Autores

Euclides de Lima, J. (INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS-IFAL) ; Gomes da Silva, A.P. (INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS-IFAL) ; Arroxelas Silva, C.A. (INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS-IFAL) ; Silva Lima, I.D. (INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS-IFAL) ; Silva, V.N.T. (INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS-IFAL)

Resumo

O fator que mais causa desinterese pelo aprendizado da química são as aulas de difícil compreensão, esse problema pode ser amenizado se os asuntos forem integrados a situações vistas cotidianamente. Desta forma, usou-se a reutilização de óleo residual de frituras para produção de biodiesel como estratégia para o ensino da química verde e experimental, além da conscientização ambiental dos estudantes do Instituto Federal de Alagoas – Campus Maceió do convênio Ifal-Petrobás. Todo o trabalho foi muito satisfatório, pois, através da prática laboratorial, os alunos constataram a importância da química em todo o processo de reutilização e preservação ambiental, o que resultou em um ótimo método de aprendizagem.

Palavras chaves

Aprendizagem; Biodiesel; Química

Introdução

O biodiesel é uma alternativa aos combustíveis fósseis, sendo uma energia limpa e sustentável e pode ser obtido através de fontes renováveis como óleos vegetais, gorduras animais e óleos utilizados para cozimento de alimentos (SANTOS, 2010). Estudos demonstram que mais de 200 milhões de litros de óleos usados por mês vão de encontro a rios e lagos, comprometendo o meio ambiente de hoje e do futuro (ECÓLEO, 2014). Esses resíduos são originados diariamente, em indústrias, lares, estabelecimentos comerciais e geralmente acabam sendo despejados irregularmente em riachos, rios ou simplesmente descartados em pias e em lixos domésticos, o que pode ocasionar a poluição de fontes hídricas e do solo (JUNIOR et. al., 2009). Tais dados causam preocupação e despertam o interesse sobre pesquisas e estudos que possam mudar essa realidade, o que passa a ser uma boa ferramenta para introdução da química verde e experimental acompanhado de assuntos que esta matéria aborda no ensino médio.

Material e métodos

A produção do biodiesel foi feita no Laboratório de Análise Microbiológica do Instituto Federal de Alagoas – Campus Maceió com o grupo de alunos do convênio Ifal-Petrobrás. O trabalho dividiu-se em duas etapas: teórica e prática. Na etapa teórica a equipe realizou um levantamento bibliográfico sobre os assuntos abordados na produção do biodiesel, e percebeu-se a importância ambiental e econômica deste produto para o Brasil, além disso, houve instruções sobre o manuseio das vidrarias e a importância do uso dos EPIs. Após a teoria foi possível adentar na etapa prática, os procedimentos foram feitos segundo metodologia de SILVA (2011) com aprimoramentos e através do processo de transesterificação por etanólise básica, o qual foi executado pelos alunos sob orientação. Foi utilizado 100 gramas do óleo residual obtido nas residências dos alunos, o qual foi peneirado e lavado com solução de cloreto de sódio a 1 molar (200 ml) afim de retirar o máximo de resíduo. Posteriormente, o óleo residual foi previamente aquecido (entre 60°C e 70°C) no agitador magnético antes de empregar o hidróxido de potássio (1 grama) dissolvido em etanol (50 ml). Após a reação de transesterificação, a mistura obtida passou por um processo de destilação, para a remoção do álcool em excesso. Em seguida, a mistura biodiesel/glicerina foi transferida para um funil de decantação, e mantida em repouso por 8 horas, obtendo-se duas fases: biodiesel e glicerina. Separou-se os dois produtos finais e realizou-se teste de combustão no biodiesel, afim de testar visualmente o biocombustível.

Resultado e discussão

Na obtenção do biodiesel etílico houve maior dificuldade de separação da fase glicerídica, o qual foi explicado aos estudantes, adentrando no assunto teórico da química, que isso se dá por consequência da maior afinidade do etanol com a glicerina (polaridade do etanol). Durante a atividade percebeu-se o constante interesse dos estudantes acerca do tema abordado, a reutilização do óleo residual para obtenção do produto, o que resultou em um grande estimulo ao conhecimento e compreensão da química, tornando-os mais participativos nas aulas desta matéria.

Conclusões

O ponto crucial deste trabalho foi a possibilidade dos alunos obterem, através de um poluente, um produto tão importante, o biodiesel. Após este processo constatou-se que a participação dos alunos na sala de aula aumentou consideravelmente, demonstrando maior interesse sobre os assuntos que a química aborda, por conta da experiência que tiveram no laboratório e toda a teoria absorvida, foi possível também que os estudantes entendessem a importância desta matéria e suas diversas áreas de aplicação. Desta forma, o trabalho resultou em um ótimo processo de aprendizagem da química.

Agradecimentos

Agradecemos primeiramente a Deus, ao apoio estrutural e financeiro do Instituto Federal de Alagoas e ao Programa de Formação de Recursos Humanos da Petrobrás (PFRH).

Referências

SANTOS, S. F. F. Otimização do processo de purificação de biodiesel por lavagem a seco “Dry Washing”. São Luís, 2010.
ECÓLEO. Associação brasileira para sensibilização, coleta e reciclagem de resíduos de óleo comestível. Reciclagem do Óleo. Disponível em <http://www.ecoleo.org.br/reciclagem.html> Acesso em: 17/04/2014.
JUNIOR O. S. R. P. et. al. Reciclagem do Óleo de Cozinha Usado: uma Contribuição para Aumentar a Produtividade do Processo. São Paulo, 2009.
SILVA, T. A. R. Biodiesel de Óleo Residual: Produção Através da Transesterificação por Metanólise e Etanólise Básica, Caracterização Físico-Química e Otimização das Condições Reacionais. Tese (Doutorado em Química) — Universidade Federal de Uberlândia. 152f. Minas Gerais, 2011.