Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7
TÍTULO: AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIOXIDANTE DE PRODUTOS NATURAIS EM DIFERENTES BIODIESEIS SUBMETIDOS AO AQUECIMENTO
AUTORES: Ribeiro de Lima, I. (UECE) ; Gonçalves Pedrosa, M.R. (UECE) ; Bizerra Pereira, C. (UECE)
RESUMO: O biodiesel é um combustível oriundo de fontes renováveis cuja aplicação é a
substituição de combustíveis fósseis, que são provenientes do petróleo, produto
não renovável e altamente poluente. Este estudo consiste na produção de
biodiesel a partir de óleos vegetais diferentes (algodão, soja e milho) e
aprofundar os conhecimentos sobre a peroxidação do biodiesel, bem como avaliar a
atuação de alguns antioxidantes (quercetina, BHT, α-tocoferol e extrato de
manga) nos diversos tipos de biodieseis após aquecimento de doze dias.Foram
realizados testes para avaliar os índices de peróxidos de cada um dos
biocombustíveis quando submetidos ao aquecimento, na presença e na ausência de
antioxidantes.Pudemos verificar um resultado bastante positivo para antioxidante
produzido em relação aos comerciais
PALAVRAS CHAVES: biodiesel; antioxidante; peroxidação
INTRODUÇÃO: A crescente preocupação em relação ao meio ambiente e a rápida diminuição das
reservas de combustíveis fósseis no mundo, além do alto preço do petróleo
levaram a exploração de óleos vegetais para a produção de combustíveis
alternativos.O biodiesel é, atualmente, a principal fonte de energia renovável
utilizada para substituir o diesel comum.O uso de biodiesel como combustível
apresenta como vantagens em relação ao óleo diesel comum seu baixo teor de
enxofre, o alto potencial energético, o fato de ser biodegradável renovável e
não tóxico.Muitos tipos de plantas oleaginosas já são utilizadas na preparação
do biodiesel, tais como, óleo de soja, canola, girassol, algodão, mamona, milho,
dentre outros. O tipo de óleo a ser utilizado varia muito de acordo com o que
cada região produz. Na Europa, por exemplo, é bastante comum o uso do óleo de
colza, já no Brasil, óleos de soja e mamona são bastante utilizados. É válido
destacar que também é possível a produção de biocombustível a partir de óleos de
frituras evitando com que esses sejam descartados no solo causando contaminação
dos lençóis freáticos e do próprio solo.Com o uso constante do biodiesel nos
automóveis é importante avaliar os produtos que estão sendo formados pelo seu
aquecimento nos motores. Diferentemente dos dieseis do petróleo a estrutura
química dos biodieseis com ácidos graxos insaturados faz com que estes sejam
mais susceptíveis a peroxidação lipídica.Este estudo consiste em produzir
biodiesel a partir de óleos vegetais diferentes (algodão, soja e milho) e
aprofunda os conhecimentos sobre a peroxidação do biodiesel, bem como avaliar a
atuação de alguns antioxidantes (quercetina, BHT, α-tocoferol e extrato de
manga) nos diversos tipos de biodieseis após aquecimento de doze dias.
