11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: Dados orgânicos e cadeias carbônicas dos aldeídos: uma forma diferente de ensinar química orgânica.

AUTORES: Araújo, N.V. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Sousa, J.G. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Silva, D.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ)

RESUMO: A química orgânica é considerada uma disciplina bastante teórica, que muitas vezes desestimula os alunos a participarem das aulas, por ser considerada muitas vezes chata e entediante. Com o intuito de torná-las mais atrativas, foram realizadas duas atividades lúdicas: dados orgânicos e as cadeias carbônicas dos aldeídos. Os jogos consistiam em formar as cadeias carbônicas e nomeá-las de acordo com a IUPAC. Durante a aplicação dos jogos notou-se maior interação dos alunos nas aulas e melhores rendimentos no processo de ensino-aprendizado, devido à dinamicidade utilizada. A partir de análise feita durante a aplicação dos jogos percebeu-se que a união de atividades lúdicas ao ensino tradicional é eficaz, pois proporciona diversão e aprendizado simultaneamente.

PALAVRAS CHAVES: Atividades lúdicas; Química orgânica; Ensino

INTRODUÇÃO: As atividades lúdicas vêm ganhando espaço nas salas de aula, onde professores utilizam essa ferramenta com a meta de complementar seus recursos educativos e tornar a aula mais dinâmica e atrativa, não apenas como uma forma de transmissão de conhecimento, mas também como compartilhamento deste (SOUZA et al., 2012). A prática do ensino de Química Orgânica no Ensino Médio, em sala de aula, consiste na transmissão-recepção de conhecimentos que, muitas vezes, não são compreendidos. Para estimular e resgatar o interesse dos discentes pelas aulas de química é fundamental que o professor busque metodologias diferenciadas que o auxiliem no processo de ensino aprendizagem (SOARES et al., 2003). A principal vantagem do uso de jogos didáticos envolve a motivação gerada pelo desafio, acarretando o desenvolvimento de estratégias de resolução de problemas, a avaliação das decisões tomadas e a familiarização com termos e conceitos apresentados (SOUZA et al., 2012). As atividades lúdicas têm como objetivo ensinar as funções orgânicas utilizando jogos que relacionem a estrutura das funções orgânicas com a nomenclatura dos compostos, bem como estimular o aprendizado da função química utilizada (aldeídos), e buscar outras opções de funções orgânicas que podem ser formadas, desde que estejam com suas devidas características, ou seja, que seus grupos orgânicos existam e estejam de acordo com a IUPAC, assim abrindo mais possibilidades de montagem de cadeias e contribuindo para o aprendizado de uma forma mais divertida, simples e significativa.

MATERIAL E MÉTODOS: Para o jogo dos dados orgânicos foram utilizados três dados. Cada lado de um dos dados tinha a estrutura das funções orgânicas cetona ou aldeído, os outros dados tinham funções orgânicas de estruturas carbônicas. Os alunos deveriam jogar os três dados e de acordo com a estrutura das funções na face superior eles diriam a nomenclatura correta. Isso seria feito dividindo a turma em meninos contra meninas. Quem acertasse mais seria o grupo vencedor. À proporção que eram montadas as cadeias carbônicas dos aldeídos, o conteúdo foi apresentado aos alunos, mostrando exemplos, para que os mesmos, logo após a explicação, dessem sua definição, explicando a nomenclatura e considerando todas as regras expostas durante a aula, prefixos, sufixos e infixos, para então definir-se a nomenclatura da cadeia dada. Assim, os alunos podem montar as devidas cadeias com os materiais que lhes foi fornecido, tais como isopores no formato de círculos para representar o hidrogênio e quadrados representando o carbono e palitos de dente que serviram como ligações, assim de acordo com as explicações dadas aos alunos durante a aula, eles usariam um ou dois palitos dependendo da ligação a ser formada. O jogo dos dados orgânicos foi adaptado do trabalho “Dados orgânicos: um jogo didático no ensino de química”, enquanto o jogo montando as cadeias carbônicas dos aldeídos é de autoria própria.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: No início da apresentação dos jogos os alunos mostraram certa resistência, mas aos poucos foram participando. A princípio mesmo com o uso das tabelas e ajuda dos bolsistas, a maioria dos alunos apresentaram dificuldades em montar a estrutura da molécula e nomeá-las, mas à medida que o jogo evoluía foram assimilando as informações. É importante ainda ressaltar que conforme acontecia a explicação de novas cadeias carbônicas, os jogos eram adaptados e aplicados novamente, ficando, assim, mais fácil o entendimento sobre o jogo (Figura 1). Com a aplicação dos jogos e a análise do comportamento e das opiniões dos alunos, pode-se perceber que os mesmos se interessaram pelo jogo, através do qual se familiarizaram mais facilmente com o tema, de uma forma prazerosa e estimulante, na medida em que podiam interagir com os diferentes grupos e com o professor como mediador (SOUZA et al., 2012). Após aplicação dos jogos foi repassado um trabalho dirigido referente ao assunto abordado nas atividades lúdicas, função orgânica aldeídos e cetonas, que foi respondido com êxito pelos alunos. Os resultados apontaram a necessidade de uma maior utilização de outras modalidades de atividades lúdicas para motivar a socialização entre alunos, e consequentemente, a aprendizagem. Os resultados observados na turma também mostraram uma boa aceitação pela maioria dos alunos.

Figura 1

Figura 1. Aplicação dos jogos

CONCLUSÕES: Os jogos didáticos são ferramentas que podem auxiliar e complementar para o processo de ensino-aprendizagem no Ensino de Química, e contribuem para que o aluno de Ensino Médio reconheça a nomenclatura dos compostos orgânicos mais simples através de uma didática interessante e divertida. A partir dessas perspectivas, podemos considerar que as atividades lúdicas podem ser utilizadas como uma das ferramentas para subsidiar o ensino de nomenclatura em química orgânica, já que foram obtidos resultados satisfatórios com relação ao aprendizado dos alunos após a aplicação desse auxílio pedagógico.

AGRADECIMENTOS: O presente trabalho foi realizado com o apoio da CAPES, entidade do Governo Brasileiro voltada para a formação de recursos humanos e UVA.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: NARDIN, I. C. B. Brincando aprende-se química, 2008.
SOARES, M. H. F. B.; OKUMURA, F.; CAVALHEIRO, T. G. Proposta de um jogo didático para ensino do conceito de equilíbrio químico. Química Nova na Escola, n. 18, p. 13-17, 2003.
SOUZA, H. Y. S. e SILVA, C. K. O. Dados orgânicos: um jogo didático no ensino de química. HOLOS, Ano 28, Vol. 3, 2012.