11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: Construção de maquetes para ensino de Química Analítica Instrumental

AUTORES: Sanches Filho, P.J. (IFSUL-CAMPUS -PELOTAS RS)

RESUMO: Este trabalho foi desenvolvidos com alunos do ensino técnico do Instituto Federal de educação Ciência e tecnologia Sul-rio-grandense-campus Pelotas-RS Foi propostos aos alunos a construção de maquetes de aparelhos, como fotocolorímetros, Nefelometro/ turbidímetro, fluorímetro. A partir das mesmas foram estudados os fundamentos que regem o funcionamento e aplicação de cada aparelho. As maquetes e resultados obtidos foram apresentados em seminários onde através da troca de experiências foi possível a construção do conhecimento, entre os alunos, de forma comprometida, reduzindo a distância entre teoria e prática

PALAVRAS CHAVES: Analise instrumental; maquetes; métodos óticos

INTRODUÇÃO: O ensino de química analítica instrumental em diferentes níveis vem tradicionalmente sendo desenvolvido através de aulas expositivas seguidas de aulas práticas. Estas apresentam como objetivo demonstrar e ilustrar fenômenos teóricos e aprender a utilizar e compreender o funcionamento dos equipamentos. Normalmente o trabalho prático é desenvolvido orientado por roteiros predeterminados, sendo que para realização do experimento os alunos devem seguir uma seqüência linear, o que restringe o raciocínio e o questionamento (Gil-Perez et al., 1999). No ensino por investigação os alunos são colocados em situação de realizar pequenas pesquisas combinando simultaneamente conteúdos conceituais, procedimentos e atitudes (Pozo, 1998) O estudo dos equipamentos utilizados para determinações em Química Analítica Instrumental envolvem muitas vezes exposições enfadonhas ao educando. Mesmo assim após as discussões este permanece para muitos, como uma “caixa fechada”. O estudo destes através da construção de maquetes semi funcionantes coloca o aluno frente a situação problema proporcionando a situação pra construção do próprio conhecimento, do trabalho em equipe e racionalização (Ferreira ,et al.,2010). Desta forma foi proposto aos alunos do curso técnico em química a construção de aparelhos que demonstrassem os fundamentos de alguns métodos baseados em medidas da radiação eletromagnética como: Fotocolorímetro, Fluorímetro, turbidímetro e Nefelômetro.

MATERIAL E MÉTODOS: O trabalho foi desenvolvido com turmas do sétimo semestre do curso integrado em química (nível médio) e turmas do curso subseqüente em química do Instituto Federal de educação Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense- Campus Pelotas-RS. As turmas foram divididas em grupos e cada um recebeu um tema sendo “provocado” a construir o equipamento que possibilitasse determinações fundamentadas em cada método a ser estudado. Os grupos utilizaram multímetros, caixas de papelão, lanternas, filtros de absorção, fotodiodos e etc., construindo os diferentes aparelhos. Após as experimentações os resultados obtidos e o funcionamento de cada maquete, foram demonstrados em um seminário.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Durante a s apresentações os grupos puderam através dos resultados obtidos comprovar os fundamento que regem os diferentes equipamentos baseados em medidas óticas. No caso do turbidimetros medidas do poder radiantes em ângulo de 180° em relação à fonte luminosa, permitiram comprovar a queda do poder radiante através do espalhamento uma vez que o foto diodo aumenta sua resistência com reduçao do nível de iluminação. Para o foto colorímetro foi possível medidas de soluções de concentração crescente permitindo a construção de curva de calibração. A comprovação da lei de Lambert Beer veio como um conseqüência natural. A absorbância foi diretamente proporcional ao aumento da concentração e ao caminho ótico. Uma vez que foi possível constatar o aumento da resistência no multímetro com o incremento das concentrações. Nas medidas de fluorescência (diclorofluoresceína como padrão) o educando pode constatar, em medidas em ângulo de 90° em relação à fonte luminosa , a relação linear entre a concentração e os valores de resistência obtidos no multímetro, porém em uma relação inversa.A atividade experimental problematizadora, conforme diz Francisco Jr(2008) deve propiciar aos estudantes a possibilidade de realizar, registrar, discutir com os colegas, refletir, levantar hipóteses, avaliar as hipóteses e explicações, discutir com o professor todas as etapas do experimento. despertando nos alunos um pensamento reflexivo fazendo os estudantes sujeitos da própria aprendizagem .Os dados foram confrontados com equipamento disponíveis comercialmente e neste momento o aluno a partir dos seus dados passou a compreender os equipamentos com maior clareza.A experiência permitiu aproximar os alunos ao estudo da química analítica, abrindo o interior dos aparelhos, algo antes misterioso.

Maquetes

a figura apresenta maquetes do turbidímetro/nefelômetro, fluorímetro e fotocolorímetro bem como componentes utilizados nas montagens

CONCLUSÕES: O trabalho levou a um envolvimento da turma como um todo. 100% de freqüência nas apresentações aos seminários, o número de questionamentos e por final as respostas obtidas sobre os temas nas avaliações,demontraram a aprendizagem dos fenômenos envolvidos em cada método estudado. As atividades permitiram que os alunos,como elementos ativos, desenvolvessem uma visão além da “caixa” que delimita os equipamentos utilizados em analise instrumental,facilitando a aprendizagem dos fenômenos envolvidos em cada método estudado.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Curso Técnico em Química e aos alunos do IFSUL que participaram do trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FERREIRA,L. H.; Hartwig, D. R.; OLIVEIRA, R. C. 2010. Ensino de química: Uma abordagem investigative contextualizada, Química Nova na Escola vol 32 n 2, 101-106.

FRANCISCO JR, W. E..; FERREIRA, L. H. ; HARTWIG, D. R. 2008.Experimentação Problematizadora: Fundamentos Teóricos e Práticos para a Aplicação em Salas de Aula de Ciências, Química Nova na Escola N° 30, 34-41.


GIL-PÉREZ, D.; FURIO M.C.; VALDES, P.; SALINAS, J.; MARTINEZ-TORREGROSA, J.; GUISASOLA, J.; GONZALEZ, E.; DUMAS-CARRE, A.; GOFFARD, M. e CARVALHO, A.M.P. 1999. Tiene sentido seguir distinguiendo entre aprendizage de conceptos, resolucion de problemas de lapis y papel y realización de prácticas de laboratorio? Enseñanza de las Ciencias, vol. 17, n. 2, 311-320,
POZO, J.I. (Org.). A solução de problemas. Porto Alegre: Artmed, 1998