11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: Trilhando a Química Ambiental: uso de jogo didático como ferramenta de aprendizagem no ensino de Química

AUTORES: Laís de Araújo Barbosa Nascimeto, T. (UFPI) ; Teixeira da Silva, T. (UFPI) ; Miraser da Silva, A. (UFPI) ; da Silva Moreira de Sousa, J. (UFPI) ; Farias da Cruz, V. (UFPI) ; Pinto de Sousa, R. (UFPI) ; Kássio Teiveira de Moura, F. (UFPI) ; Manoel da Silva Cruz Neto, E. (UFPI) ; Leite, C.M.S. ()

RESUMO: Ensinar Química no Ensino Médio é tido pela maioria dos professores como um grande desafio, pois é uma disciplina considerada como abstrata por alguns alunos sendo necessário a utilização de recursos didáticos, como a experimentação, jogos lúdicos e computacionais, para proporcionar essa aprendizagem. Sendo assim, o grupo de alunos do PIBID de Química da Unidade Escolar Professora Maria de Lourdes Rebelo, propôs como um método facilitador do ensino, a aplicação de um jogo de tabuleiro, para a turma do 3º ano do ensino médio. Este jogo tem como objetivo facilitar a compreensão desses alunos sobre o tema Meio Ambiente, de uma forma interativa e dinâmica, que sejam capazes de procurar soluções, se tornando pessoas esclarecidas e atuantes no que diz respeito a prevenção do meio ambiente.

PALAVRAS CHAVES: Jogos didáticos ; Meio ambiente; Ensino médio

INTRODUÇÃO: A aplicação de jogos didáticos em sala de aula vem aumentando nos últimos anos, estes proporcionam uma aprendizagem diferenciada uma vez que representam diversão e interação. Um jogo pode ser considerado educativo quando mantém um equilíbrio entre duas funções: a lúdica e a educativa. Segundo Kishimoto (1996), o lúdico está relacionado ao caráter de diversão e prazer que um jogo propicia. A educativa se refere à apreensão de conhecimentos, habilidade e saberes. Assim, a utilização do jogo didático como uma atividade diferenciada, orientada pelo professor, é constituída por regras que mantém um equilíbrio entre a função educativa e a função lúdica. Desta forma pode-se dizer que os jogos podem ser utilizados como recurso didático diferenciado, dependendo inicialmente, da característica do jogo e, posteriormente, do planejamento didático do professor. O meio ambiente tornou-se nos últimos tempos uma temática de grande relevância, sendo escolhido como forma de contribuição para a formação de cidadãos conscientes, aptos para decidirem e atuarem na realidade sócio ambiental. Se tratando do tema Meio Ambiente Cabrera e Salvi, (2005) relatam que aprender e ensinar brincando traz uma riqueza de possibilidades de relacionamento, de descoberta e apropriação do mundo dos saberes e dos fazeres. O jogo Trilhando a Química Ambiental é um grande aliado no ensino e aprendizagem do Tema Meio Ambiente, proporciona interação entre os alunos, despertando o seu senso crítico, e contribuindo para sua formação social e uma reflexão sobre as suas ações ambientais. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da aplicação de um jogo didático como ferramenta auxiliar para melhorar a aprendizagem do tema Meio Ambiente para alunos do 3º ano do ensino médio.

