Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7
TÍTULO: A MUSICALIDADE COMO RECURSO METODOLÓGICO PARA ENSINAR QUÍMICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
AUTORES: Leão, M.F. (IFMT E CEJA) ; Costa, M.M.O.J. (IFMT E CEJA)
RESUMO: Este trabalho apresenta sugestões metodológicas que utilizam a música para ensinar Química. Seu desenvolvimento ocorreu em 2012, com alunos do 1º Ano do Ensino Médio do Centro de Educação de Jovens e Adultos “15 de outubro” de Barra do Bugres –MT. O objetivo desta intervenção foi envolver os alunos com práticas diferenciadas para tornar o aprendizado de Química agradável e atrativo.Houve maior compreensão da Tabela Periódica e da constituição das substâncias da natureza.As paródias elaboradas e apresentadas levaram os alunos a trabalharem de forma coletiva e comprometida.Também aumentou o fluxo de visitação na sala de multimídias.O desenvolvimento de práticas que utilizam a musicalidade como recurso didático permite construir aprendizados significativos num ir e vir entre Ciências e Artes.
PALAVRAS CHAVES: Estratégia didática; Musicalidade; Ensino de Química
INTRODUÇÃO: Trabalhar com a Educação de Jovens e Adultos significa conscientizar-se de que é necessário utilizar estratégias que estimule a efetiva participação do estudante na construção de seu conhecimento. Sua finalidade é promover um ensino que possa contribuir para uma visão mais ampla, que possibilite uma melhor compreensão do mundo físico (ARROYO, 2005). É preciso levar em conta as diferentes realidades sociais, utilizando-se da vivência dos alunos e dos fatos do dia-a-dia, da tradição cultural, da mídia e da vida escolar. Assim, desenvolvem-se as ferramentas químicas apropriadas para estabelecer as ligações com os outros campos do conhecimento. A música contribui na formação humana, por muitas vezes inundar a alma de um indivíduo, ou balançar o coração e promover, desta forma, a integração e a coletividade. O homem busca realizar atividades que lhe proporcione sensação de felicidade e satisfação. Sendo assim, a musicalidade é um recurso metodológico viável para o ensino de química. Acredita-se que é possível aprender química cantando, a exemplo de diversos artistas, como Einstein, que fizeram suas incursões pelo campo científico e educacional. A integração entre os aspectos sensíveis, afetivos, estéticos e cognitivos, assim como promoção de interação e comunicação social, conferem caráter significativo à linguagem musical (BRASIL, 1998). A utilização da música na Química torna-se relevante porque trabalha conteúdos e conceitos de uma forma lúdica, permitindo a fantasia, momentos esses que os educandos curtem e gostam, fazendo com que a aprendizagem aconteça de uma forma mais intensa e significativa. Por esta razão, o objetivo deste estudo foi desenvolver práticas pedagógicas lúdicas para envolver os alunos no estudo da Química e tornar tal aprendizado agradável e atrativo.
MATERIAL E MÉTODOS: Este estudo se configura como uma pesquisa participante, de caráter qualitativo, que segundo Martins (2007) é aquela onde o investigador interage diretamente com os sujeitos investigados, visando uma ação planejada.
Sua execução foi no CEJA “15 de Outubro”, localizado à Rua Gustavo Oenning, 451, Maracanã, Barra do Bugres–MT, e envolveu alunos do 1º ano em 2012.
Foram utilizadas fontes diversificadas para embasar o estudo, tais como: pesquisas, consultas bibliográficas e sites, incluindo atividades individuais e coletivas. No site “Relatos da Sala de Aula” fica evidente a importância da música como instrumento no ensino da Química. Baseado nas várias estratégias no site apresentadas, a metodologia da paródia foi eleita para ser abordada neste estudo.
No inicio, levantou-se o que os alunos conheciam sobre a constituição da matéria. Foi apresentada a evolução dos modelos atômicos e as características de cada átomo, como o nº atômico, a massa e o símbolo. Para familiarizarem-se com a organização da Tabela Periódica, foi proposta a atividade “Carta do Químico Apaixonado”, na qual os alunos identificavam os elementos, suas aplicações e suas características.
