Autores

Cabrera Quiroz, M.Y.Y. (UFAM-INC) ; Gonçalves de Lemos, R. (UFAM-INC) ; Ferreira Santos, E. (UFAM-INC) ; Mera Mera, J.F.E. (UFAM-INC) ; Mera Mera, J.C.E. (UFAM-INC) ; Rodrigues Guerreiro, A. (UFAM-INC) ; Vitor Gomes, T. (UFAM-INC)

Resumo

Este trabalho teve como objetivo verificar os possíveis fatores que dificultam o ensino-aprendizagem da disciplina de química no ensino médio do ponto de vista dos alunos, por meio de aplicação de um questionário contendo cinco perguntas discursivas envolvendo alunos da escola Estadual Imaculada Conceição. Verificou- se que muitos alunos ainda tem uma visão da química como sendo uma disciplina de caráter cientifico e experimental, que não tem importância em sua formação acadêmica, há dificuldades na transposição da disciplina por parte dos professores, que o ensino-aprendizagem seria mais produtivo se realizassem atividades experimentais e que a química está presente no seu cotidiano.

Palavras chaves

Ensino de química; ensino-aprendizagem; formação de professores

Introdução

Desde o final da década dos anos 70, do século passado, o Ensino de Química, os pesquisadores da área de química, procura abordar propostas de ensino de química, para um aprimoramento teórico-metodológico (Mól, 2012, Maldaner, 2013), mas muitas destas pesquisas demoraram a chegar a cidades distantes das capitais, onde o sistema de informação impressa e por meio de internet ainda é precário. Também o que contribui ou tem contribuído para um ensino de qualidade, que acompanhe as mudanças que ocorrem em tempo real e a cada momento, é a formação de professores, tanto inicial quanto continuada. A proposta da pesquisa se deu a partir do desinteresse que os alunos em aprender química, por ser muitas vezes uma disciplina abstrata, sem contextualização e aplicação no seu dia a dia, isso podem ser devido à forma como os livros didáticos abordam, e da forma como é constituído seu conteúdo programático, e que muitos professores utilizam como única fonte de recurso didático, as primeiras observações e alterações ocorreram a partir de 1931, e mais recentemente passa por avaliadores, isso a partir de 2007, que incluiu a disciplina Química, PNLEM/2007 (Mól, 2012). A pesquisa ainda teve como objetivos identificar os principais fatores que dificultam o ensino-aprendizagem da disciplina de química no ensino médio. Onde foram aplicados questionários aos alunos, que fornecerá possíveis respostas dos desinteresses e a falta de aceitação da matéria, procurando no futuro possíveis soluções que revertam esta situação, contribuindo para um ensino de qualidade e que tenha significado em sua futura formação.

Material e métodos

A pesquisa realizou-se na Escola estadual Imaculada Conceição do Município de Benjamin Constant, alto Solimões – Amazonas, envolvendo 100 (cem) alunos que cursam o ensino médio, aplicou-se um questionário contendo 05 (cinco) perguntas discursivas, onde por meio das respostas foram agrupadas conforme respostas similares, tendo como tipo de Analise Textual Discursivo. Conforme sinalizamos anteriormente, a Análise Textual Discursiva (MORAES, 2003; 2005; MORAES e GALIAZZI, 2007) tem sido utilizada como uma metodologia para analisar informações obtidas em pesquisas (GALLIAZI, 2003). As perguntas elaboradas e aplicadas aos alunos foram: Qual o significado da química para você? Qual a importância do ensino da disciplina na formação acadêmica? Quais as dificuldades que tem para aprender a disciplina de química? Como você gostaria de aprender a disciplina de química? Você consegue relacionar a química com o seu cotidiano? Onde por meio das respostas dos alunos verificaram-se, os possíveis obstáculos que dificultam o processo de ensino- aprendizagem.

Resultado e discussão

De acordo com as respostas da maioria dos alunos para a primeira pergunta, a maioria respondeu que o significado da química está relacionado com teorias cientificas e experimentos no laboratório. Pois muitos livros didáticos ainda relacionam à química, como sendo uma ciência de laboratório, e ainda Cachapuz (2011) descreve a questão da prática cientifica e de que forma é que ela nos ajuda e dá ensinamento para o ensino das ciências. A química não tem nenhuma importância em sua formação acadêmica para a maioria dos alunos, conforme a resposta para a segunda questão, o que nos leva a pensar que muitos dos alunos não seguirão a carreira de cientista ou pesquisador, possivelmente a carreira cientifica não desperte interesse por parte deles. As respostas para a terceira pergunta demonstrou um equilíbrio, sendo que muitas resposta dos alunos mostrar que não há dificuldades de aprender a disciplina, enquanto outra parte apresentavam dificuldades na teoria, e conforme Cachapuz (2011) a transposição didática, realizada com cautelas para não cairmos em simplismos fáceis, deve traduzir-se em sugestões de propostas de atividades de ensino-aprendizagem, que valorizem o papel do aluno no sentido primeiro de confrontá-lo com as suas situações de erro para posteriormente as vir a retificar. Para muitos alunos a forma como gostariam de aprender química, poderia ser por meio de atividades experimentais, se pensarmos que a química é uma ciência, onde muitos resultados são experimentais, desenvolvidas em laboratório, leva a acreditar na visão dos alunos que irão aprender química, manipulando e realizando experimentos. A maioria dos alunos respondeu que a química está relacionada com o seu cotidiano, desde um simples banho, a higiene, alimentação, deslocamento para escola, na confecção do fardamento, etc., tem presença da química, uma química diferente de formulas e equações, mas sim uma química obtida por meio de processo de transformações

Conclusões

Diante de tais respostas, podemos considerar que para muitos alunos a química está relacionada às teorias cientificas e experimentos de laboratório, e por se tratar de uma disciplina basicamente científica, não nenhuma importância em sua formação acadêmica, há dificuldades no aprendizado, pois da forma como vem sendo ministrado, há uma difícil compreensão da teoria, e para muitos dos alunos que participaram desta pesquisa o aprendizado poderia ser mais eficiente se realizassem mais atividades experimentais, mas apesar de alguns obstáculos pode- se perceber pelas respostas dos mesmo que a química está presente no seu cotidiano.

Agradecimentos

A instituição UFAM/INC. A escola Estadual Imaculada Conceição, por permitir a execução da pesquisa.

Referências

CACHAPUZ, António. A renovação do ensino das ciências [et al], (organizadores). – 2. ed. – São Paulo : Cortez, 2011.
MALDANER, Otávio Aloisio. A formação inicial e continuada de professores de química : professor/pesquisador. 4. ed. – Ijuí : Ed. Unijuí, 2013.
MÓL, Gerson de Souza. Ensino de química : visões e reflexões / organizador Gerson de Souza Mól. – Ijuí : Ed. Unijuí, 2012.
ROQUE, Moraes. Mergulhos discursivos: análise textual qualitativa entendida como processo integrado de aprender, comunicar e interferir em discursos. In: GALIAZZI, M. C.; FREITAS, J. V. (Orgs.) Metodologias emergentes de pesquisa em educação ambiental. Ijuí: UNIJUÍ, 2005.p. 85- 114.