Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7
TÍTULO: A ABORDAGEM DO ENSINO DE FÍSICO QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO: UTILIZANDO UMA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM.
AUTORES: Macêdo, G.M.E. (IFPI) ; Costa, F.B. (IFPI)
RESUMO: Os educandos enfrentam várias dificuldades em seu processo de ensino
aprendizagem na disciplina de química. O objetivo deste trabalho é contribuir
para que os conteúdos de físico- química sejam reorientados utilizando-se de uma
situação pedagógica. Realizado em uma unidade da rede pública estadual do Piauí,
no município de Teresina, utilizando-se de questionário diagnóstico, situação de
aprendizagem, confecção de painel seguida de verificação de aprendizagem pós-
atividade, verificando-se que 98% dos alunos conseguiram compreender e
desenvolver o conteúdo com mais facilidade. Observa-se, a importância de se
inserir no processo de aprendizagem situações que permitam a interação teoria-
prática, que solidifique o conhecimento do educando, tornado um ser crítico com
postura científica e social.
PALAVRAS CHAVES: ENSINO DE FÍSICO QUÍMICA; SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM; ENSINO-APRENDIZAGEM
INTRODUÇÃO: O ensino de química pode ser um instrumento de formação humana contribuindo para
formar cidadãos pensantes, com postura crítica, reflexiva e social perante a
sociedade, além de estudar a matéria, suas transformações e a energia envolvida
nelas (MACÊDO, et al, 2010; BRASIL, 2002). Porém este ensino enfrenta diversas
dificuldades frente à percepção e aprendizado dos educandos. Percebe-se que o
ensino tradicional não dá ênfase ao desenvolvimento do educando de forma
crítica, social, cultural e científica (BRASIL, 2002). A dissociação do ensino
em geral, e da química em particular, com a vida real dos alunos contribui para
que estes possuam dificuldades em conscientizar-se da importância deste ensino
em sua vida. Então, para que o aluno desenvolva habilidades, formule suas
próprias ideias com a finalidade de resolver problemas enfrentados por este na
sociedade, se faz necessário o uso de novas metodologias de ensino. Por meio
delas, as situações de aprendizagem passam a constituir uma maneira de o
educador conduzir a aula, em que, a partir de determinada situação, o educando
passa a formular seu próprio conhecimento e o professor deixa de ser um mero
reprodutor de conteúdos para tornar-se um mediador de conhecimentos. (ALMEIDA &
PRADO, 2003; MIZUKAMI, 2005). Ao deparar-se com este tipo de situação o educando
faz questionamentos, busca soluciona-los e, ao final, obtém como produto a
construção de um novo pensamento, a partir de uma situação que já se conhecia.
(CASTILHO, PEDROSO & MACHADO, 1999; FRANÇA, 2005). O objetivo deste trabalho é
contribuir para que, partindo-se de situações vivenciados pelo aluno em seu dia-
a-dia, este consiga compreender melhor alguns conteúdos abordados no ensino de
físico química, a fim de facilitar sua apreensão.
MATERIAL E MÉTODOS: Esta pesquisa tem natureza quantitativa com a finalidade de se trabalhar com
quantificação de dados e foi realizada em uma unidade da rede pública estadual
do Piauí, no município de Teresina, com 200 alunos distribuídos em 6 turmas de
Ensino Médio, sendo quatro de 2º ano e três do 3º ano. Inicialmente, foram
selecionados dois conteúdos programáticos de Físico-Química, em que os educandos
demonstravam maiores dificuldades de aprendizagem. Escolheram-se os conteúdos de
Cinética Química e Equilíbrios Químicos. Na sequência, realizou-se um teste
diagnóstico, com questões sobre o assunto, com a finalidade de diagnosticar
quais habilidades e competências os educandos já possuíam acerca dos conteúdos a
serem trabalhos. No encontro seguinte, foi ministrada uma aula expositiva com o
objetivo de permitir o desenvolvimento da atividade, que seria proposta em
seguida, pelos alunos. Para tanto, procurou-se instigar a reflexão a respeito
dos conhecimentos já adquiridos sobre o tema e fazê-los procurar respostas para
solucionar suas indagações. Para que, ao final da atividade, houvesse a formação
de um novo pensamento, baseado numa postura científica, social e crítica.
