Autores
Silva, W.D.A. (IFCE) ; Silva, N.M.R. (IFCE) ; Silva, F.A. (IFCE) ; Silva, A.C.O. (IFCE)
Resumo
A utilização de plantas medicinais se faz muito presente em nossas vidas. Assim, este trabalho buscou analisar a percepção de alunos do 2º ano do ensino médio de uma escola pública sobre o tema plantas medicinais; Investigar como se deu a origem do conhecimento do aluno sobre a temática e conhecer quais as plantas medicinais mais utilizadas pelos alunos e familiares através de um questionário aplicado a 25 alunos. Os resultados apontaram que as plantas medicinais fazem parte do cotidiano e são de conhecimento de todos os entrevistados sendo este, resultante de uma herança cultural, especialmente de avós para netos (55%). A maioria (68%) cultiva alguma(s) planta(s) medicinal(is), sendo a erva-cidreira a mais conhecida e consumida, especialmente na forma de chás.
Palavras chaves
Plantas medicinais; Educação; Alunos
Introdução
Estudos apontam o uso desordenado das plantas medicinais na tentativa de tratar ou curar doenças por uma parcela da população, sendo nesses casos, a preparação incorreta dos medicamentos com essas plantas, um dos fatores que podem agravar a doença existente no indivíduo (BARRETO, 2011). Badke (2008) considera que apesar da utilização dessas plantas como um método secular de tratamento contra doenças e de estar presente em diversas culturas da sociedade, o seu uso veio passando por diversas mudanças e transformações a partir do final do século XX, pelo fato da expansão da industrialização dos medicamentos produzidos em laboratório e que estão mais presentes nos processos terapêuticos da modernidade. O governo vem promovendo políticas públicas como a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, regulamentada pelo Decreto Lei nº 5.813 de 22 de junho de 2006 “como um dos elementos fundamentais de transversalidade na implementação de ações capazes de promover melhorias na qualidade de vida da população brasileira” (BRASIL, 2009, p. 09). A partir de então, adentramos nas pesquisas relacionadas à temática e a partir das inquietações surgidas diante das leituras realizadas, delimitou-se como objetivo geral desta pesquisa analisar a percepção de alunos de uma escola pública de ensino médio sobre as plantas medicinais, e como objetivos específicos: Investigar como se deu a origem do conhecimento do aluno sobre a temática; Conhecer quais as plantas medicinais mais utilizadas pelos alunos e familiares.
Material e métodos
Esta pesquisa trata-se de um estudo exploratório qualitativo, utilizando-se 40 alunos da Escola de Ensino Médio Liceu de Iguatu Dr. José Gondim no município de Iguatu/CE, tendo como critério a participação voluntária. Os dados foram coletados através de um questionário estruturado composto por seis perguntas, sendo três discursivas e três de múltipla escolha. Os dados foram analisados e interpretados através de gráficos.
Resultado e discussão
A análise revelou que a maioria (76%) dos entrevistados possuem uma faixa
etária entre 14 e 16 anos e
24% possuem entre 17 e 18 anos de idade. Percebeu-se que os entrevistados
estão na sua faixa etária
escolar correta, como a indicada pelo Ministério da Educação (MEC), que é
entre 15 a 17 anos para
alunos do 2° ano do ensino médio. De acordo com Moreira (2014), o aluno só
é considerado em situação
de distorção ou defasagem idade-série quando a diferença entre a idade do
aluno e a idade prevista para
a série é de dois anos ou mais. 100% dos entrevistados conhecem ou já
fizeram uso de alguma(s)
planta(s) medicinal(is). Os entrevistados puderam apontar mais de uma planta
medicinal, sendo a erva-
cidreira e o boldo as plantas mais utilizadas pelos alunos. Foram citadas
ainda, a Macela, capim-santo,
hortelã, babosa, erva-doce, orégano, camomila, alecrim, malva, endro e
mastruz. O conhecimento dos
entrevistados sobre a temática é decorrente de uma herança cultural, visto
que 55% respondeu que o seu
conhecimento advém dos seus avós, seguido pelos pais (27%), tio/tia (14%) e
parentes (4%). “A
disseminação da informação sobre as plantas medicinais, no espaço informal é
fundamental para a
sobrevivência do uso dessas plantas medicinais. A preservação dessa herança
cultural fortalece a
disseminação que precisa continuar se mantendo por muitas e muitas gerações,
por ser uma fonte informal
acessível e de largo uso.” (SOUZA, 2005, p.130).35% disseram que não
cultivavam nenhum tipo de planta
medicinal em casa. No entanto, 65% disseram que cultivavam alguma planta
medicinal. Os entrevistados
puderam citar mais de uma planta, sendo a erva cidreira, a planta mais
cultivada.Os dados mostraram que
a maioria dos entrevistados utilizam em forma de chás (61%), xaropes (32%) e
na comida (7%).
Conclusões
A recuperação da saúde nos seres humanos tem ocorrido ao longo dos anos desde as mais simples formas de tratamento até as mais sofisticadas. No entanto, a utilização das plantas medicinais, especialmente entre a população mais idosa e indígena caracteriza-se como o principal meio de combate e tratamento às doenças, sendo este conhecimento repassado como herança cultural aos deus descendentes. Assim, pode-se concluir que a temática pesquisada integra o cotidiano dos alunos, servindo como possibilidade para tal temática ser trabalhada de forma multidisciplinar no ensino de ciências.
Agradecimentos
Referências
BADKE, M. R. Conhecimento popular sobre o uso de plantas medicinais e o cuidado de enfermagem. 2008. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Universidade de Santa Maria, Santa Maria, 2008.
BARRETO, B. B. Fitoterapia na Atenção Primária à Saúde – a visão dos profissionais envolvidos. 2011. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, Brasília: Ministério da Saúde, 2009.
MOREIRA, C. Distorção idade-série na educação básica, 2014. Disponível em: < http://cmoreira2.jusbrasil.com.br/artigos/111821615/distorcao-idade-serie-na-educacao-basica>. Acesso em: 28 mar. 2015.
SOUZA, L. B. M. Disseminação da informação sobre Plantas Medicinais. 2005, Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Instituto de Ciência da Informação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2005.