Autores

Lira, J.A.S. (UFPE-CAA) ; Nascimento, E.E.E.S. (UFPE-CAA) ; Silveira, D.C.C.M. (UFPE-CAA) ; Silva, G.M. (UFPE-CAA) ; Meneses, A.F.G. (UFPE-CAA) ; Anjos, J.A.L. (UFPE-CAA)

Resumo

Nos últimos anos os jogos têm ganhado espaço como estratégia de ensino, mas é necessário que a utilização desse recurso seja pensada dentro de uma proposta pedagógica com maior clareza em termos dos objetivos educacionais almejados. A química gera um certo desinteresse nos estudantes por ser uma matéria que envolve conteúdos abstratos, modelos e representações, além disso o enfoque tradicional utilizado em sua abordagem leva a um entendimento equivocado, que os conhecimentos são meras informações a serem memorizadas e não necessariamente compreendidas. Os jogos lúdicos no ensino da química ajudam no despertar de interesse e consequentemente o envolvimento do estudante nas atividades didáticas, e esse “despertar” passou a ser um desafio à competência do docente.

Palavras chaves

Tabela Periódica; Elemento Químico; Jogo Didático

Introdução

De acordo com LIRA (2015) a tabela periódica é uma ótima fonte de informação quando se deseja saber características sobre os elementos. Deste modo o ensino de tabela periódica deveria envolver não sua memorização, mas sim atividades voltadas a explorar sua funcionalidade como uma ferramenta que agrupa elementos com propriedades químicas semelhantes e que apresenta uma periodicidade na organização destas. Neste sentido o desenvolvimento de habilidades tais quais: organizar, analisar, reconhecer (propriedades), prever (crescimento ou redução de uma propriedade segundo a periodicidade), deve ser um objetivo educacional concomitante ao aprendizado da representação simbólica e da localização dos elementos em família e período. Ou seja, aprender tabela periódica deve ter sentido e funcionalidade para os estudantes. Em contraposição ao ensino com enfoque tradicional voltado a memorização sem significado de símbolos e definições uma abordagem mais ativa de ensino- aprendizagem, sobretudo consciente dos objetivos educacionais almejados, pode favorecer um aprendizado que seja significativo ao aluno. O jogo educativo aproxima o caráter lúdico existente no jogo à possibilidade de se aprimorar o desenvolvimento cognitivo. Um jogo educativo, com separações distintas, pode levar a falsa ideia de que educação tem um caráter somente de seriedade e nunca de ludismo (SOARES, 2013). Segundo KISHIMOTO (1996) no jogo educativo estão relacionadas à presença concomitante de duas funções: 1- Função Lúdica: o jogo propicia a diversão, o prazer, quando escolhido voluntariamente; 2- Função Educativa: o jogo ensina qualquer coisa que complete o indivíduo. O desafio consiste em equilibrar as funções para que tenha de fato um jogo educativo.

Material e métodos

O jogo “Qual é o Elemento?” foi desenvolvido através da disciplina eletiva Jogos e atividades lúdicas no ensino da química, que foi ofertado no quarto período do curso de licenciatura em química. A criação do jogo teve como principal objetivo, favorecer o aprendizado do conhecimento de tabela periódica a alunos de ensino médio. O jogo é composto por uma tabela periódica impressa em uma estrutura de metal, 100 imãs e 102 cartas, pode ser aplicado em 4 equipes que terão nome de cientistas, sendo eles, Bohr, Thomson, Rutherford e Marie Curie, onde as equipes serão representadas pelos imãs que supostamente serão colocados na tabela de acordo com o acerto das equipes. As cartas possuem dicas para auxiliar os alunos a tentar descobrir qual é o elemento proposto no momento, cada carta possui 5 dicas com variação de pontos, que variam de 25 á 5 pontos, tendo em vista a ordem em que for disposta nos grupos, pois a primeira e última dica sempre vai ser da equipe selecionada pela ordem de início do jogo, tendo em vista quem acertar o elemento proposto irá começar a próxima rodada. O jogo pode será encerrado quando alguma equipe completar 500 pontos ou conseguir descobrir 20 elementos.

Resultado e discussão

O jogo aborda conceitos, propriedades, aplicações, e a descoberta de elementos químicos; Visando propiciar ao aluno uma elaboração do conceito de cada elemento químico. Elaborando o conceito do elemento a partir do conjunto de conhecimentos pertinentes (propriedades e a relação com a família do elemento, história da sua descoberta, compostos em que aparecem no cotidiano, relação entre aplicação e suas propriedades) e do estabelecimento das relações entre os mesmos. Um jogo será tanto mais didático quanto mais coerente for a condução dada pelo professor durante o seu desenvolvimento em sala de aula. Este deve definir claramente qual ou quais as atividades a serem realizadas antes, durante e após o término de jogo. Caso essas definições não sejam claras, este poderá se tornar um mero instrumento de diversão e brincadeira em sala de aula, não atingindo o seu principal objetivo: a aprendizagem de conceitos. (CUNHA, 2012).

Conclusões

O desafio na implementação de um jogo didático é ter claro os objetivos educacionais concomitantes ao aprendizado do conteúdo. É ainda equilibrar as funções lúdicas e educativas da atividade. O professor deve experimentar o jogo antes de levá-lo à sala de aula, ou seja, que ele vivencie a atividade de jogar. Pois somente assim será possível perceber os aspectos de: coerência das regras, nível de dificuldade, conceitos que podem ser explorados durante e após o seu desenvolvimento, bem como o tempo e o material necessário para sua realização.

Agradecimentos

Agradecemos a todos nossos colegas de curso que nos apoiaram neste trabalho, especialmente nossa colega Samara. Agradecemos também ao nosso professor orientador José

Referências

(CUNHA, M.B. Artigo jogos no ensino de química: considerações teóricas para sua utilização em sala de aula.QNESC Vol. 34, N° 2, p. 92-98, MAIO 2012).
KISHIMOTO, T.M. O jogo e a educação infantil. Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. São Paulo: Cortez, 1996.
Lira, J. Infoescola. História da tabela periódica, Acessado em 15/02/2015 em:
http://www.infoescola.com/quimica/historia-da-tabela-periodica/