Realizaram-se três experimentos utilizando situações do dia-a-dia dos educandos:
velocidade de reação de um comprimido efervescente, efeito do íon comum e não
comum e reação com alteração de Nox. Na penúltima etapa da atividade, foi
solicitado aos alunos que montassem um painel mostrando situações cotidianas que
envolvessem os conteúdos estudados. A finalização da situação de aprendizagem se
deu com uma atividade avaliativa acerca dos conteúdos de Cinética Química e
Equilíbrio Químico: conceito químico dos conteúdos trabalhados, fatores
associados a eles, aplicação no cotidiano e ocorrência no corpo humano.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: No questionário diagnóstico foi perguntado o que os participantes entendiam
sobre os conteúdos, se estes tinham associação com alguns acontecimentos
cotidianos, se sabiam como aconteciam os processor endotérmico e exotérmico de
uma reação, o efeito do íon comum e não comum em equilíbrios e quais situações
cotidianas os conteúdos se encaixavam. O resultado do questionário mostrou que
85% dos alunos tiveram dificuldades em responder as perguntas com clareza,
principalmente quando inquiridos sobre a associação com seu cotidiano. Dez por
cento respondeu usando uma linguagem meramente reprodutora, sem muitas
argumentações críticas ou de cunho científico. Outros 5% não conseguiram
responder a atividade. Observa-se que o ensino de química tem enfrentado várias
dificuldades como a fragmentação da parte teórica e prática do ensino que
contribuem para que, o aluno não consiga associar a disciplina ao seu cotidiano
e prática social (FARIAS, BASAGLIA & ZIMMERMANN, 2009; UEHARA, 2005). Após a
situação de aprendizagem realizada, a confecção do painel e atividade
avaliativa, 98% dos alunos compreenderam os conteúdos e responderam as questões
propostas sobre a relação dos temas com seu dia-a-dia. Constatou-se que através
de situações de aprendizagem especificas é possível que o professor utilize
acontecimentos vivenciados pelo aluno como meio de aprendizagem do conteúdo
(ALMEIDA & PRADO, 2003). Para Farias, Basaglia & Zimmermann (2009), aprender a
manusear um experimento científico leva a formação de conhecimento definido,
onde as atividades experimentais permitem ao educando conhecer como a química se
constrói e se desenvolve e associá-la a seu cotidiano. Consequentemente isto
coopera para a formação de cidadãos mais conscientes e críticos frente à
sociedade (MALDANER, 1999).
CONCLUSÕES: Conclui-se que os alunos, antes da realização da situação de aprendizagem,
possuíam certo conhecimento sobre os conteúdos selecionados, porém não conseguiam
associá-los aos fatos vivenciados por eles. A partir da situação de aprendizagem,
estes passaram a compreender com mais clareza, postura social e visão crítica a
importância dos conteúdos trabalhados, bem como a associação destes com o seu
cotidiano. Então se observa que através destas situações de aprendizagem os
educandos são capazes de adquirir competências e habilidades e, além disso,
adquirem postura crítica com compromisso social.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ALMEIDA, E. B. A.; PRADO, M. E. B. Criando Situações de Aprendizagem Colaborativa. In: Congresso Workshop de Informática na Escola, IX, 2003, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, 2003. p. 53-60. Disponível em: < http://www.br-ie.org/pub/index.php/wie/article/view/774> Acesso em: 30 Maio. 2013,13:50:50.
BRASIL. Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Média e Tecnológica (Semtec). PCN + Ensino Médio: Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais – Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC/Semtec, 2002.
CASTILHO, D. L.; PEDROSO, K.; MACHADO, S. A. H. As Aulas De Química Como Espaço De Investigação E Reflexão. Química Nova na Escola: Relatos de Sala de Aula. N° 9, p. 14-17, Maio. 1999.
FARIAS, C. S.; BASAGLIA, A. M.; ZIMMERMANN, A. A Importância das Atividades Experimentais no Ensino de Química. In: Congresso Paranaense de Educação Química, 1., 2009. Anais... Londrina: UEL, 2009. p. 1-8. Disponível em:< http://www.uel.br/eventos/cpequi/Completospagina/18274953820090622.pdf> Acesso em: 26 Maio. 2013, 18:40:35.
FRANÇA, A. A. A Contextualização no Ensino de Química: Visão dos Professores da Cidade de Sete Lagoas/MG. Belo Horizonte, 2005. 35 p.
MACÊDO,G. M. E. et al. A Utilização do Laboratório No Ensino de Química: Facilitador do Ensino - Aprendizagem na Escola Estadual Professor Edgar Tito em Teresina-Piauí. In: COONEPI, V., 2010. Maceió. Anais... Alagoas. 2010. p 1-8. Disponível em: <http://congressos.ifal.edu.br/index.php/connepi/CONNEPI2010/paper/viewFile/1430/492>
Acesso em: 26 Maio. 2013, 14:02:35.
MALDANER, O. A; A Formação Inicial e Continuada de Professores de Química: Professores/Pesquisadores. 3º ed. Ijuí, RS: Unijuí, 2006. 424 p.
MIZUKAMI, M. G. N; Aprendizagem da Docência: Professores Formadores. Revista Científica e-curriculum . V 1, nº1, p. 219-238, 2005. Disponível em: <http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum/article/view/3106/2046> Acesso em: 30 Maio. 2013, 14:50:50.
UEHARA, F. M. G. Refletindo Dificuldades De Aprendizagem Em Alunos Do Ensino Médio No Estudo Do Equilíbrio Químico. 2005. 101 p. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências Naturais e Matemática)-Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, 2005. Disponível em: < http://bdtd.bczm.ufrn.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1297> Acesso em: 26 Maio. 2013, 15:30:30.