iria até a mesa no centro sorteava uma carta com características de um elemento e em seguida ia até o seu grupo compartilhar as informações e analisar de qual elemento químico se tratava.Para isso cada grupo teve um minuto e meio para descobrir qual o elemento e sua localização na tabela periódica.Após o término do tempo, um aluno representante do seu grupo deveria ir até a mesa procurar o elemento químico e correr até o quadro fixando-o na posição considerada correta pelo grupo

Resultado e discussão

Quando foi apresentada aos alunos a proposta da aplicação do jogo didático houve grande empolgação e curiosidade,surgindo vários questionamentos.A elaboração do jogo foi realizada durante um mês onde houve o planejamento e a confecção do mesmo.Foram utilizados materiais simples e de baixo custo encontrados em papelarias.Os materiais utilizados foram: tesoura, cartolina, papel cartão, folha em EVA, cola, pincel, lápis e régua.A turma foi dividida em seis grupos, na lousa estava fixo o esboço da tabela periódica, na qual os elementos químicos seriam posicionados no decorrer do desenvolvimento do jogo.A intenção do jogo seria associar as características com os elementos químicos e posicioná-los de forma correta na tabela fixa no lousa.Na primeira rodada, percebeu-se bastante entusiasmo em todos os grupos, visto que, todos participaram de forma efetiva.Outro fato importante a destacar foi o tempo proposto(um minuto e meio), apesar de parecer pouco tempo, os alunos conseguiram superar as expectativas, já que praticamente todos os grupos conseguiram associar as características contidas na carta com o elemento químico e fixá-las na tabela num tempo inferior ao estimado.Foram realizadas três rodadas e após a execução da primeira os alunos conseguiram se adaptar melhor ao jogo didático, tendo assim um desempenho melhor na segunda e na terceira rodadas.Ao término do jogo, conferiu-se carta por carta junto às equipes e a maioria dos grupos conseguiram acertar todos os elementos químicos.Demonstrando dessa forma que a atividade de fixação na forma de jogo didático foi extremamente significativa e satisfatória.No término do jogo foi aplicado um questionário com dez questões sendo seis referentes à compreensão do aluno e quatro questões específicas do assunto trabalho em sala de aula

Figura 01

Pesquisa de campo: Aluno localizando um elemento químico conforme suas características

Figura 02

Pesquisa de campo: Respostas das seis primeiras questões dos alunos do 1º ano B

Conclusões

Constatou-se que a aplicação do jogo didático como ferramenta de apoio ao aprendizado é de grande importância.Percebeu-se que a turma na qual foi aplicado o jogo teve uma melhor compreensão do assunto do que àqueles submetidos a uma atividade tradicional proposta no livro didático.Ficou evidente que a utilização de metodologias alternativas de ensino viabiliza o aprendizado.Além disso, a utilização de jogos didáticos contribui significativamente no desempenho dos alunos já que estes mostram-se mais empolgados e atraídos pela disciplina quando se inova nas metodologias adotadas em sala de aula.

Agradecimentos

Ao Instituto Federal do Maranhão pelo apoio e confiabilidade em nossos trabalhos desenvolvidos em prol da Educação.

Referências

CASTRO, B. J.;COSTA, P. C. F. Contribuições de um jogo didático para o processo de ensino e aprendizagem de química no ensino fundamental segundo o contexto da aprendizagem significativa – Reiec - Revista electrónica de investigacióneneducaciónenciencias- Volume 6, 2011.
COELHO, Fernanda Sales, et al. Jogos e Modelos Didáticos como Instrumentos Facilitadores Para O Ensino De Biologia. 2010.
Lima,J.R.C.;Química:É Praticando Que Se Aprende.(2012).Disponível em:> HTTP://www.nead.fgf.edu.br/novo/material/monografias_quimica/JOSE_ROBERTO_DA_CUNHA_LIMA.pdf>.Acesso em:06/09/2014
MATHIAS, G.N.; AMARAL, C.L.C. Utilização de um Jogo Pedagógico para discussão das relações entre Ciência/Tecnologia/Sociedade no Ensino de Química. Experiências em Ensino de Ciências, 5 , p. 107-120. 2010.