Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7
TÍTULO: A AUSÊNCIA DE ATIVIDADE EXPERIMENTAL VINCULADA À TEORIA NO ENSINO DE QUÍMICA. UMA REALIDADE DAS ESCOLAS PÚBLICAS DE PICOS-PI
AUTORES: Coelho, T.L.S. (IFPI) ; Coelho, F.L. (IFPI) ; Silva, S.R. (IFPI) ; Sousa, J.A. (IFPI) ; Piauilino, C.A. (UFPI) ; Torres, J.W.L. (UESPI) ; Amorim, C.M.F.G. (IFPI)
RESUMO: A disciplina de Química vem sendo tratada descontextualizada da realidade dos
alunos, baseando-se apenas na memorização de fórmulas e conceitos. A presente
pesquisa teve como objetivo analisar a presença de atividades experimentais
associadas às aulas teóricas no ensino de Química e em quais frequências elas
ocorriam em duas escolas públicas, sendo elas a Unidade Escolar Marcos Parente e a
Escola Normal Oficial de Picos, onde se fez necessário uma pesquisa com abordagem
qualitativa, baseada na aplicação de questionários. Os resultados apontaram que a
maioria dos alunos das escolas não costuma ter durante o ensino da disciplina
Química, associações entre atividades experimentais e teoria, tornando-se, assim,
o ensino da mesma monótona e de difícil compreensão para o corpo discente.
PALAVRAS CHAVES: Alunos; ensino de Química; Atividades experimentais
INTRODUÇÃO: Estudos apontam que o ensino de química vem sendo tratado longe da realidade
discente, focando apenas na memorização de conceitos e fórmulas, tornando assim
a aprendizagem da disciplina entediante e de difícil compreensão para os alunos.
Cabe assinalar que o entendimento das razões e objetivos que justificam e
motivam o ensino desta disciplina, poderá ser alcançado abandonando-se as aulas
baseadas na simples memorização de nomes de fórmulas, tornando-as vinculadas aos
conhecimentos e conceitos do dia-a-dia do alunado. (CARDOSO e COLINVAUX, 2000,
p. 401).
A experimentação não é apenas o meio para despertar o interesse pelo
aprendizado de ciências, mas sim o conjunto de ferramentas que pode criar um
verdadeiro ambiente de investigação científica (CASTILHO et al., 1999), onde
permite que o alunado manipule ideias, objetos e relacione o resultado da
experimentação com a teoria, contribuindo assim para um melhor aprendizado e
exercício da cidadania. Segundo Giordan (1999) a experimentação desperta forte
interesse entre os alunos proporcionando um caráter motivador, lúdico,
essencialmente vinculado aos sentidos, sendo uma das formas de possibilitar ao
aluno a construção do seu conhecimento e a efetivação da transposição didática,
permitindo ao aluno dar sentido ao conteúdo de Química na sua vida diária,
relacionando a teoria com a prática.
Para Fonseca (2001), o trabalho experimental tem de ser utilizado e deve
estimular o desenvolvimento conceitual, fazendo com que os estudantes explorem,
elaborem e supervisionem suas ideias, comparando-as com a ideia científica.
Neste contexto, o presente trabalho visa identificar a utilização de
metodologias experimentais no ensino de Química no cotidiano escolar de duas
escolas públicas de Picos-PI.
MATERIAL E MÉTODOS: O presente trabalho emana de uma pesquisa com abordagem qualitativa, na qual o
instrumento utilizado na investigação foi questionário constituído de seis
perguntas fechadas, sendo pesquisado um total de 190 alunos: 100 alunos do 2º ano
e 90 alunos do 3º ano, sendo que neste universo de alunos de 2º e 3º ano, 100
alunos eram da escola Marcos Parente e 90 alunos da escola Normal Oficial de
Picos. Na questão de gênero foi visto a opinião de 115 meninas e 75 meninos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Ao serem questionados sobre a existência de laboratórios de Química dentro da
escola, 77% dos alunos responderam que sabiam e 23% responderam que não sabiam
da existência do mesmo. Em relação às atividades experimentais existentes na
sala de aula, 98% responderam que não havia aulas experimentais dentro da
disciplina e 2% responderam que sim. Ao serem perguntados qual era a frequência
com que essas aulas ocorriam dentro do semestre, 92% dos alunos responderam que
não existia a ocorrência de aulas experimentais, 1% responderam que as aulas
ocorriam até duas vezes semestrais e 7% não souberam informar a frequência. De
acordo com Schnetzler (2002), as atividades experimentais são relevantes quando
caracterizadas pelo seu papel investigativo e por sua função pedagógica em
auxiliar o aluno na compreensão de fenômenos.
É importante ressaltar que ambas as escolas dispõem de laboratórios de Química,
mesmo que com vidrarias e reagentes em número reduzido, e que os reagentes a
disposição estavam na maioria vencidos, o que resulta da falta de uso do espaço
reservado para as atividades experimentais. Fato este, confirmado pelos mais de
98% dos alunos entrevistados, onde afirmaram nunca terem participado de aulas
experimentais.
CONCLUSÕES: Constatou-se por tanto que a maioria dos alunos das escolas públicas avaliadas em
Picos-PI sabia da existência de laboratórios, porém, apenas uma pequena minoria
relatou ter usado o laboratório para atividades experimentais até duas vezes
semestrais, sendo, que a maioria dos entrevistados, declarou nunca terem utilizado
o mesmo.Percebe-se que o ensino de Química na cidade de Picos-PI vem sendo tratado
basicamente na memorização de conceitos e fórmulas não fugindo da atual realidade
do ensino brasileiro, dificultando assim, o aprendizado do alunado, tornando-o
monótono e de difícil compreensão.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos a DEUS e a todos os colabores necessários à realização deste trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CARDOSO, S. P e COLINVAUX, D. 2000. Explorando a Motivação para Estudar Química. Química Nova. Ijuí, UNIJUÍ, v.23, n.3. p. 401-404.
CASTILHO, Dalva L.; SILVEIRA, Kátia P.; MACHADO, Andréa H. As aulas de Química como espaço de investigação e reflexão. Química Nova na Escola, n.9, p.14-17, mai. 1999.
FONSECA, M.R.M. Completamente química: química geral. São Paulo, 2001.
GIORDAN, M, (1999) O papel da experimentação no ensino de ciências. Química nova,v.10,p.43-49.
SCHNETZLER, R. P. A Pesquisa em Ensino de Química no Brasil: Conquistas e Perspectivas. Química Nova, v. 25, s1, p.14, 2002.