11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: A ATIVIDADE DE CAMPO COMO FERRAMENTA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE QUÍMICA NO PROJETO 6 DE MARÇO

AUTORES: Viana de Souza, B. (IFCE - CAMPUS MARACANAÚ)

RESUMO: O presente trabalho descreve a atividade de campo desenvolvida por voluntários do Pré Vestibular Projeto 6 de Março, realizada no segundo semestre de 2012 no manguezal da praia da Sabiaguaba em Fortaleza-CE. A atividade de campo teve como objetivo fazer uma abordagem química do local com caráter interdisciplinar com as disciplinas de biologia e geografia apresentando aos alunos os conteúdos estudados em sala de aula com uma maior aproximação com o real com o intuito de que os estudantes identificassem a problemática do local e propusessem possíveis soluções. A atividade se iniciou numa trilha desde a chegada à praia da Sabiaguaba e se estendeu até o manguezal, passando por pontos como um “minimuseu do mar” (museu montado pela comunidade local) onde se encontram amostras de várias espécies

PALAVRAS CHAVES: Atividade de campo.; Química.; Projeto 6 de Março

INTRODUÇÃO: A atividade de campo é, em sua maior parte, uma abordagem interdisciplinar em torno do local tomado como objeto de estudo. Essa atividade permite aos estudantes estudarem o local e sua totalidade e terem uma visão mais ampla e profunda do conteúdo explanado, podendo relacionar a complexidade do objeto de estudo com as disciplinas que a suportam teoricamente. Com essa visão, é possível perceber de forma completa e profunda as relações entre os seus elementos. À essa atividade de campo foi aplicada “um enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada disciplina, de modo que se adquira uma perspectiva global e equilibrada” (DIAS et. al., 1998).

MATERIAL E MÉTODOS: Este estudo de caso teve como ponto de partida uma trilha, orientada por um guia local, com a chegada dos estudantes e voluntários à praia da Sabiaguaba e se estendeu até o manguezal. No decorrer do percurso houve paradas para a explanação do local, alguns pontos de parada foram: Mini Museu do Mangue, criado pela comunidade local, onde se encontram várias amostras de espécies marinhas; Rio Cocó e seu encontro com o mar, onde foi abordada a sua importância para a formação do ecossistema de estudo e para a comunidade local e a pesca ilegal de crustáceos como camarão e principalmente caranguejo; e finalmente o manguezal, onde foi realizada a abordagem química do local. A abordagem química iniciou com a chegada dos estudantes ao manguezal.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Essa prática permitiu fazer uma abordagem química e também uma análise social do local. A partir da facilidade de encontrar alimento no local através da pesca, muitas famílias começaram a habitar o local e influenciar no seu desenvolvimento. A ação do homem através da pesca predatória fez ser extinta uma espécie de caranguejo que habitava o local gerando um desequilíbrio entre as espécies animais do local, além de interferir na formação de dunas e poluir o local causando desequilíbrios ecológicos. A utilização de técnicas predatórias é reflexo da quebra da tradição das comunidades, causada pela intensa ocupação de áreas de manguezais em muitas cidades brasileiras. Muitas destas cidades recebem, na maioria dos casos, um grande afluxo de imigrantes que nada tem a ver, do ponto de vista socioambiental, com estes ecossistemas. Sendo assim, por falta de opção o imigrante vai morar e trabalhar no mangue utilizando técnicas predatórias de captura e, na maioria das vezes, vendendo o pescado sem utilizá-lo para consumo próprio, descaracterizando a pesca de subsistência. (MANGUEZAIS, EDUCAR PARA PROTEGER, página 28, et. al., 1998). Além de participarem da abordagem química, os estudantes foram convidados pelo guia para auxiliarem no plantio da vegetação local. Os estudantes colheram uma semente e plantaram em uma área reservada em uma tentativa de reparar o desequilíbrio causado pela ação do homem. Nessa área era possível observar o crescimento da espécie vegetal que se estendia por um longo percurso nas proximidades do rio Cocó.

CONCLUSÕES: Através desta atividade de campo ficou comprovada a eficiência dessa prática para uma melhor abordagem química de forma interdisciplinar e real, assim como o ambiente mostra e é.

AGRADECIMENTOS: Ao Pré Vestibular Projeto 6 de Março; à professora de Didática Lucimara Rodrigues e à coordenadora do curso de Lic. em Química Maria Cleide.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: DIAS, G. F.; Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 1998.
Projeto PLANÁGUA SEMADS/GTZ de Cooperação Técnica Brasil – Alemanha. Manguezais, educar para proteger. Rio de Janeiro: FEMAR:SEMADS, 2001.