Autores
Sousa, D.G.T. (UFPA) ; Abreu, V.S. (UFPA) ; Santos, F.R.R. (UFPA/UFOPA)
Resumo
O minicurso foi escolhido por envolver aula teórica e prática, já que para muitos estudantes da disciplina de Química seria interessante visualizar os processos químicos para um bom entendimento dos assuntos. Nessa pesquisa os sujeitos analisados são estudantes do Ensino Médio de uma escola pública. A base desse estudo volta-se para o rendimento escolar com aulas envolvendo teoria e prática. Os resultados foram obtidos positivamente, todos os sujeitos responderam correta e adequadamente o questionário empregado durante o minicurso sobre o assunto Ácidos e Bases. Assim, os resultados foram favoráveis à intenção desse estudo, confirmando a prática científica como fundamental para o ensino de ciências, neste caso a Química.
Palavras chaves
Ácidos; Bases; Minicurso
Introdução
Francisco e Queiroz (2007) explicando sobre o ensino aprendizagem, argumenta que “na área da Química desenvolvida dentro de contextos sociais e culturais potencializa a aprendizagem significativa, despertando a curiosidade e refletindo a sistematização de diferentes conteúdos.” Em outras palavras, associar o cotidiano à ciência é um meio de facilitar assimilação de assuntos escolares. Mas isso requer uma aplicação prática, para que estudantes se sintam motivados em assistir as aulas e aprenderem os conteúdos ministrados. Assim, para esta pesquisa a atividade do minicurso foi escolhida como recurso metodológico para o ensino de Química. Para os participantes, estudantes de uma escola pública em Santarém - Pará, a disciplina de Química é complexa por não existir ferramentas que façam interação entre a teoria científica e a prática. Na opinião deles, o uso de alguma ferramenta complementar poderia facilitar o entendimento da disciplina. Sabendo-se que as atividades complementares são eficazes no processo ensino-aprendizagem, o assunto de Ácidos e Bases intermediado pelo minicurso, foi bem aceito entre os discentes, bem como motivou os mesmos a se interessarem pelo conteúdo.
Material e métodos
Foi ministrada uma breve aula sobre definição do que seria ácido e base, ionização de substâncias moleculares e escala de pH. Após a aula teórica, passou-se para a parte dinâmica e prática da aula que mobilizou os 20 alunos do 1º ano do Ensino Médio. Estes foram divididos em 4 grupos para uma melhor aplicação da atividade, onde todos foram auxiliados pelos ministrantes do minicurso. O experimento consistiu em preencher copos descartáveis transparentes pela metade com as seguintes soluções: água sanitária, sabão em pó, suco de limão, fermento, vinagre desinfetante, antiácido, soda cáustica e refrigerante de limão. Logo em seguida, foi misturada a cada solução extrato de flor natural Ipomeia escolhido como indicador natural de pH. Os resultados foram comparados a escala de pH confeccionada pelos ministrantes. Incentivando os alunos a compararem seus experimentos com a determinação de cada caráter ácido ou básico das soluções. Depois, aplicou-se um questionário para os estudantes. As perguntas foram voltadas para saber o nível de compreensão sobre o assunto Ácidos e Bases após a palestra do minicurso. Ao todo foram oito perguntas simples. São elas: Como podemos identificar uma substância ácida (básica)? Porque nem todo(a) ácido (base) pode ser ingerido(a)? É importante a ingestão dos(das) ácidos (bases)? Existe alguma substância que ao entrar em contato com um ácido (base) poderá mudar de coloração?
Resultado e discussão
A interação entre a aula teórica e prática foi satisfatória. O primeiro
indicativo foi à mobilização dos alunos em participarem da aula. Isso nos
leva a concordar com Giordan (1999), onde
“A Química é uma ciência eminentemente experimental; daí a importâncias das
aulas práticas. A experimentação é um processo pleno de investigação, a
formação e aprendizagem dos sujeitos deve se dar preferencialmente nas aulas
investigativas, já que ela é um veículo legitimador indispensável
proporcionando um conhecimento melhor e consequentemente avançado.”
Os alunos tiveram fácil entendimento sobre o assunto Ácidos e Bases
manifestando opinião favorável a esse método de ensino. Isso foi observado
por causa de uma breve participação dos estudantes na introdução do
minicurso, indagados a opinarem sobre o que era ácido e base. 50% respondeu
que ácidos são identificados pelo sabor azedo, já as bases foram comparadas
ao sabor “travoso”, como a da fruta de caju.
No entanto, após o minicurso os alunos responderam o questionário baseando
suas respostas na teoria científica de Arrhenius, onde 100% descreveram que
os ácidos são substâncias que produzem H+ e as bases substâncias que
produzem OH-. Sobre a questão da ingestão de ácidos ou bases,
respectivamente, 75% responderam que ambos são corrosivos, por isso nem
todos podem ser ingeridos. Para a importância da ingestão de ácidos e bases
a resposta foi 100% que sim, indicando o limão com característica ácida e o
remédio leite de magnésio com característica básica. No que se refere à
mudança de coloração do ácido ou base em contato com outras substâncias,
suas respostas foram baseadas na escala de pH, em que 100% dos estudantes
acertaram a faixa de pH de cada substância, notando a mudança de cor, com a
adição do extrato da flor de Ipomeia.
Escala de pH a partir do extrato da flor Ipomeia
Gráfico das respostas do Questionário
Conclusões
O minicurso escolhido como um método de ensino de química foi bem aceito pelo grupo de 20 estudantes, uma amostra considerável para o êxito dessa atividade em sala de aula. Observou-se, também, uma fácil memorização e fixação do assunto ministrado. Além disso, uma fuga da aula tradicional motivou e estimulou os discentes à curiosidade.
Agradecimentos
A Universidade Federal do Pará e a Universidade Federal do Oeste do Pará.
Referências
GIORDAN, Marcelo. O papel da experimentação no ensino de ciências. Química nova na escola, n.10, Nov., 1999.
FRANCISCO, Cristiane Andretta; QUEIROZ, Salete Linhares. Aprendizagem significativa e ensino de química: uma análise a partir de eventos da área de educação em química no Brasil. Revista Indivisa: Boletín de estúdios e investigación, nº 8, p. 653-662, 2007. Disponível em: <http: www.gpeqsc.com.br/sobre/artigos.php>. Acesso em: 10 set. 2014.