11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: DOMIFUNÇÕESORGÂNICAS: UM EFICIENTE JOGO EDUCATIVO PARA O ENSINO DE FUNÇÕES ORGÂNICAS

AUTORES: Furtado, N.J.S. (UFPI) ; Santos, E.C. (IFPI) ; Leite, A.M. (IFPI) ; Santos, R.V. (IFPI) ; Medeiros, A.W.B. (IFPI) ; Miranda, C.B. (SEDUC-PI)

RESUMO: O objetiva deste trabalho foi mostrar a influência do jogo educativo DomiFunçõesOrgânicas (DFO) no ensino de Funções Orgânicas, verificando o perfil da aprendizagem química adquirida pelos estudantes. Aplicou-se um questionário diagnóstico, depois usou-se o DFO e em seguida aplicou-se um segundo questionário. Após a introdução do DFO nas aulas obtiveram-se os resultados: 01(80%), 02(89%), 03(71%), 04(75%), 05(95%) para turma A, e 01(52%), 02(55%), 03(56%), 04(58%), 05(60%) para a turma B, no qual apresentaram índices de aprendizagem superiores a 50% e 70% para a turma B e A, respectivamente. O jogo DFO mostra ser uma ferramenta didático pedagógica dinâmica, atrativa e eficiente para aprendizagem de conceitos, nomenclatura, fórmulas estruturais e grupos funcionais.

PALAVRAS CHAVES: Ensino de Química Orgânic; Atividade Lúdica; Jogo Educativo

INTRODUÇÃO: A utilização de jogos em aulas de Química destaca-se por ser uma solução para o sentimento de rejeição que muitos estudantes manifestam durante a abordagem de conteúdos que exigem memorização. Nesse sentido, o lado lúdico do jogo torna-se um instrumento motivador para aprendizagem de conhecimentos químicos, pois propõe estimulo ao interesse do estudante, fazendo com que ele recrie ou mesmo refaça o ensinado (FREIRE, 2001, p. 24). Para Cunha (2012) um jogo é considerado educativo quando mantém um equilíbrio entre duas funções: a lúdica e a educativa. O lado lúdico está relacionado ao caráter de diversão e prazer que um jogo propicia. A educativa se refere à apreensão de conhecimentos, habilidade e saberes. O jogo educativo está voltado para o ensino de conceitos e/ou conteúdos, organizado com regras e atividades programadas, sendo, em geral, realizado na sala de aula ou no laboratório. DomiFunçõesOrgânicas é uma proposta de jogo educativo para o ensino de Funções Orgânicas (Identificação e Nomenclatura), que possuem regras adaptadas nas do dominó tradicional, sendo isso uma forma de facilitar a compreensão das regras do jogo educativo pelos estudantes. Nesse contexto o DFO surge como uma ferramenta didático-pedagógica importante para superar as dificuldades de ensino-aprendizagem encontradas na disciplina de Química Orgânica no Ensino Médio. Sobre essas bases se fundamenta o presente estudo onde objetiva-se mostrar a influência do jogo educativo DFO no ensino de Funções Orgânicas, verificando o perfil da aprendizagem química adquirida pelos estudantes.

