Autores

Nascimento, F.G.M. (UFAC/CARB) ; Costa, T.R.C. (UFAC)

Resumo

A fim de promover estratégias de ensino adequadas, é possível compreender que um dos fatores que levam alunos, nas aulas de química, se tornarem desinteressados são aulas maçantes e sem relação com o cotidiano. Considerando este desafio e a partir dos impactos provocados pela evolução tecnológica no processo de aprendizagem é que este trabalho foi idealizado, ou seja, visa compartilhar uma experiência didática envolvendo o uso de novas tecnologias, um jogo montado no aplicativo Scratch, realizada entre alunos do 3 Ano do Ensino Médio. O uso desse aplicativo, envolveu conceitos de Computação Criativa, onde os alunos, a partir de um jogo para fixação de nomenclatura de hidrocarbonetos, desenvolveram conhecimentos computacionais com base na criatividade, imaginação.

Palavras chaves

Ensino de Química; Metodologia; Tecnologias

Introdução

O processo de ensino aprendizagem está cada vez mais informatizado. A utilização de novas tecnologias vem desempenhando papéis cada vez mais importantes no dia a dia das pessoas e na educação. Sendo assim, segundo Vieira (2007), é impossível pensar em um processo de ensino aprendizagem que não integre os recursos tecnológicos e a prática educativa. As novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) são elementos importantes para o desenvolvimento pessoal e profissional do ser humano. Neste contexto, o professor precisa compreender as modificações e se atualizar para exercer a função de mediador, entre as tecnologias usadas no ensino e a aprendizagem dos alunos, acreditando que as ferramentas tecnológicas não substituirão o seu trabalho, pois é ele que irá planejar as aulas e saber o melhor momento e qual o melhor recurso tecnológico para complementar um determinado conteúdo. MALDANER & ZANON (2012) apontam para um ensino que um Ensino Médio que proporcione um aprendizado formativos para a vida, não só para o trabalho ou para alimentar o próprio sistema educacional. Sugerem um ensino que promova conhecimentos, informações, competências, habilidades e valores capazes de se constituírem instrumentos reais de percepção, satisfação, cultura, interpretação, julgamento, atuação e aprendizados permanentes. Desta feita, pretendemos compartilhar, uma experiência didática, o uso de um jogo para revisão de nomenclatura dos compostos orgânicos construído no Scrath e aplicados aos alunos do 3 Ano do Colégio Adventista de Rio Branco.Ao final da atividade foi possível observar um interesse e envolvimento maior durantes as aulas de química orgânica e o entendimento de que é possível organizar aulas mais interessantes e atrativas ao aluno.

Material e métodos

O conteúdo utilizado para estimular o uso e o funcionamento do ambiente do Scratch foi Nomenclatura de Hidrocarbonetos – disponível em http://scratch.mit.edu/projects/2924326/ , para turmas de 3 ano do Ensino Médio. Após apresentar o conteúdo de nomenclatura, com exemplos no quadro e exercícios no livro, foi possibilitado computadores para cada aluno e eles puderam jogar e avaliar seus conhecimentos acerca da nomenclatura dos hidrocarbonetos. Em seguida foi dado um breve curso sobre como programar dentro do ambiente do Scratch. A partir daí, em aulas definidas e continuando em casa, eles puderam aplicar o curso na programação de jogos e resumos que auxiliassem a estudar química.

Resultado e discussão

Nosso ensino de química tradicional é fruto, na maioria das vezes, de um processo histórico de repetição de fórmulas que são bem-sucedidas do ponto de vista didático e muitas vezes, faz com que a disciplina de Química se torne apenas em um processo de pequenos rituais (MOL, 2012), distanciando ainda mais do cotidiano do aluno ou de suas aplicações no dia a dia. Ainda segundo o autor, a ausência de diálogo entre a realidade criada pela ciência e a realidade criada pelo cotidiano, não possibilita ao aluno rever seu conhecimento à luz das novidades que são, muitas vezes possibilitadas pela química. Neste pensamento, Marcondes & Peixoto (2012 p.14) apontam para a necessidade de um ensino de química que abranja um conhecimento contextualizado e incluindo atitudes procedimentais e atitudinais, ou seja um conhecimento que possa ser construído e não apenas repassado e “absorvido”. Neste contexto, uso do Scratch, como ferramenta de ensino, proporcionou aos alunos a possibilidade de conhecer um software que estimulou a criação, o protagonismo, o compartilhamento de ideias e informações, isso considerando o conteúdo de nomenclatura de hidrocarbonetos, bem como favoreceu o desenvolvimento de habilidades essenciais, como noções básicas de programação, pois, após o jogo foram desafiados a criarem jogos que envolvessem os conceitos estudados. Também foi favorecido a interdisciplinaridade, pois através do projeto, buscou-se o engajamento das diversas áreas do conhecimento como a matemática, arte gráfica e linguagem de programação no Scratch. Foi possível, a partir deste projeto, verificar que,o uso de novas tecnologias nas aulas de Química,proporcionou um ensino mais atrativo e dinâmico facilitando a aprendizagem de conceitos propostos na área de Química Orgânica.

Conclusões

Considerando um ensino de química voltado à formação de um cidadão capaz de apropriar-se de conhecimentos químicos e ser capaz de atuar de maneira mais criativa e consciente é que foi inserido no contexto dos alunos do ensino Médio o aplicativo Scratch, entendido aqui como sendo um recurso que torna as aulas de Química mais interativas e atrativas.Foi notório o fato de que após executarem o jogo proposto, o interesse e aprendizagem dos conceitos ensinados foi crescente,logo, constitui-se um recurso rico em possibilidades tanto para professores, quanto para a vida profissional do aluno.

Agradecimentos

Ao colégio Adventista e ao SESI por ter-nos possibilitado o aprendizado do aplicativo Scratch e a possibilidade de aplicá-lo em sala de aula.

Referências

CHASSOT, T. A. A Química para a formação do cidadão. Conferênica de abertura. ENEQ, 7, 1996 – Campo Grande. Anais...UFMS, Campo Grande, 1996.____ A Ciência através dos tempos – São Paulo: Moderna, 1994.
MALDANER, Otávio Aloisio. ZANON, Lenir Basso. Fundamentos e Propostas de Ensino de Química para a Educação Básica no Brasil.- IJUÍ: Ed. Unijuí, 2012.
MARCONDES, Maria Eunice R. PEIXOTO, Hebe Ribeiro da Cruz. Interações e transformações – Química para o Ensino Médio: uma contribuição para a melhoria do ensino. IJUÍ: Ed. Unijuí, 2012.
MOL, Gerson de Souza. Ensino de Química: visões e reflexões. IJUÍ: ed. Unijuí, 2012.
SOUSA, RP., MIOTA, FMCSC., and CARVALHO, ABG., orgs. Tecnologias digitais na educação [online]. Campina Grande: EDUEPB, 2011..
VIEIRA, Eloisa; MEIRELLES. Rosane M.S. RODRIGUES, Denise C.G. A. O Uso de tecnologias no Ensino de química: a experiência do Laboratório Virtual Química fácil. Disponível em: http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/viiienpec/resumos/R0468-1.pdf, acesso em 07/04/2015.