Autores
Macedo, R.M. (INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA) ; Lima, A.A. (INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA) ; Castro, G.R. (INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA) ; Conus, L.A. (INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA) ; Silva, E.A. (INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA)
Resumo
A pesquisa foi conduzida em ambiente protegido, objetivou-se avaliar o efeito da coinoculação de Rizhobium tropici e Azospirillum brasilense, no crescimento, produção de massa fresca de nódulos, massa seca da parte aérea, de raízes, acúmulo de N na parte aérea e na produção do feijão da cv. Pérola. Considerando as condições do experimento, a coinoculação com e sem enraizador, o R. tropici mais A. brasilense promoveu de forma significativa a produção de biomassa fresca e seca da planta, de raízes e nódulos em 16,48% e 23,04% respectivamente, em relação aos tratamentos sem coinoculação. A produtividade média de grãos com a coinoculação de R. tropic e A. brasilense foi de 1.527,65 kg ha-1, um incremento de 22,66 % em relação aos demais tratamentos, inclusive a testemunha com aplicação de N.
Palavras chaves
Phaseolus vulgaris L.; Bactérias Diazotróficas; Produtividade
Introdução
O feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) é um dos principais componentes da dieta alimentar brasileira, constituindo uma das mais importantes fontes de proteína vegetal, sobretudo para a população de baixa renda (SOUZA et al., 2005). No entanto, a produtividade média do feijoeiro no estado de Rondônia é de apenas 721 kg ha-1. Isso acontece devido a susceptibilidade da cultura à doenças e ao baixo nível tecnológico adotado pela maioria dos produtores. A adubação nitrogenada pode contribuir para o aumento da rentabilidade da cultura, podendo ser realizada com utilização de bactérias promotoras de crescimento (BPC) e com baixo custo. As BPC apresentam como principais caraterísticas, capacidade de fixação biológica de nitrogênio, aumento da atividade da redutase do nitrato, produção de hormônios como auxinas, citocininas, giberilinas e solubilização de fosfato (CASSÁN et al., 2008; RODRIGUEZ et al., 2004). Vários trabalhos de pesquisa têm ressaltado a importância, tanto da coinoculação (associação), quanto do uso separadamente de Rhizobium tropic e de Azospirillum brasilense no crescimento, desenvolvimento e produtividade de leguminosas. Dardanelli et al. (2008) observaram em feijoeiro com a coinoculação de A. brasilense e R. tropici, os seguintes resultados, aumento do desenvolvimento radicular, fixação de N, produção de mais sinais flavonoides, além disso os resultados sugerem que Azospirillum permite uma exsudação mais longa, mais persistente dos flavonoides das raízes de feijão. Mediante o exposto, o objetivo deste foi avaliar a eficiência da inoculação e coinoculação de feijão com Rhizobium tropic e Azospirillum brasiliense no crescimento, desenvolvimento, produção e fixação de nitrogênio, com e sem aplicação de Mo e Co via foliar no Estado de Rondônia.
Material e métodos
O experimento foi conduzido em casa de vegetação no setor de Olericultura do Instituto Federal de Rondônia, Campus Ariquemes, no período de agosto a outubro de 2014. Os tratamentos foram constituídos pela combinação de 20 kg ha-1 de N no sulco de plantio mais o enraizador GeoRaiz LegMoCo® com (R. tropic, A. brasilense, A. brasilense mais R. tropic e R. nativos), sem enraizador (A. brasilense mais R. tropic) e por duas testemunhas sem enraizador (a primeira com adubação básica e em cobertura com 40 kg ha-1 de N e a segunda apenas com aplicação de calcário dolomítico). A parcela experimental foi constituída por 12 plantas espaçadas de 80 x 15 cm com área útil de 1,50 cm2. Por ocasião do florescimento, 35 dias após a semeadura (DAS) foram avaliadas as seguintes variáreis: massa fresca de nódulos, massa seca da parte aérea, de raízes e acúmulo de nitrogênio na parte aérea. Aos 72 DAS foi realizada a colheita de quatro plantas para determinação produção por planta e rendimento da cultura. Os dados foram submetidos à análise de variância e regressão sendo as médias dos diferentes tratamentos comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando o programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2000).
Resultado e discussão
A coinoculação com R. tropic e A. brasilense apresentou efeito
significativamente superior aos demais tratamentos com relação produção de
biomassa fresca de nódulos, massa seca da parte aérea, de raízes, acúmulo de
nitrogênio, produção por planta e produtividade. Vale ressaltar que a média de
produtividade na coinoculação e inoculação com R. Tropic foi de 1527,65 kg, ou
seja, um incremento de 23,32% em relação ao tratamento convencional com
adubação básica e em cobertura com 40 kg ha-1 de N.
Isso ocorreu devido principalmente ao efeito atribuído ao Azospirillum na
promoção do crescimento radicular, favorecendo a absorção de água e nutrientes
(DUBROVSKY et al., 1994), aumentando em alguns casos a assimilação do nitrato
(FERREIRA, et al. 1987) e a fixação biológica do N2 (INIGUEZ et al., 2004).
Meirelles et al. (2014) obtiveram maior produtividade com a inoculação da
semente de feijão com uma dose de 2 g kg-1 do inoculante comercial a base de
Rhizobium tropic e, aplicação posterior no feijoeiro, via foliar de 200 ml ha-
1 do produto comercial a base de Azospirillum brasilense. Utilizando a
recomendação acima referida, a produtividade em grãos na coinoculação R.
tropic mais Azospirillum apresentou um incremento de 19,86% superando assim, a
inoculação com R. tropic e ao sistema de cultivo convencional, quando foram
utilizados 20 kg ha-1 de N na semeadura e 60 kg ha-1 em cobertura.
Conclusões
A coinoculação de R. tropici e A. brasilienses e a inoculação com R. tropici foram mais eficientes no rendimento do feijoeiro do que adubação básica e em cobertura, recomenda para a cultura. A aplicação de A. brasilense de forma isolada, apresentou efeito similar ao R. tropic em relação a quase todos os parâmetros pesquisados, exceto, na produção de grãos planta-1 e na produtividade geral da cultura que foram significativamente maiores no tratamento com R. tropici.
Agradecimentos
Ao Insitituto Federal de Rondônia - campus Ariquemes. À Nitro 1000 Inoculante biológico.
Referências
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