11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: PRÁTICA PEDAGÓGICA INOVADORA: OFICINA DE SEMINÁRIOS SOBRE MATERIAIS ALTERNATIVOS

AUTORES: Kélvin de Albuquerque Mendes, M. (UFPI) ; Giovane da Rocha Brito, A. (UFPI) ; Carvalho Vieira, E. (UFPI) ; de Sousa, A. (UFPI) ; Slag Neri Silva, D. (UFPI) ; Oliveira Silva, G. (UFPI)

RESUMO: Na vivência atual os conteúdos da disciplina de Química continuam sendo explanados de forma fragmentada, assim, faz-se necessário o desenvolvimento de práticas metodológicas que priorizem a aprendizagem cotidiana buscando formar cidadãos que participem da sociedade. Desta forma, práticas como a de oficina de seminários contribuem para desenvolvimento intelectual e cognitivo dos estudantes. O conhecimento das propriedades químicas de materiais alternativos é importante para a construção do conhecimento científico, além de favorecer uma atividade socialmente conscientizadora. Este trabalho teve como objetivo avaliar a aprendizagem adquirida pelos estudantes de 2º ano e 3º ano da escola de Ensino Médio Augustinho Brandão a partir da aplicação da prática pedagógica de oficina de seminários.

PALAVRAS CHAVES: oficina de seminários; materiais alternativos; aprendizagem

INTRODUÇÃO: Nos dias atuais os professores apresentam dificuldades em ensinar os conteúdos de química, por se tratar de uma ciência ainda pouco palpável. Comumente, o método de ensino mais utilizado é o expositivo no qual o aluno, sujeito da aprendizagem, é um indivíduo passivo. 1 Diante disto, é necessário que se desenvolva práticas para sanar tais problemas, tornando a Química uma ciência mais cotidiana e próxima da realidade. Uma maneira de facilitar esta aprendizagem é a aplicação de práticas pedagógicas inovadoras e atrativas, que sejam de fácil acesso para os alunos, além de acarretarem bens para a comunidade, informando o alunado e formando assim cidadãos participantes de atividades conscientizadoras quanto ao tratamento dos dejetos jogados em lixões e que podem ser reutilizados. O lixo representa, hoje, uma grave ameaça à vida no Planeta por duas razões fundamentais: quantidade e toxicidade. Em toda parte do mundo, a mídia incentiva as pessoas a adquirirem vários produtos e a substituírem os mais antigos por outros, mais modernos, provocando a insensatez do uso indiscriminado dos recursos naturais. No Brasil 76% do lixo é abandonado a céu aberto em locais impróprios, permitindo a proliferação de vetores causadores de varias doenças. 2 Assim, é importante introduzir nas escolas atividades que abordem os malefícios causados pelo lixo, composição química de determinados materiais, além do tratamento de tais resíduos. O objetivo deste trabalho foi desenvolver uma oficina de seminários apresentados por alunos da escola de Ensino Médio Augustinho Brandão sobre a composição química, contaminações ambientais e destino dos seguintes materiais: vidro, pilhas, garrafas PET e latinhas de alumínio.