MATERIAL E MÉTODOS: Na produção dos biodieseis foram utilizados óleos de soja, milho e algodão e na
de antioxidante foram necessárias sementes de manga (Mangifera indica).A
preparação do extrato etanólico da amêndoa da semente da manga ocorreu da
seguinte forma: as sementes foram secas e depois quebradas para obtenção das
massas internas. Estas foram imersas em solventes por ordem crescente de
polaridade: hexano, acetato de etila e etanol, a temperatura ambiente por 7
dias. As soluções foram evaporadas obtendo-se os extratos.Utilizamos como
antioxidante o extrato etanólico. A preparação do biodiesel ocorreu por
transesterificação à temperatura ambiente seguindo a metodologia indicada em
TECBIO, 2002. Para verificarmos o Índice de Acidez dos biodieseis produzidos
seguimos as seguintes etapas:Pesou-se cerca de 2,0 g da amostra em um
Erlenmeyer, foi adicionado 50 mL de etanol neutralizado, agitou-se para total
dissolução da amostra. Em seguida titulou-se com a solução de NaOH 0,1 mol.L-
1.Os biodieseis foram submetidos ao teste de oxidação acelerada em estufa a 60°C
em cinco tratamentos, conduzidos com duas repetições: biodiesel, sem adição de
antioxidante; biodiesel, com adição de 2.400 mg/kg de extrato de semente de
manga; biodiesel, com adição de 50 mg.kg-1 de BHT. Os tratamentos foram
conduzidos por 12 , utilizando-se pequenos frascos âmbar de 200 mL, contendo 150
mL da amostra. De todas as amostras, em diferentes intervalos de tempo (0, 3, 6,
9,12), foram retiradas alíquotas e analisadas quanto ao índice de peróxidos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O índice de acidez de acordo com os parâmetros da ANP resolução n° 42 tem limite
igual a 0,8 mg de KOH. g^(-1) de amostra. Então, podemos afirmar que todos os
biodieseis produzidos estão dentro desse parâmetro. O biodiesel do óleo de
algodão apresentou maior teor de ácidos graxos livres indicando estar mais
deteriorado que os dois óleos obtidos no comércio. Um índice de acidez elevado
influencia na hidrólise do biodiesel e na sua oxidação, e pode catalisar reações
intermoleculares dos triacilglicerídeos, ao mesmo tempo em que afeta a
estabilidade térmica do combustível na câmara de combustão. Além disso, no caso
do emprego carburante do óleo, a elevada acidez livre tem ação corrosiva sobre
os componentes metálicos do motor.
Para cada tratamento verificou-se que os valores de peróxidos aumentaram ao
longo do período de aquecimento (12 dias), havendo diferença entre os tempos de
aquecimento. Quando foram utilizados os antioxidantes a peroxidação ainda se
verificou até o último dia de observação. Nas amostras controle, sem
antioxidantes, a ordem de resistência à peroxidação lipídica foi a seguinte:
biodiesel de soja seguido de milho e do de algodão. Este fato se deve
provavelmente ao grau de alteração do óleo fornecido pela indústria. Com adição
de antioxidante vê-se que esta ordem se modifica ficando biodiesel de soja,
milho e algodão. Nesse estudo realizado sobre a peroxidação do biodiesel e
avaliação da proteção de alguns antioxidantes pode-se constatar que produtos
como a amêndoa caroço de manga constituem uma fonte importante de antioxidantes
para os biodieseis já que os seus extratos revelaram ação antioxidante superior
à dos padrões como BHT e o Tocoferol, antioxidante natural conhecido.
CONCLUSÕES: Através deste estudo pudemos verificar que os valores de peróxidos nos biodieseis
submetidos a oxidação acelerada em estufa a 60°C aumentaram ao longo do período de
aquecimento (12 dias), tanto para o controle, quanto para os que apresentavam
antioxidantes. No entanto,nos com antioxidantes, a peroxidação apresentou menores
índices. Ao comparar a proteção dos antioxidantes utilizados, pudemos perceber que
o nosso, produzido a partir da amêndoa da manga, foi bastante superior ao BHT e ao
Tocoferol, já muito utilizados pelas indústrias.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Agência Nacional da Vigilância Sanitária – ANVISA. Composição de ácidos graxos do óleo de soja. RDC Nº482, de 23 de setembro de 1999. Disponível em: http://www.campestre.com.br/especificacao_soja.shtml. Acesso em: 20 de julho de 2010
Agência Nacional do Petróleo – ANP. Resolução nº 42 de 24 de novembro de 2004. Com base na disposição da lei nº139 de 14 de julho de 2004.
Agência Nacional da Vigilância Sanitária – ANVISA. Composição de ácidos graxos do óleo de soja. RDC Nº482, de 23 de setembro de 1999. Disponível em: http://www.campestre.com.br/especificacao_soja.shtml. Acesso em: 20 de julho de 2010
Agência Nacional do Petróleo – ANP. Resolução nº 42 de 24 de novembro de 2004. Com base na disposição da lei nº139 de 14 de julho de 2004.
NATIONAL BIODIESEL BOARD; In: Anais do Congresso Internacionalde Biocombustíveis Líquidos. Instituto de Tecnologia do Paraná; Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; Curitiba. PR, 19 a 22 de julho,1998. p. 42.