Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7
TÍTULO: A ESCOLHA DO LIVRO DIDÁTICO DE QUÍMICA E SUA CONTEXTUALIZAÇÃO COM A QUÍMICA VERDE NA CIDADE DE OEIRAS-PI
AUTORES: Damasceno Figueredo, E. (UFPI/CEAD/OEIRAS-PI) ; Maria da Silva Leite, C. (UFPI) ; Damasceno Figueiredo, E. (UFPI/CEAD/OEIRAS-PI) ; Silva, D. (UFPI/CEAD)
RESUMO: Dentro de uma perspectiva construtivista, a pesquisa em questão pretende mostrar
que a escolha dos livros didáticos do Ensino Médio na cidade de Oeiras-PI é feita
com base nos conteúdos do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e não visando uma
abordagem contextualizada a realidade dos alunos e ao meio em que vivem. A
estratégia de análise fundamentou-se nas concepções prévias dos professores e na
utilização do livro didático contextualizado para um processo de construção e
desenvolvimento de conceitos químicos relacionados à química verde voltado a vida
cotidiana do aluno.
PALAVRAS CHAVES: Ensino Médio; Livro Didático; Química Verde
INTRODUÇÃO: O livro didático (LD) é um elemento que pode ajudar a resgatar a participação da
sociedade nas soluções de problemas ambientais, melhorando a qualidade de vida.
São várias as discussões relacionadas ao LD no Brasil, e de acordo com análises
textuais discursivas (MORAES e GALIAZZI, 2007), e de acordo com Kuenzer (1999),
o perfil de professor até então esperado era de alguém cujas habilidades em
eloquência se sobrepunham à rigorosa formação científica que contemplasse, de
forma articulada, os conteúdos da área específica e da educação. Desta forma,
todos buscam analisar a estrutura e utilização do LD. Pois, existe uma lacuna
entre professor e aluno, na utilização do livro, em relação ao conteúdo
programático contido neste, e na sua forma de utilização.
O livro didático deixa muito a desejar em relação à contextualização vinculada
com a química verde e as transformações que ocorrem no dia a dia, porém é
indispensável em sala de aula e/ou em casa. No entanto, o livro não deve ser o
único material utilizado pelo professor, mas uma ferramenta que orientará a sua
maneira de ensinar; segundo o Ministério da Educação (2007) os livros devem
auxiliar os professores na sua prática pedagógica (CRUZ, 2013).
A Química Verde deve ser tratada nas escolas conscientizando os alunos de modo a
serem capazes de desenvolverem conhecimentos científicos e tecnológicos e
assumirem responsabilidades de cidadãos esclarecidos e conscientes, na prevenção
do meio ambiente e na qualidade de vida como interventores na vida comunitária
(RAMOS, 2009).
Neste trabalho buscamos conscientizar os professores que a escolha dos LD deve
ser feitas baseados em conteúdos que propiciam contextualizações dos
conhecimentos voltados para a “Química Verde” e não somente em conteúdos
desenvolvidos ao ENEM.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram escolhidos dois livros didáticos para a realização deste trabalho: Química
na Abordagem do Cotidiano (PERUZZO e CANTO) e o Ser Protagonista (JÚLIO CEZAR
LISBOA). Esses livros estão entre os indicados para uso em escolas públicas de
Oeiras – Piauí.
Para fazer a análise dos livros didáticos foram escolhidos quatro professores
que ministram aula de Química, no 2º ano do Ensino Médio. Os professores são
todos Licenciados em Química, com mais de cinco anos de formados. Apenas um
professor é efetivo da Rede Estadual e outro tem Especialização em Educação e
Meio Ambiente.
As perguntas do questionário foram direcionadas visando à análise da qualidade
dos livros didáticos quanto à abordagem de conteúdos programáticos do 2º ano do
Ensino Médio e a contextualização com a Química Verde / Química Ambiental.