MATERIAL E MÉTODOS: O DFO foi um jogo educativo desenvolvido pelos bolsistas do PIBID em Química do IFPI-Parnaíba. O campo desta pesquisa foi o Colégio Senador Chagas Rodrigues (em Parnaíba-PI) e os sujeitos foram 50 estudantes pertencentes ás turmas da 3ª série A e B, turno manhã da referida escola. Esta pesquisa durou 08 horas aula (04 horas em cada turma) e foi realizada entre os dias 20 a 27 de Setembro de 2012. O jogo DFO foi regido por 10 regras, sendo composto por 28 pedras com informações sobre conceitos, nomenclatura, fórmulas estruturais e grupos funcionais. Essas pedras foram confeccionadas com materiais de baixo custo (ex: papelão, papel adesivo, papel de caderno de desenho e etc.). Em cada turma os estudantes ajudaram a confeccionar as pedras de 5 DFO que, posteriormente, foram utilizados pelos mesmos. O conteúdo de Funções Orgânicas já tinha sido ministrado nas turmas (com o método tradicional), e a metodologia para avaliar a aprendizagem dos estudantes foi dividida em três partes: Para cada turma, a primeira foi a aplicação de um questionário diagnóstico (30 minutos), a segunda situou-se no uso do DFO (3 horas) onde cada turma foi divida em 5 grupos de 4 pessoas para jogar DFO. Já a terceira foi à aplicação de um segundo questionário (30 minutos), no qual buscou conhecer o perfil da aprendizagem adquirida após a introdução do DFO. Os dois questionários aplicados continham 05 questões objetivas todas referentes aos conteúdos de Funções Orgânicas (Identificação e Nomenclatura). Os acertos foram considerados aprendizagem adquirida e os erros como aprendizagem não adquirida. Na primeira e terceira etapa os resultados para cada questão do questionário foram expressos percentualmente tomando como referência uma amostra de 25 (100%) estudantes para a 3ª série A e B.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O questionário diagnóstico revelou os seguintes resultados: 01(55%), 02(50%), 03(41%), 04(45%), 05(35%) para a 3ª série A, e de 01(45%), 02(25%), 03(41%), 04(30%), 05(15%) para a 3ª série B. Estes resultados mostraram que os conteúdos de Funções Orgânicas abordados sem o uso do DFO não foram eficientes para aquisição de uma aprendizagem química significativa, pois apenas em uma questão do questionário, a turma A revelou índice de aprendizagem superior a 50%, já a turma B mostrou índices de aprendizagens inferiores a 50% em todas as questões. Isso comprova que o uso da metodologia tradicional de ensino não chamou a atenção dos estudantes, não proporcionando aprendizagem sólida aos mesmos. Após a introdução do DFO os estudantes da 3ª série A mostraram resultados positivos na análise da aprendizagem adquirida, pois as 05 questões do questionário revelaram os seguintes índices de aprendizagem: 01(80%), 02(89%), 03(71%), 04(75%), 05(95%). Isso mostra que o lado lúdico do jogo somado com suas regras fáceis, atraíram e estimularam os estudantes na construção de novos conhecimentos químicos, dentro do conteúdo de Funções Orgânicas. Na 3ª série B obtiveram-se as seguintes aprendizagens: 01(52%), 02(55%), 03(56%), 04(58%) e 05(60%). Estas ficaram situadas entre 50 e 60 %, evidenciando que a aprendizagem não foi eficiente, quando comparado à turma A, as razões para isso está na pouca participação e interesse de grande parte dos estudantes da turma B durante a etapa de execução do jogo. No entanto, esse resultado foi superior ao do questionário diagnóstico (método tradicional), provando uma eficiência positiva do DFO na turma B. Nesse contexto, os resultados obtidos corroboram os de Santos e Michel (2009), Oliveira e Soares (2005) sobre atividades lúdicas.

CONCLUSÕES: Os resultados insatisfatórios do questionário diagnóstico estão relacionados às metodologias tradicionais de ensino adotadas durante as aulas. Os estudantes da 3ª série A desenvolvem uma aprendizagem química mais significativa com o uso do DFO, isso se comparado aos estudantes da 3ª série B. As aprendizagens obtidas após a introdução do DFO são todas superiores a 50% nas duas turmas. O jogo DFO mostra ser uma ferramenta didático pedagógica dinâmica, atrativa e eficiente para aprendizagem de conceitos, nomenclatura, fórmulas estruturais e grupos funcionais.

AGRADECIMENTOS: A Capes em nome do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação á Docência (PIBID) em Química do IFPI-Parnaíba

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CUNHA, M. B. Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização em Sala de Aula. Revista Química Nova na Escola, n. 2, p. 92-98, Maio 2012.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários á prática educativa. 19 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001.

OLIVEIRA, A. S.; SOARES, M. H. F. B. Simulação de um júri para discussão de um problema ambiental. Revista Química Nova na Escola, n. 21, maio 2005.
SANTOS, A. P. B.; MICHEL, R. C. Vamos jogar SueQuímica? Revista Química Nova na Escola, n. 31, agosto 2009.