MATERIAL E MÉTODOS: A aplicação do projeto de ensino ocorreu na escola Augustinho Brandão localizada na cidade de Cocal dos Alves – PI, a escolha deveu-se ao destaque da mesma em Olimpíadas de Química, Matemática, Biologia, Português, dentre outras, além de os mesmos participarem de um curso de aprofundamento em química, projeto este denominado de “Ações Construtivas do Conhecimento de Química nas Escolas Públicas” financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) em parceria com a Universidade Federal do Piauí (UFPI). Os quatro materiais (vidro, pilhas, garrafas PET e latinhas de alumínio) foram selecionados por geralmente serem jogados nos lixões, principalmente em cidades pequenas, e não são reutilizados. Os alunos amostrados: 15 do 3º ano e 15 do 2º ano foram divididos em grupos de cinco, em seguida, submetidos a um questionário, antes e posteriormente a apresentação dos seminários. O questionário continha quatro questões abertas que tratavam de conhecimentos específicos sobre a composição química, descarte, reutilização e problemáticas de contaminação do meio ambiente pelo material em questão. É importante notar que materiais de vidro e pilhas foram apresentados para os alunos do 3º ano e os de garrafas PET e latinhas de alumínio para os alunos de 2º ano. Além disso, os discentes que apresentaram o seminário não responderam o questionário a respeito do seu assunto, apenas do que foi abordado pelos outros grupos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos permitiram concluir que a oficina de seminários possibilitou a aquisição de uma aprendizagem significativa. A partir dos seminários apresentados pelos estudantes do 3º ano e da análise dos dados referentes ao questionário, foram alcançados os seguintes resultados em percentual de acertos: Antes da apresentação “VIDRO” – 01 (33,33%), 02 (0%), 03 (13,33%), 04 (26,67%) e após a apresentação - 01 (100%), 02 (33,33%), 03 (100%), 04 (100%). Antes da apresentação “PILHAS” – 01 (0%), 02 (0%), 03 (0%), 04 (33,33%) e após a apresentação - 01 (100%), 02 (100%), 03 (66,67%), 04 (66,67%). Diante disto, pode-se observar que houve uma discrepância na questão 02 para o vidro devido esta exigir um conhecimento específico sobre tal, já para as pilhas o resultado foi satisfatório. Para os materiais apresentados para os alunos do 2º ano os resultados foram os seguintes: Antes da apresentação “GARRAFAS PET” – 01 (11,77%), 02 (0%), 03 (88,24%), 04 (88,24%) e após a apresentação - 01 (76,47%), 02 (88,24%), 03 (88,24%), 04 (88,24%). Antes da apresentação “LATINHAS DE ALUMÍNIO” – 01 (88,24%), 02 (88,24%), 03 (100%), 04 (100%) e após a apresentação - 01 (88,24%), 02 (100%), 03 (100%), 04 (100%). Para os dois casos os resultados de aprendizagem adquirida antes e após a aplicação do questionário foram próximos, justamente por apresentarem características cotidianas e por consequência foi mais facilitada a compreensão dos alunos sobre tal. Depoimento de um aluno sobre a importância da oficina de seminários: “Essas oficinas são muito importantes, pois a partir delas podemos conhecer vários materiais, como o vidro e conhecendo-os podemos saber como eles devem ser usados e reciclados, assim o manuseio com o vidro, por exemplo, é mais prático, e a reciclagem é feita de fato.”

CONCLUSÕES: A prática pedagógica de oficina de seminário se concretizou como uma eficaz alternativa metodológica, possibilitando uma aprendizagem significativa por parte dos estudantes, além de ter proporcionado uma conscientização dos estudantes com relação a problemáticas ambientais, composição química e destino correto de tais resíduos.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos a escola de Ensino Médio Augustinho e aos integrantes do projeto Ações Construtivas do Conhecimento de Química nas Escolas Públicas – PI.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1 - REIS, A. L. Q.; FIGUEIREDO, G. J. A. SANTOS, M. L. B.; SANTOS, S. R. B. Uso de um Digestor Anaeróbico Construído com Materiais Alternativos para Contextualização do Ensino de Química. Química Nova na Escola, Paraíba, vol. 31, nº 4, novembro 2009.
2 - MENEZES, M. G.; BARBOSA, R. M. N.; JÓFILI, Z. M. S.; MENEZES, A. P. A. B. Lixo, Cidadania e Ensino: Entrelaçando Caminhos. Química Nova na Escola, Pernambuco, nº 22, novembro 2005.
3 - CUNICO, Miriam Machado. Lixo e Meio Ambiente: uma proposta para o
Ensino de Química e de Geografia na Educação de Jovens e Adultos dos
Espaços Prisionais. 2004. 94f. Monografia (Especialização em Educação de Jovens e Adultos), Faculdades Curitiba, Curitiba, Paraná.