Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7
TÍTULO: A inserção da Química Verde no ensino de pós-graduação da Escola de Química da UFRJ
AUTORES: Freire, E. (UFRJ) ; Seidl, P.R. (UFRJ)
RESUMO: Considerando a aplicação dos princípios da química verde nos processos químicos
industriais, torna-se importante a atualização e diversificação do oferecimento
de
disciplinas dos cursos de pós-graduação relacionados à química voltadas para o
tema. Desta forma, o Programa de Pós-graduação em Tecnologia de Processos
Químicos
e Bioquímicos (TPQB) da UFRJ inseriu na sua grade curricular a disciplina
Formulação de Projetos em Química Verde que propiciou aos alunos a construção de
conceitos necessários para a discussão de projetos que utilizam rotas verdes de
produção de bioprodutos. A maioria dos trabalhos apresentados mostrados pelos
alunos indicou que os principais desafios das tecnologias verdes são a melhoria
da
eficiência de processos através do desenvolvimento de catalisadores.
PALAVRAS CHAVES: química verde; pós-graduação; ensino
INTRODUÇÃO: O tema “química verde” tem sido abordado costumeiramente em disciplinas dos
cursos de química ou em cursos de extensão sob os enfoques de redução ou
controle da poluição, minimização de resíduos, além do reuso e reciclagem de
resíduos (JÚNIOR, 2008). Considerando a necessidade de acompanhar o estado-da-
arte das tecnologias de processos químicos e o atendimento às demandas
tecnológicas da indústria nacional, é necessária a atualização e a
diversificação das ofertas de disciplinas nos currículos dos cursos de graduação
e de pós-graduação.
Uma grande demanda da indústria nacional que pode ser atendida pela academia é
relativa ao fortalecimento das cadeias produtivas, bem como o apoio à criação de
uma economia voltada para bioprodutos, diferentemente da situação atual, onde o
foco esta voltado para a produção e exportação de commodities. O fomento ao
desenvolvimento das matérias primas de fonte renovável é um dos pilares da
química verde, ao mesmo tempo que incentiva a vocação nacional de ser um grande
celeiro de diferentes biomassas (CGEE, 2010).
O Programa de Pós-graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos
(TPQB) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) iniciou, a partir de
2011, a oferta de diversas disciplinas no programa do TPQB: Este trabalho
pretende discutir a inserção da disciplina “Tópicos Especiais em Formulação de
Projetos em Química Verde”, em 2013, que trata especificamente de temas
relacionados à química verde no ensino de pós-graduação da Escola de Química da
UFRJ, sob um ponto de vista metodológico.
MATERIAL E MÉTODOS: As características principais das disciplinas eram baseadas no enfoque da
aplicação dos princípios da química verde nos processos químicos. Para isso,
diversos especialistas eram convidados a palestrar sobre temas como
“alcoolquímica”, “sustentabilidade e o ciclo de vida dos produtos”, “métricas em
química verde”, “gestão sustentável da cadeia química” e “biorrefinarias”. Cerca
de metade da carga horária do curso era utilizada na apresentação e discussão,
por parte dos alunos, de resultados de pesquisa solicitados. A turma foi
dividida em 6 grupos onde cada grupo foi solicitados a discutir trabalhos sobre
1) “quem é quem em química verde no Brasil e no mundo”, 2) discussão de artigos
sobre “ética e sustentabilidade”, e 3) estudos de caso em empresas. Ao final
cada grupo apresentou um processo ou produto a ser “esverdeado”, que deveria
abordar a) aspectos mercadológicos; b) comparação entre as tecnologias de
produção existentes e c) tendências atuais e propostas de “esverdeamento” da
cadeia produtiva.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os trabalhos iniciais sobre “quem é quem em Química verde” auxiliaram os alunos
na identificação dos principais grupos empresariais atuantes no setor, bem como
os principais grupos de pesquisa acadêmicos. As discussões referentes aos
artigos permitiram um aprendizado sobre as questões gerais sobre
sustentabilidade. Os estudos de caso de empresas apresentaram os desafios e as
estratégias das empresas no lançamento e produção de produtos “verdes”. Todos
esses trabalhos subsidiaram o trabalho maior, final que foi o seminário
apresentado com mais tempo disponivel (cerca de 30 min para cada). A avaliação
dos trabalhos finais foi realizada considerando a apresentação e domínio do
assunto (auferido também por meio das repostas dadas à arguição dos professores
responsáveis pela disciplina).
Os grupos apresentaram os temas “Esverdeamento do ácido Succínico”, “Rotas
verdes na produção de ácido acrílico”, “Bio-PET”, “Bio-MEG”, “Esverdeamento do
PVC” e Produção de ácido acrílico a partir de glicerol”.
Os resultados da apresentação dos grupos mostraram que em praticamente todos os
trabalhos os principais gargalos são o desenvolvimento de catalisadores que
possam dar maior eficiência ao processo, ao desenvolvimento de escalonamento de
processos e a necessidade de parcerias empresariais para alavancar a produção de
bioprodutos. Diversos processos já se encontram patenteados mas ainda não operam
em escala comercial.
CONCLUSÕES: A oferta da disciplina “Tópicos Especiais em Formulação de Projetos em Química
Verde” no curso de Pós-graduação da Escola de Química da UFRJ que contempla o
conteúdo de química verde aplicada a processos químicos permitiu que os alunos
construíssem os conceitos necessários para a discussão de projetos que envolveram
a comparação de rotas tecnológicas convencionais com rotas verdes de produção de
bioprodutos, tendo em vista o excelente aproveitamento acadêmico dos mesmos na
disciplina.
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem a participação dos alunos do Programa de Pós-graduação da
Escola de Química.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Junior, L. P. C.; Bazito, R. C.; Freire, R. S.; Andrade, L. H.; Corio, P.; Fernandez, C. Concepções prévias sobre Química Ambiental e Química Verde dos Alunos da II Escola de Verão em Química Verde do IQ-USP, 31ª. Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2008, Águas de Lindóia, SP.
Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, Química verde no Brasil: 2010-2030, Brasília, DF:, 2010.