Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7
TÍTULO: APRENDENDO A CALCULAR NÚMERO DE COORDENAÇÃO E A FORMA DE SÓLIDOS IÔNICOS ATRAVÉS DA RELAÇÃO DE RAIOS EM ESFERAS DE ISOPOR
AUTORES: Martins Gonçalves, J. (UVA) ; Gama Duarte, F. (UVA) ; Ferreira Soares, S.L. (UVA) ; Veras de Araújo, N. (UVA) ; Martins Gonçalves, J. (UVA) ; Sales da Silva, D. (UVA)
RESUMO: O presente trabalho consiste em um estudo, com análise embasada em referenciais
teóricos, a respeito da compreensão de um assunto abstrato no ensino de Química.
Foi elaborada uma atividade de monitoria, com o objetivo de utilizar modelos
concretos feitos de materiais de baixo custo para facilitar a aprendizagem no
estudo da disciplina de Química Inorgânica, no que diz respeito ao cálculo do
número de coordenação e a forma de sólidos iônicos. Uma análise das respostas
obtidas permitiu uma reflexão a respeito da compreensão dos alunos acerca do
assunto abordado.
PALAVRAS CHAVES: ensino; íons; modelos
INTRODUÇÃO: A Química inorgânica é uma disciplina um tanto abstrata, abordando assuntos
interdisciplinares e de difícil entendimento (SILVA, C.B.A et al., 2010),
necessitando assim de aplicar diferentes metodologias pra uma boa
interpretação. Para que conceitos de números de coordenação e forma de sólidos
iônicos sejam entendidos satisfatoriamente é necessária a contextualização
destes com a matemática geométrica. Nessa perspectiva, este trabalho foi
desenvolvido visando concretizar a prática de calcular o número de coordenação,
descobrir a forma de compostos iônicos e interdisciplinarizar o Ensino de
Química com a matemática, utilizando-se materiais palpáveis, pois Herron
(1975) sugere que conceitos químicos podem ser expressos em termos de exemplos
concretos com a utilização de modelos de conceitos abstratos; e que expressando
conceitos a nível concreto, o estudante vai adquirir um conceito substituto que
mais tarde poderá desenvolver um conceito real.
MATERIAL E MÉTODOS: Os materiais utilizados no processo de ensino-aprendizagem foram esferas de
isopor de diferentes diâmetros que simbolizaram os íons (cátions e ânions), fita
métrica para o cálculo da circunferência (C=2ΠR) e obtenção dos valores dos
raios esféricos, e o auxílio de uma tabela com valores da relação de raios
limitantes e estruturas. O presente trabalho foi desenvolvido com alunos do
curso de licenciatura em Química durante uma aula na disciplina de Química
Inorgânica Básica da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), tendo como os
ministrantes o professor e os monitores da disciplina. Assim com o auxílio dos
materiais apresentados os alunos puderam medir os supostos raios iônicos das
esferas de isopor, fazer várias relações e tirar suas conclusões. Em seguida,
foi aplicado um questionário de múltipla escolha com os alunos da disciplina a
fim de avaliar a compreensão do assunto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com o auxílio dos materiais apresentados, os alunos puderam medir as
circunferências das esferas (C=2ΠR), assim obtiveram os supostos raios iônicos
das esferas de isopor utilizando conhecimentos de geometria espacial (Figura 1),
que possibilitou fazer o cálculo da razão de raios (raio do cátions/raio do
ânion) e relacionar os valores obtidos com os presentes na Tabela (Figura 2).
Foi observado por parte dos alunos a importância de interdisciplinarizar o
Ensino de Química com a Geometria, pois facilita na interpretação de conceitos
químicos contribuindo para o entendimento o assunto abordado. A leitura da
tabela se tornou uma fonte bastante importante de conhecimento, exercitando os
conceitos de limites e de espaço. Os resultados obtidos em relação à
interpretação dos cálculos foram surpreendentes, pois os alunos puderam
relacionar o número de coordenação com a forma do composto iônico, explanando
não apenas os exercícios matemáticos, mas cognitivos.
Figura 1
Íons com diferentes números de coordenação.
Figura 2
Tabela da relação de raios, número de coordenação e
formas iônicas.
CONCLUSÕES: A aplicação de um questionário de múltipla escolha comprovou-se que este trabalho
trouxe para os alunos uma maneira dinâmica de aprender, concretizar e exercitar o
cálculo da relação de raios, além de facilitar no processo de interpretação da
forma de organização dos íons, pois mostrava de maneira clara o assunto abordado,
deixando de lado a “tradicional” forma de ensinar. Nesse contexto foi possível ver
a participação e a aprendizagem de todos os alunos nessa atividade, que sem dúvida
foi de grande proveito para o progresso no Ensino de Química.
AGRADECIMENTOS: O presente trabalho foi realizado com o apoio da CAPES e Universidade Estadual
Vale do Acaraú (UVA).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: LEE, J.D. Química Inorgânica não tão concisa. 5. Ed. São Paulo: Edgard Blücher Ltda, 1999, p. 527.
HERRON, J. D. Piaget for chemists: explaining what “good” students cannot understand. Journal of Chemical Education, Chicago, 52:146-150. 1975.
SILVA, C.B.A.; SILVEIRA, F.A.; GOMES, R.O.A.; SANTOS, J.E.P.; em Anais 8º Simpósio Brasileiro de Educação Química, Natal/RN, 2010.