11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: O LEITE QUE COMPRAMOS É ADULTERADO? UMA ABORDAGEM PARA O ENSINO DE QUÍMICA

AUTORES: Lima, J. (IFAL) ; Santos, S.L.L. (IFAL) ; Ferreira, J.V. (IFAL) ; Melo, E.J.M. (IFAL) ; Lima, P.R. (IFAL) ; Freitas, A.J.D. (IFAL) ; Sousa, J.S. (IFAL) ; Sousa, A, A. (IFAL)

RESUMO: Esse projeto foi desenvolvido por alunos do curso de Licenciatura em Química do IFAL e bolsistas do PIBID, que teve por objetivo elaborar e aplicar atividades experimentais envolvendo o cotidiano para alunos do Ensino Fundamental II (9º ano) e ensino médio. A prática foi escolhida e desenvolvida após verificação das curiosidades do dia a dia. Os materiais utilizados foram de baixo custo disponível em supermercados e farmácias. A aplicação foi de grande importância para os alunos tendo em vista que ambos aprenderam com esta atividade experimental.

PALAVRAS CHAVES: APLICAÇÃO; ATIVIDADE; PRÁTICA

INTRODUÇÃO: O leite de vaca é considerado um dos alimentos de maior importância na alimentação humana. É rico em proteína, gordura, carboidratos, sais minerais e vitaminas A e D dentre outros. O leite oferece, também, elementos anticarcinogênicos, presentes na gordura, como o ácido linoléico conjugado, esfingomielina, ácido butírico e betacaroteno (II SUL-LEITE, 2002). Verifica-se que se for adicionado uma solução alcoólica de iodo ao amido, aparece uma das seguintes cores: roxo, azul ou verde. O amido é um polímero de glicose e suas moléculas interagem com o iodo presente na solução. O sistema resultante da interação polímero-iodo é o responsável por uma dessas cores. Desse modo, podem ser realizados testes para identificar essa adulteração. Sendo assim, o consumidor pode identificar se o leite que está comprando foi adulterado. Isso pode ser feito adicionando algumas gotas de tintura de iodo, a venda em farmácias, em uma pequena quantidade de leite. Se este após a adição e agitação tornar-se roxo, azul ou verde, provavelmente o produto estará adulterado. Para atingir os requisitos de qualidade faz-se necessário, segundo Caruso e Oliveira (1984), que o controle seja exercido desde a produção até a distribuição do produto. Assim sendo, testes bacteriológicos, como a contagem de bactérias mesófilas, testes químicos e físicos, juntamente com testes sensoriais, devem ser empregados no controle de qualidade, tanto para o leite cru, como para o pasteurizado. Este experimento é uma simulação da diluição e adulteração do leite com amido usando tintura de iodo na sua identificação. Com o intuito de identificar experiências do cotidiano, levamos essa vivência teórica e prática para alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio.