Foi proposta a elaboração e apresentação de uma paródia que envolvesse os Elementos Químicos de forma criativa, informativa e educativa. Após a elaboração da letra, foram realizados os ensaios para associá-la a melodia da música original. As melodias foram baixadas, em playback, no Laboratório de Informática da escola. Na sequência, os estudantes puderam apresentar suas paródias, inicialmente na sala de aula para seus colegas e posteriormente na culminância do trimestre para a comunidade escolar, ocasiões estas em que utilizaram equipamentos de som, luzes, instrumentos musicais e panfletos contendo as letras das mesmas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: No dia 12 de novembro de 2012, foi realizada uma primeira mostra, para os colegas de sala, do trabalho produzido pelos grupos em conformidade com os objetivos propostos. Essas atividades causaram empolgação, despertaram a curiosidade dos alunos, levando-os a participar efetivamente das aulas. Ao possibilitar o contato com o objeto de estudo, percebeu-se que os alunos aprimoraram os conhecimentos científicos já adquiridos pelo estudo teórico. Esta prática viabilizou vários benefícios no processo educativo. Primeiro quanto à questão disciplinar, já que eles primeiro tiveram que se reunir para elaborarem as paródias e a mostra cultural exigia certo grau de organização que não estavam habituados. As melodias escolhidas foram: Sabor de Mel de Damares; Pássaro de fogo de Paula Fernandes; Como é grande de Roberto Carlos e Como Zaquel de Regis Danese. Em termos de aprendizagem as paródias realizadas foram as mais inusitadas possíveis, porém todas abordaram conceitos químicos. Isto comprova que o lúdico estimulou-os pesquisar as características de um objeto, ou seja, o aprendizado de conceitos científicos pode ocorrer por diversas maneiras. Em um segundo momento, foi realizada uma mostra cultural para a comunidade escolar. Os alunos que participaram da produção das paródias apresentavam uma assimilação do conteúdo considerada progressiva, fato este que foi verificado com o resultado de avaliações componentes do programa curricular da escola. Vale a pena tentar enquadrar o uso da música na metodologia de aprendizado, em virtude de que, tal mecanismo pode despertar no aluno um interesse sólido pelo conteúdo em apreço, poupando assim o educando de se doar a assimilação de algo contra a sua própria vontade, diante da complexidade do aprender, em especial, na disciplina da Química.
Letras
Trechos das letras das paródias elaboradas envolvendo Elementos Químicos e suas características.
apresentação
Primeira mostra dos trabalhos desenvolvidos pelos grupos realizada na sala de aula para os colegas.
CONCLUSÕES: A aplicação de tais atividades permitiu criar novas situações aos estudantes, tais como: melhorar o interesse, construir possibilidades de trabalhar em grupos, melhorar a capacidade de raciocínio e, desta forma, entender terminantemente os conhecimentos que foram abordados. As atividades lúdicas permeando o conteúdo teórico científico e ao cotidiano do aluno, podem ser a saída para a melhoria desse ensino diversificado que atrai o educando para um ensino de química prazeroso. Logo, conclui-se que a interação destes estudantes com a música auxilia no desenvolvimento dos estudos da química.
AGRADECIMENTOS: Ao IFMT, pela excelente formação e pelo incentivo. Ao CEJA "15 de outubro" pela oportunidade de poder vivenciar o cotidiano escolar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ARROYO, M.G. Educação de jovens e adultos: um campo de direitos e de responsabilidade pública. In: SOARES, L.J.G.; GIOVANETTI, M.A.; GOMES, N.L. Diálogos na educação de jovens e adultos. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. p. 19-50.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília MEC/SEF, 1998.
MARTINS, G. de A. THEÓPHILO, C.R. Metodologia da Investigação Científica para Ciências Sociais Aplicadas. São Paulo: A , 2007.
RELATOS DE SALA DE AULA. A Música e o Ensino de Química. Marcelo Pimentel da Silveira e Neide Maria Michellan Kiouranis. Disponível em: < http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc28/07-RSA-2107.pdf>. Acesso em: 27 de abr. 2010.