Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7
TÍTULO: A Educação Ambiental e o Ensino de Química na rede privada de ensino de Teresina- PI.
AUTORES: Maia, J.C. (UFPI) ; Reis, G.P.S. (UFPI) ; Brito, J.S. (IFPI)
RESUMO: O presente trabalho apresenta a percepção de professores que lecionam a
disciplina de Química em relação à Política Nacional de Educação Ambiental e
avalia a presença da dimensão ambiental nessa disciplina. Foram aplicados
questionários em quatro instituições da rede privada de Teresina – PI com
educadores do ensino médio. Os resultados mostraram que a educação ambiental não
é abordada de forma contextualizada e interdisciplinar conforme legislação
vigente. Concluiu-se que há uma necessidade de repensar a educação ambiental
nessa disciplina, devendo-se dar importância ao desenvolvimento de programas de
formação continuada em educação ambiental para os professores entrevistados.
PALAVRAS CHAVES: Educação Ambiental; Química; Escola
INTRODUÇÃO: A constatação de que o avanço tecnológico tem sido associado à degradação do
meio ambiente faz crescer o interesse mundial pela Educação Ambiental (EA),
tentando resgatar a participação dos cidadãos na solução dos problemas
ambientais (RUA; SOUZA, 2010). Assim, a educação ambiental deve procurar
incentivar o indivíduo a participar ativamente da resolução desses problemas, já
que consiste em uma ferramenta na mudança de mentalidades e de atitudes na
relação homem-ambiente (COSTA et al., 2012).
Conforme a Lei n° 9.795/99, que institui a Política Nacional de Educação
Ambiental - PNEA, a educação ambiental deve ser desenvolvida como uma prática
educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do
ensino formal. A lei também é clara quanto à capacitação de recursos humanos, a
qual deverá voltar-se para a incorporação da dimensão ambiental na formação,
especialização e atualização dos profissionais de todas as áreas.
Segundo o art. 225 da Constituição Federal, o Poder Público deve promover a
educação ambiental a todos os níveis de ensino. Como consequência de uma efetiva
implementação da educação ambiental pode-se contribuir com a mudança do
comportamento da sociedade em relação ao meio ambiente.
Diante do exposto, este trabalho apresenta a percepção de docentes que lecionam
a disciplina de Química, em instituições de ensino particulares de Teresina -
PI, acerca da legislação para a educação ambiental, com a finalidade de
averiguar a presença da dimensão ambiental nessa disciplina, bem como analisar o
posicionamento desses educadores frente o tema em questão.
MATERIAL E MÉTODOS: Para realizar esta pesquisa foram visitadas quatro escolas particulares de
Teresina-Piauí. Optou-se pela utilização de questionários compostos por
dezesseis questões, as quais foram respondidas por doze professores de Química
que
lecionam a nível de ensino médio. As escolas localizam-se na região central da
capital e foram selecionadas por apresentarem grande valor histórico, cultural e
educacional.
Dentre as questões abordadas no questionário destaca-se: o conceito
sobre meio ambiente e educação ambiental; o conhecimento sobre a Política
Nacional de Educação Ambiental; as dificuldades encontradas por esses educadores
para inserir a educação ambiental em suas disciplinas; a incorporação da
educação ambiental na atualização dos profissionais, etc.
Das dezesseis questões, duas foram semiestruturadas com respostas ou
alternativas pré-estabelecidas e as demais dissertativas e abertas, onde o
entrevistado respondeu de acordo com as suas concepções. Optou-se por questões
do tipo subjetivas com a finalidade de evitar indução às respostas dos
entrevistados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os questionários apontaram que os docentes apresentam diferentes percepções
sobre a dimensão ambiental e conhecimento limitado a cerca da Política Nacional
de Educação Ambiental. Dentre as
dificuldades apontadas pelos educadores para inserirem a educação ambiental nas
aulas de
Química, destaca-se a exigência da ministração de conteúdos que são, em sua
grande maioria, os mesmos abordados pelo vestibular.
No que tange às práticas em educação ambiental realizadas, foi possível
identificar que estas apresentam como pontos críticos: falta de abrangência, de
continuidade e de incentivo. Além disso, conta com a participação de apenas
parte
dos professores, não havendo o envolvimento de toda a escola. Destaca-se ainda a
pouca incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e
atualização desses profissionais.
Diante dos resultados obtidos, observou-se a falta de ênfase dos
educadores em relação às questões ambientais e constatou-se que a educação
ambiental não é abordada de maneira interdisciplinar e contextualizada na
disciplina de Química dessas escolas.
CONCLUSÕES: Com esta pesquisa percebeu-se a urgente necessidade de repensar a educação
ambiental nas disciplinas de Química das escolas da rede privada de Teresina-PI.
Além disso, observou-se a importância de se desenvolver programas de formação
continuada em E.A para os professores entrevistados. Acredita-se que através de
cursos ou treinamentos de capacitação para esses educadores pode-se contribuir
para ampliar seus conhecimentos e torná-los mais aptos a atenderem a legislação
vigente.
AGRADECIMENTOS: IFPI, UFPI, CAPES e CNPq.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p.
BRASIL, 1999. Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, no 79, Seção 1, p.1-3, 28 abr. 1999.
COSTA, J. R; SOARES, J. E. C; TAPIA-CORAL, S; MOTA, A. M. 2012. A percepção ambiental do corpo docente de uma escola pública rural em Manaus (Amazonas). Revista Brasileira de Educação Ambiental, 7: 63-67.
RUA, E. R; SOUZA, P. S. A. 2010. Educação Ambiental em uma Abordagem Interdisciplinar e Contextualizada por meio das Disciplinas Química e Estudos Regionais. Química Nova na Escola, vol. 32, 2: 95-100.