MATERIAL E MÉTODOS: A realização das atividades ocorreu no Instituto Federal de Alagoas (IFAL) e no Colégio Monte Sinai (Instituição Particular), ambos localizados na cidade de Maceió/AL. A escolha da prática experimental deu-se de acordo com a curiosidade do cotidiano. O experimento trabalhado foi: O leite que compramos é adulterado? Uma Abordagem para o Ensino de Química. Já o conteúdo abordado através da realização dessa prática experimental foi Soluções e reações química. A fim de verificar o grau de conhecimento dos estudantes em torno do assunto, elaborou-se um questionário contendo as seguintes perguntas: (1º) O que você entende por Soluções? (2º) Você acredita que o leite que sua mãe compra é adulterado? Caso sim, diga o que chamou sua atenção para isso?.(3º) O que você acha que acontece quando utilizamos leite adulterado? (4º) O que acontece se o leite está adulterado? (5º) Você acredita que a realização de experimentos Contribui no seu processo ensino-aprendizagem? De que forma se deu essa contribuição? Para intervir melhor com os alunos foi realizado um questionário antes e depois, com isso, os mesmos puderam expor seus conhecimentos e dúvidas acerca do assunto explorado. O presente experimento foi realizado com alunos do Ensino Fundamental II (9º) e Ensino Médio (1º Ano). Inicialmente os alunos separaram os materiais que foram amido, água potável, tintura de iodo e cinco béqueres. Em seguida, foi adicionado no primeiro béquer: água e 3 gotas de iodo, no segundo béquer: água, amido e 3 gotas de iodo, no terceiro béquer: leite e 3 gotas de iodo, e por fim, no quarto béquer, adicionou-se o amido, o leite, e água. Anotando todas as observações.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A adulteração do leite com amido teve como objetivo principal incentivar os alunos a buscar as teorias de Química com mais frequência no cotidiano, não só com objetivo obrigatório de conquistar notas no ensino médio, incentivando-os a buscar e resolver suas curiosidades. A atividade prática utilizou materiais de baixo custo e acessível a todos. Os questionamentos dos alunos durante a atividade prática, fez com que houvesse várias ações de incentivo a buscar o conhecimento pela disciplina, não só naquele momento, mais foi possível perceber que eles foram ainda mais além, conseguindo associar essa química tão questionadora com o cotidiano. No momento em que se abriram os questionamentos, identificou-se várias situações. Alguns discentes não sabiam onde iriam buscar respostas, e outros tentaram respostas, mesmo que não fundamentadas. No inicio das discussões, eles acharam que seria difícil responder as perguntas. Antes do experimento houve respostas bem diversificadas. Após o experimento observou-se a evolução dos alunos. Sendo assim, já começaram a responder o questionário, de forma mais coerente e correta. O que nos chamou atenção foi algumas respostas referentes a última questão. • Aluno X - Foi bem proveitoso, pude aprender e agora vou poder ajudar minha mãe. • Aluno Y - É muito interessante saber que agente pode dar um jeito em saber sobre o leite que consumimos. • Aluno Z - Em minha opinião é sempre bom novas oportunidades, essa atividade me proporcionou grande aprendizado. A experiência fez com que os alunos analisassem o leite e verificassem que a química esta presente não só em salas de aulas, mas também em seu dia a dia e que é possível fazer essas analises com materiais de baixo custo e ter resultados satisfatórios.

CONCLUSÕES: A atividade trabalhada sobre curiosidades do cotidiano, trouxe grandes questionamentos e novas experiências. Após essas práticas experimentais, pôde-se perceber que houve grande aprendizado dos discentes das escolas se ensino básico como dos alunos licenciandos do IFAL. do e os alunos terão cuidado com o leite que é consumido. Neste sentido, observa-se diante dessa situação que a química é muito mais que uma simples disciplina.

AGRADECIMENTOS: IFAL CAPES

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CARVALHO, Geraldo Camargo de. Química moderna 1: atomística, química orgânica. São Paulo: Scipione, 1995.

MORTIMER, Eduardo Fleury; MACHADO, Andréa Horta. Química, volume único: ensino médio. São Paulo: Scipione, 2005.

NETTO, Carmo Gallo. Química básica: físico-química. São Paulo: Scipione, 1989.

NOVAIS, Vera. Química 3: estrutura da matéria e química orgânica. São Paulo: Atual, 1993.

II SUL- LEITE: SIMPÓSIO SOBRE SUSTENTABILIDADE DA PECUÁRIA LEITEIRA NA REGIÃO SUL DO BRASIL, 2002. Maringá. Anais do II Sul- Leite: Simpósio sobre Sustentabilidade da Pecuária Leiteira na Região Sul do Brasil. Maringá (PR): UEM/CCA/DZO – NUPEL, 2002. 206-217 p.

OLIVEIRA, A. J.; CARUSO, J. G. B. Leite: obtenção e qualidade do produto fluido e derivados. 2.ed. Piracicaba: FEALQ, 1996 cap.3, p. 27-43: Controle de qualidade do leite.