Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7
TÍTULO: Tratamento de resíduos alcalinos gerados a partir de experimentos realizados em Oficina: uma interface promovida entre a Química e o Meio Ambiente
AUTORES: Oliveira, G.P. (UESB) ; Jesus, E.C. (IFBAIANO) ; Fernandes, M.B. (IFBAIANO)
RESUMO: Este trabalho consiste no tratamento de resíduos alcalinos pelas licenciandas do
Curso Superior em Química gerados na Oficina desenvolvida pelos discentes do 2º
Ano do Ensino Médio do Ifbaiano campus Guanambi-BA, que oportunizou a apresentação
de diversos experimentos e secundariamente estabeleceu-se métodos viáveis para o
tratamento deste resíduo. Utilizou-se o método de titulação potenciométrica, em
que foi realizada a leitura do pH do titulado após adições de pequenos volumes de
titulante, determinou-se a concentração do resíduo e depois traçou-se o gráfico pH
x volume de titulante. Dessa forma, conclui-se que os resultados obtidos neste
trabalho apontam que a titulação potenciométrica manual aparece como uma
alternativa bastante promissora no tratamento de resíduos alcalinos.
PALAVRAS CHAVES: Tratamento; resíduos alcalinos; neutralização
INTRODUÇÃO: As atividades realizadas em laboratórios sejam em aulas experimentais ou
atividades de pesquisa, geram resíduos que podem oferecer riscos ao meio
ambiente ou à saúde quando gerenciados inadequadamente (AMARAL et al., 2001). A
fim de tratar os resíduos de laboratório de forma adequada, faz-se necessário
conhecer a natureza química dos mesmos, e a partir disto, é possível estudar
métodos viáveis de tratamento para posterior descarte.
As titulações potenciométricas fornecem dados que são mais confiáveis que
aqueles gerados por titulações que empregam indicadores químicos e elas são
particularmente úteis com soluções coloridas ou turvas e na detecção da presença
de espécies insuspeitas. As titulações potenciométricas têm sido automatizadas
em uma variedade de diferentes maneiras e tituladores comerciais estão
disponíveis no mercado. As titulações potenciométricas manuais, entretanto,
sofrem da desvantagem de consumirem mais tempo que aquelas envolvendo
indicadores (SKOOG, et. al., 2006).
É de fundamental importância despertar a consciência do aluno de química para os
cuidados com o meio ambiente, mostrar a relevância e a necessidade de se
recolher, tratar e descartar de forma adequada os resíduos gerados em cada etapa
de trabalho.
MATERIAL E MÉTODOS: O período de geração, armazenamento, tratamento e descarte do resíduo se deu
entre 10/04 à 07/06/2013. Os resíduos gerados foram separados adequadamente e
armazenados em frascos devidamente rotulados, tendo sido posteriormente
submetidos aos tratamentos químicos, através do método volumétrico de titulação
potenciométrica manual. O ponto de equivalência do resíduo foi determinado com
base em uma titulação de neutralização prévia com indicador fenolftaleína, em
que a cada gota do titulante lia-se o pH a fim de encontrar a faixa de viragem.
A titulação potenciométrica foi feita em triplicata e usou-se uma alíquota de 25
mL do resíduo em cada determinação. Utilizou-se como titulante a solução de
ácido clorídrico (HCl) à 2,0 mol.L-1 em que foi adicionado ao resíduo alcalino
(titulado) em porções de 0,5 mL até a proximidade do ponto de viragem, visto que
já era conhecido, onde reduziu-se a pequenos volumes de 0,1 mL até que a reação
química se completasse. Determinou-se a concentração do resíduo tratado. Após o
processo de neutralização os resíduos foram acondicionados, catalogados e
separados para descarte na pia.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Inicialmente, determinou-se o pH do resíduo com o pHmetro (12,72) e o ponto de
equivalência por meio da titulação de neutralização com indicador químico
fenolftaleína, que mudou o aspecto turvo do resíduo para rosa intenso. Após as
três titulações observou-se que em torno de 3,1 mL do titulante o pH da solução
contendo o analito variava bruscamente, embora a coloração do resíduo já tivesse
sido alterada. Apesar de utilizar a fenolftaleína como indicador do caráter
ácido-base, não foi possível garantir com precisão que ocorreu a neutralização
apenas com base no método visual, pois a cor da solução mudou com pH em torno de
8, embora não tivesse ocorrido a neutralização da solução. Sendo assim,
percebeu-se a necessidade de uma técnica mais precisa para neutralizar o resíduo
alcalino, neste caso utilizou-se a titulação potenciométrica manual, que possui
a vantagem de ser mais exata em relação à titulação com indicador químico.
Durante a titulação potenciométrica, o pH não variou significativamente nos
volumes iniciais, pois a concentração dos íons OH- presentes na solução era
superior a concentração dos íons H+ adicionados no meio, sendo assim a
neutralização estava acontecendo em menor extensão não a ponto de variar
bruscamente o pH da solução. Quando aproximou-se do ponto de equivalência, o
número de mols dos íons hidrônio igualou-se ao número de mol dos íons
hidroxilas, ocorreu a neutralização do resíduo. A concentração do resíduo foi
determinada de acordo com a equação 01:
M.V = M'.V'
2. 3,1 = M’. 25
M’= 0,248 mol.L-1
Tabela 01: Dados das análises em triplicata da Titulação Potenciométri
Os dados obtidos através da titulação estão
dispostos na tabela 01. Os valores em destaque
apontam que em 3,1 mL e pH 7,08 o resíduo foi
neutralizado.
Figura 01: Gráfico pH versus volume do titulante
O gráfico da média do pH das três análises foi
traçado em função do volume gasto (Figura 01).
Percebe-se que a queda brusca do pH se deu em 2,0
mL.
CONCLUSÕES: Contudo, através deste trabalho foi possível repensar ambientalmente como proceder
ao descartar resíduos alcalinos aplicando o método de titulação potenciométrica
manual, no qual mostrou-se mais eficiente frente a titulação com indicador
químico. Assim, este trabalho alcançou os objetivos esperados incluindo a
interface promovida entre a Química e o Meio Ambiente e os resultados obtidos
foram favoráveis, além de inserir os alunos no contexto de cidadão colaborador de
um ambiente mais limpo e saudável.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AMARAL, S. T.; MACHADO, P. F. L.; PERALBA, M. C. R.; CAMARA, M. R.; DOS SANTOS, T.; BERLEZE, A. L.; FALCÃO, H. L.; MARTINELLI, M.; GONÇALVES, R. S.; DE OLIVEIRA, E. R.; BRASIL, J. L.; DE ARAÚJO, M. A.; BORGES, A. C. A. Relato de uma experiência: recuperação e cadastramento de resíduos dos laboratórios de graduação do instituto de química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Quim. Nova, Vol. 24, n.3, 419-423, 2001. SKOOG, D.A.; WEST, D.M.; HOLLER, F.J.; CROUCH, R.S. Fundamentos de Química Analítica. 8. ed. São Paulo: Cengane learning, 2006.