MATERIAL E MÉTODOS: Este trabalho foi realizado por iniciativa dos bolsistas do PIBID-Química da UFPI, e que estão desenvolvendo o programa na Unidade Escolar Maria de Lourdes Rebelo. O jogo didático foi utilizado em uma sala de aula com 21 alunos do 3ª ano do ensino médio, supervisionados pela professora de química da escola (supervisora PIBID). Para avaliar a eficiência do jogo como recurso complementar usado para melhorar a aprendizagem foi aplicado dois testes de sondagem do conhecimento: (1) Teste pré-jogo (TS 1) e (2) Teste pós-jogo (TS 2). A primeira etapa – Leitura do assunto e teste de sondagem: esta etapa consistiu na distribuição para os alunos de um resumo relativo ao conteúdo Meio Ambiente. Os alunos tiveram um tempo de três dias para ler o resumo, em seguida foi aplicado o Teste de Sondagem 1 (TS 1), onde foram obtidos os aspectos avaliativos, e por isso notas individuais foram atribuídas aos alunos. Segunda etapa – Aplicação do jogo didático: A turma foi dividida em 4 grupos,3 grupos de 5 alunos e 1 grupo de 6 alunos. Descrição do Jogo: o jogo contém 1 tabuleiro (Figura 1) , 26 cartas contendo perguntas e respostas e 8 cartas prêmio, sendo que as cartas prêmios são ganhas por um aluno a cada duas perguntas respondidas corretamente. Terceira Etapa - Teste pós-jogo ((TS 2): após a leitura do assunto e aplicação do jogo didático, foi aplicado o teste (TS 2) com o objetivo de avaliar os conhecimentos adquiridos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os alunos da turma foram entrevistados quanto à aplicação do jogo como recurso didático complementar para melhorar a aprendizagem. A utilização do jogo teve boa aceitação por parte dos alunos. Segundo os alunos: o jogo foi considerado uma atividade interessante; uma forma diferente de aprender e; por último registraram que esse tipo de atividade deveria ser realizado com maior frequência. Quanto à eficiência de utilização do jogo didático como recurso para melhorar a aprendizagem, os resultados estão apresentados na Figura 2, que refere-se à comparação das notas dos testes de sondagem TS 1 e TS 2. O teste de sondagem TS1 revela que após realizar somente a leitura do texto, sobre meio ambiente, a fixação do conteúdo por parte dos alunos foi baixa, uma vez que boa parte dos alunos, 16, obtiveram nota abaixo de 5, tendo sido observado nota máxima 7,0 antes do jogo didático. Após a aplicação do jogo didático o teste de sondagem do conhecimento, TS 2, mostra que houve um aumento significativo das notas, que mostrou um aumento na variação das notas entre 3,0 e 8,0. Observou-se também que nenhum aluno tirou nota entre 0,0 e 2,0. A comparação entre as notas permite observar a evolução do conhecimento dos alunos após a aplicação do jogo didático. Dessa forma consideramos positiva a experiência do uso do jogo didático como ferramenta complementar no estimulo da aprendizagem da Química.

Figura 1

Tabuleiro

Figura 2

Comparação das notas dos testes de sondagem TS 1 e TS 2.

CONCLUSÕES: A partir dos resultados obtidos pode-se afirmar a importância da introdução de jogos no cotidiano escolar, com o objetivo de estimular a aprendizagem através de uma atividade prazerosa e motivadora e diferenciada das aulas normais. Os jogos didáticos podem ser utilizados como um suporte que complementa o plano pedagógico e a didática do professor em sala de aula, uma vez que o mesmo contribuiu para um melhorar o desempenho dos alunos, resultado avaliado pelo teste de sondagem TS 2.

AGRADECIMENTOS: Ao Programa de Iniciação a Docência – PIBID e a CAPES pela bolsa concedida.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ANTUNES, C. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. 17. ed. Petrópolis: Vozes, 2010.
BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Lei n° 9394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, 1996.
Parâmetros curriculares nacionais: Ensino Médio: Parte III: Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. 2000.
BRAIBANTE, M. E. F. e WOLLMANN. E.M; A Influência do PIBID na formação dos Acadêmicos de Química. Química Nova na escola, n. 4, v. 34, p. 167-172, 2012.
CABRERA, W.B; SALVI, R. A ludicidade no Ensino Médio: Aspirações de Pesquisa numa perspectiva construtivista. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 5. ATAS, 2005.
CUNHA, M. B; Jogos no ensino de química: considerações teóricas para sua utilização em sala de aula. Química Nova na Escola, n. 2, v. 34, p. 92-98, 2012.
KISHIMOTO, T.M. O jogo e a educação infantil. In: Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. São Paulo: Cortez, 1996.