As questões foram elaboradas com relação: a sequência lógica dos conteúdos,
ilustrações relativas a aulas experimentais, informações sobre sites e
atividades de pesquisa, qualidade dos exercícios, textos complementares e
conteúdos direcionados para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), a
contextualização do conteúdo na realidade dos alunos
A pesquisa foi realizada através de um questionário para análise dos livros e
professores, e outro para levantamento da qualidade do livro didático segundo os
professores da rede pública que utilizam os livros citados na(s) turma(s) de 2º
ano do Ensino Médio no município de Oeiras-PI.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após comparação entre as respostas das questões, pelos professores que
participaram da pesquisa, foi observado que, de forma geral, as respostas não
divergiram quanto à atitude do professor em manter o formalismo do conteúdo
teórico e que à preocupação com a relação Química/contextualização foi
identificada em apenas um dos professores, o qual mencionou a importância da
contextualização, e especificamente, o enfoque do tema “Química Verde" na
escola.
Na análise do LD Química na Abordagem do Cotidiano, de PERUZZO e CANTO que é o
mais adotado nas escolas, os professores perceberam a preocupação dos autores ao
inserir abordagens mais próximas da realidade dos alunos e na utilização de uma
linguagem mais clara e objetiva visando melhorar a qualidade de textos
complementares e o entendimento dos leitores/alunos. Segundo a opinião dos
professores o livro deixa a desejar justamente no quesito o qual se propôs: a
contextualização associada a Questão Ambiental / Química Verde que aparece
somente no último capítulo do livro quando deveria ser invocada em todos os
conteúdos.
O livro Ser Protagonista, de JÚLIO CEZAR LISBOA, não é comumente adotado nas
escolas, apesar de apresentar uma parte teórica melhor, com textos
complementares ilustrativos, quando comparado ao LD analisado no parágrafo
acima. Este livro contém uma maior quantidade de informações contextualizadas ao
longo dos conteúdos, e que se relacionam com a preocupação com o Meio-
Ambiente/Química Verde.
Os resultados da pesquisa também mostram que a escolha do LD é feita sem a
preocupação da associação dos aspectos teóricos com os problemas da sociedade,
como o do meio ambiente. Outro aspecto relatado pelos professores é que o
conteúdo é repassado para os alunos apenas para cumprir os conteúdos que serão
cobrados no ENEM.
CONCLUSÕES: Os livros que mais estimulam a abordagem,desenvolvimento de um processo de
conscientização/responsabilidade com os problemas ambientais, e a Química Verde
foram os menos adotados.
Os resultados mostram que ainda não existe na Cidade de Oeiras uma
conscientização,por parte dos professores, de que o Ensino de Química precisa
ser contextualizado em relação aos problemas atuais e a consciência ambiental,
particularmente, com o enfoque da “Química Verde” pode ajudar a melhorar a vida
na cidade, e de forma mais ampla, no planeta ao considerar que o professor está
formando cidadãos para mundo
AGRADECIMENTOS: A CAPES/PIBID, a UFPI/ UFPI/CEAD
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Ministério da Educação. Programa Nacional do Livro Didático do Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação, 2007.
CRUZ, F. S.; SILVA, T. P.; FERREIRA, K. R. M.: SOUZA, M. M.; BARBOSA, D. B. Analisando possíveis abordagens sobre História da Ciência em livros didáticos de Química do PNLEM 2012. 5º Congresso Norte-Nordeste de Química. Rio Grande do Norte, 2013.
KUENZER, A. Z. As políticas de formação: A constituição da identidade do professor sobrante. Educação & Sociedade, ano XX, n. 68, p. 163- 183, dez. 1999.
MORAES, R.; GALIAZZI, M. C. Análise textual discursiva. Ijuí: Ed. Unijuí, 2007. 224p.
RAMOS, Maria Adelaide Ferreira d’Almeida Capela. Química Verde – potencialidades no ensino básico e secundário. 2009, 109p. Dissertação (Mestrado em Química para o Ensino) – Universidade de Lisboa. Lisboa, 2009.