Autores

Figueredo, L.V. (UFCG) ; Silva, E.K.S. (UFCG) ; Pessoa, J.J.S. (UFCG) ; Lima, J.P.F. (UFCG) ; Sales, L.L.M. (UFCG)

Resumo

Este trabalho visa obter as concepções dos discentes da Escola Técnica de Saúde do Centro de Formação de Professores da UFCG, localizada em Cajazeiras, com relação ao papel da experimentação e a importância de materiais alternativos nas aulas práticas de Química. Após a pesquisa os dados foram analisados e quantificados. De acordo com os resultados obtidos verifica-se que 44,0% dos alunos afirmaram saber o que é experimentação. Deixando evidente o conhecimento dos mesmos sobre o tema em questão. Ainda cerca de 60 % dos discentes disseram que era muito interessante o uso de materiais alternativos nas aulas de química. A partir destes dados podemos confirmar a importância da contextualização e o valor da experimentação no Ensino de Química.

Palavras chaves

Concepção dos discentes; Experimentação; Materiais alternativos

Introdução

Merecem especial atenção no ensino de Química, as atividades experimentais. Há diferentes formas de realizá-las, sendo que o objetivo das mesmas é possibilitar o exercício da observação, da formulação de indagações e estratégias para respondê-las. As habilidades necessárias para que se desenvolva o espírito investigativo nos alunos não estão associadas a laboratórios modernos, com equipamentos sofisticados. Muitas vezes, experimentos simples, com materiais do próprio cotidiano, podem ser realizados em casa, no pátio da escola ou na sala de aulas. O ato de experimentar torna o aluno um construtor do seu próprio conhecimento, assumindo assim o papel de aluno pesquisador (GUIMARES, 2009). Que elabora hipóteses, testa, organiza os resultados obtidos, reflete sobre o significado de resultados esperados e, sobretudo o dos inesperados e usa as conclusões para a construção do conceito pretendido. A proposta apresentada para o ensino de Química nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM) se contrapõe à velha ênfase na memorização de informações, nomes, fórmulas e conhecimentos, como fragmentos desligados da realidade dos alunos. Ao contrário disso, pretende que o aluno reconheça e compreenda, de forma integrada e significativa, as transformações químicas que ocorrem nos processos naturais e tecnológicos em diferentes contextos (FERREIRA e WORTMANN, 2007). Esta pesquisa tem o intuito de demonstrar a real necessidade e importância da contextualização nas aulas práticas do ensino de química, ao mesmo tempo orientar os educadores e os educandos a realizarem práticas de Química com materiais alternativos. Por conseguinte construírem seu ambiente de trabalho experimental ou futuro laboratório alternativo.

Material e métodos

O presente trabalho foi realizado na Escola Técnica de Saúde de Cajazeiras – PB, localizada na Universidade Federal de Campina Grande, com 60 alunos do 1°, 2° e 3° ano do ensino médio. Foram ministradas aulas no laboratório da instituição usando materiais alternativos (resíduos sólidos) de baixo custo com o objetivo de contextualizar teória e prática. Num segundo momento os professores solicitaram que os alunos trouxessem de casa, materiais recicláveis para confecção de equipamentos laboratoriais alternativos e de baixo custo. Usando a criatividade, foram desenvolvidos vários aparatos e equipamentos. Ex: para confecção de um funil de decantação utilizou-se garrafas PET, mangueiras de nível e cola durepoxi. Dando continuidade foi aplicado um questionamento com os alunos, no sentido de caracterizar 1- A concepção dos mesmos a respeito da experimentação nas aulas de química; 2- A importância de se fabricar equipamentos alternativos de laboratórios para uso em aulas teóricas. Concluiu-se a pesquisa confrontando os dados e transformando-os em gráficos.

Resultado e discussão

Através da pesquisa aplicada com os alunos do ensino médio os dados foram quantificados e analisados. Conforme mostra a Figura 1, cerca de 44,0% dos alunos responderam saber muito o significado do termo experimentação. Defenderam que experimentar é fazer experimentos no laboratório com a ajuda do professor visando melhorar o aprendizado, deixando evidente o conhecimento dos mesmos sobre o tema em questão. Já 23% dos entrevistados afirmaram entender sobre o assunto e ainda cerca de 20,0% destes disseram que a experimentação é observar um show de luzes. Em menor escala com 13,0% não souberam ou não quiseram responder. Já com relação a importância do uso de material alternativo, conforme mostra a Figura 2 cerca de 60,0% dos entrevistados responderam ser muito interessante, afirmando que o professor pode encontrar alternativas para observar a química no cotidiano, de uma maneira simples e criativa. Já 30,0% destes afirmaram ser muito bom, porém sem justificativa. Ainda 5% dos alunos disseram não ser bom, não ter importância e 5% não souberam responder

FIGURA 1

Mostra a concepção dos alunos sobre experimentação

FIGURA 2

Mostra a importância de fabricar equipamentos alternativos de laboratório para serem aplicadas as aulas teóricas

Conclusões

Os resultados foram significativos em relação à realização de aulas práticas no laboratório, demonstrando assim, uma aceitação entre os discentes. Através do trabalho desenvolvido, observou-se a participação dos alunos na elaboração de instrumentos para a prática laboratorial, além da construção do conhecimento teórico, visto que este está presente no cognitivo da maioria dos entrevistados.

Agradecimentos

Referências

GUIMARÃES, Cleidson Carneiro. Experimentação no Ensino de Química: Caminhos e Descaminhos Rumo a Aprendizagem Significativa. Química Nova na Escola. Vol. 31, N° 3, AGOSTO 2009.
FERREIRA, Maria; WORTMANN, Maria Lúcia. PCNs e as orientações para a mudança no ensino de Química. Sociedade Brasileira de Química (SBQ). 30ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2007.