Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7
TÍTULO: A avaliação do ensino/aprendizagem na opinião de docentes de química, alunos e pedagogos do município de Ouricuri-PE
AUTORES: Araujo Junior, S.F. (IF SERTÃO-PE) ; Nunes, E.D. (IF SERTÃO-PE) ; Alcântara, A.F.P. (IF SERTÃO-PE)
RESUMO: A avaliação faz parte do processo de ensino/aprendizagem tanto para o aluno quanto
para o próprio professor. Na ação pedagógica, a avaliação sempre se justifica em
função dos objetivos previstos, que vão nortear o processo ensino-aprendizagem.
Neste trabalho foi realizada uma pesquisa na cidade de Ouricuri-PE, através de
questionamentos feitos a pedagogos, professores de Química e alunos do ensino
médio de escolas públicas, com o objetivo de identificar as idéias, nestes três
grupos, quando se pensa como se deve lecionar esta disciplina e quais os métodos
de avaliação devem ser usados. A pesquisa apontou que, tanto do ponto de vista dos
pedagogos como professores e alunos, a avaliação clássica, por meio de prova
escrita, ainda sobrepõe outros métodos avaliativos.
PALAVRAS CHAVES: química; avaliação; ensino/aprendizagem
INTRODUÇÃO: A avaliação está sempre presente nas atividades humanas, uma vez que, está
constantemente estabelecendo comparações entre coisas e valores diferentes (ou
semelhantes), obrigando as pessoas a fazerem escolhas, nem sempre fáceis. Dentro
do ambiente educacional não é diferente, a avaliação ocupa lugar de destaque,
sendo que além dos alunos, os professores e as instituições também são
avaliados. Através de formas diferentes é possível avaliar o desenvolvimento do
educando, e assim, obter o resultado para dar continuidade ao processo de ensino
(http://meuartigo.brasilescola.com/educacao/avaliacao-ensino-aprendizagem-um-
discurso-politico-.htm).
Vasconcellos (1994) destaca a avaliação como sendo “um processo abrangente da
existência humana, que implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido
de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma
tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos”. Já Granlund
apud Sousa (1994) destaca que, a avaliação é um processo contínuo, ligado a todo
bom ensino e aprendizagem, podendo ser definida como um processo sistemático,
determinando a extensão nas quais os objetivos educacionais foram alcançados
pelos alunos.
Como devemos avaliar o ensino-aprendizagem de Química? Este trabalho apresenta
uma pesquisa realizada nas escolas públicas do município de Ouricuri-PE, com o
objetivo de compreender como é avaliado o processo de ensino-aprendizagem de
Química na opinião de alunos e educadores.
MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa foi realizada durante o ano letivo de 2012 em escolas estaduais do
município de Ouricuri/PE. Para coleta de dados foram realizadas entrevistas
dirigidas na forma de questionário, as quais foram gravadas em mídia eletrônica
e transcritas posteriormente. Os entrevistados constituem três grupos distintos:
o primeiro é formado por oito pedagogos, o segundo é composto por oito
professores de Química, dos quais seis possuem graduação em Ciências Biológicas,
um em Engenharia de Energias Renováveis e um em Pedagogia, e o terceiro grupo
compreende oito alunos de ensino médio que cursam o 3° ano.
A elaboração do questionário constituiu-se das seguintes questões:
• A primeira pergunta do questionário versa sobre a prática docente no
ensino de Química: como os professores devem ensinar Química?
• A segunda pergunta refere-se à avaliação, ensino e aprendizagem de
ciências: como o aprendizado de química por parte dos alunos deve ser avaliado?
RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com a Figura 1, as três categorias apontam a necessidade da inclusão
de experimentos no ensino. O grupo C alega que a falta do envolvimento com
laboratório ou outras atividades práticas dificulta a concretização do
conhecimento. Os docentes de química lembram que não se deve desvincular pratica
e teoria. Somente 12,5% dos professores de química declarou que o ensino deve
superdimensionar o repasse de conceitos.
Observou-se em alguns casos que a ideia das atividades práticas é limitada e não
se adapta às necessidades do ensino de Química atual: 12,5 % dos grupos A e B e
50% do grupo C relataram que as atividades práticas ficam restritas somente ao
laboratório, onde os alunos seguem um roteiro com resultados previamente
conhecidos.
A Figura 2 mostra que o grupo A considera a prova escrita como principal método
avaliativo. Os pedagogos acrescentam que a avaliação do ensino deve ser
contínua, acompanhando o processo percorrido pelo educando desde as pesquisas de
campo, provas, trabalhos e participação em aula. Nenhum dos alunos considera que
a avaliação deve se dar de uma só forma. Estes defendem a necessidade dos
professores avaliarem o desempenho também através de trabalhos em grupo. É
importante ressaltar que a avaliação da aprendizagem não deve prender-se ao
método tradicional, onde o professor espera a reprodução dos conhecimentos
repassados, atribuindo-se ao final uma nota como indicativo de aprendizagem. Por
meio das oportunidades propostas (testes, exercícios, relatórios, trabalhos em
grupos, seminários, etc.) é que será possível verificar como o aluno demonstrou
ter desenvolvido certa competência (Senac, 2008).
Figura 1
FIGURA 1: Idealização da prática do ensino de
Química segundo docente de Química (a), pedagogos
(b) e alunos (c).
Figura 2
FIGURA 2: Avaliação da aprendizagem de Química
segundo docente de Química (a), pedagogos (b) e
alunos (c).
CONCLUSÕES: Os resultados permitiram verificar que: professores, pedagogos e alunos valorizam
a execução de experimentos nas aulas de Química, contudo, não foi considerada, por
parte dos professores e alunos como um método de avaliação da aprendizagem; O
tradicionalismo ainda é consideravelmente presente no método avaliativo dos
docentes de química; Os pedagogos defendem que a aprendizagem de química pelos
educandos deve ser realizada de forma continua; Os alunos consideram que a
avaliação da aprendizagem de química deve ser realizada por diversas atividades.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao IF Sertão-PE pela bolsa concedida e aos entrevistados que
colaboraram com esta pesquisa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CARVALHO, A. M. P. Introduzindo os alunos no Universo de Ciências. Em J. Werthein; C. Cunha. (Ed.). Educação científica e desenvolvimento: o que pensam os cientistas. (p 61-67)- Instituto Sangrari, Brasília: UNESCO, 2005.
GIANCATERINO, R. Avaliação do ensino/aprendizagem: Um discurso político desvinculado da realidade do educando. Disponível em: http://meuartigo.brasilescola.com/educacao/avaliacao-ensino-aprendizagem-um-discurso-politico-.htm. Acesso em: 26 de maio de 2013.
LIMA, J. F. L.; PINA, M. S. L.; BARBOSA, R. M. N.; JÓFILI, Z. M. S. A Contextualização no Ensino de Cinética Química. Química Nova na Escola, v. 11, 26-29, 2000.
SENAC. DN. Planejamento e avaliação: subsídios para a ação docente. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2008.
SOUSA, Clariza Prado de. (org.). Avaliação do rendimento escolar. 3. ed. Campinas - SP: Papirus, 1994.
VASCONCELLOS, C. S. A construção do conhecimento em sala de aula. São Paulo: Cadernos Pedagógicos do Libertad 2, 1994.